TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - REINOLDO SELZLER E O ESTÁDIO DO ORIENTAL F.C.

TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - REINOLDO SELZLER E O ESTÁDIO DO ORIENTAL F.C.

REINOLDO SELZLER E O ESTÁDIO DO ORIENTAL F.C.

Reinoldo Selzler, nascido no dia 6 de outubro de 1897, na localidade de Rio Thall, interior de Venâncio Aires (na época, pertencente ao município de Santa Cruz do Sul), era filho de Francisco Christofero Selzler e Maria Christina Menzel. Por volta de 1921, casou-se com Olga Paulina Siebeneichler, nascida em 16 de setembro de 1900 e filha de Emílio Marcelo Siebeneichler e Thereza Niedermeier. O casal teve cinco filhos: Wally (1922), Lúcia (1924), Herta (1926), Edgar Harry (1929) e Alice (1931).
A família chegou  a Vila Buricá no dia 1º de agosto de 1924, onde adquiriu uma olaria e alguns hectares de terra localizados numa baixada, nas proximidades da nascente do Lajeado Cachoeira, pertencentes ao casal Ernesto e Rosalina Fleck (olaria esta que permaneceria em atividade até 1948).  
 O solo argiloso era próprio para a fabricação de tijolos, úmido, plano e com muita grama, possuindo ainda um pequeno bosque em meio ao gramado, e também faixas de mato nos limites da propriedade.   No local, havia um casarão de alvenaria construído pelo mestre construtor Sr. Bähr -- imigrante natural da Prússia – auxiliado pelo construtor Helmuth Schmitt. 
O casarão, hoje localizado na esquina das ruas Santo Ângelo e Professor Dellaglio, quando pertencia ao casal Fleck, era utilizado como hotel e foi nele que Reinoldo e Olga passaram a morar com seus filhos, além, claro, de continuarem o utilizando como pousada para todo e qualquer viajante que estivesse chegando a Buricá. 
Reinoldo nunca negava pouso e comida para quem quer que fosse, mesmo que não pudesse pagar, e seguidamente famílias se hospedavam no casarão enquanto seus cavalos pastavam no potreiro, sendo abrigados à noite nas baias que o hotel possuía, para no dia seguinte, continuarem seguindo viagem. 
O belo potreiro, com uma sanga de água potável e uma agradável sombra do capão de mato, muitas vezes, servia também para o acampamento de caravanas de ciganos que perambulavam pela região, e em certa ocasião, treze caminhões carregados com barracas e tralhas para a montagem do acampamento de várias famílias, se instalaram no terreno.   As festas de casamento dos ciganos, que duravam vários dias, com muita música e alegria, movimentavam a Vila e acirravam a curiosidade de seus moradores.   
O enorme gramado, também passou a ser utilizado por praticantes de ginástica e outros esportes, principalmente um que vinha se popularizando bastante à época: o futebol. Assim, quando no dia 24 de julho de 1925, Carlos Verri, Leopoldo Vontobel e outros, fundaram o Oriental Futebol Clube, em reunião ocorrida no Salão Henn (hoje, Rua Horizontina n° 2349, em frente a Agro Pet) este passou a ter suas atividades praticadas exclusivamente no gramado da propriedade de Reinoldo Selzler, através de uma concessão especial. 
Em 1954, Reinoldo Selzler permitiu que fosse construído um cercado em torno do campo, o que possibilitou ao Oriental participar de competições oficiais de futebol, pois esta era uma das exigências da FGF – Federação Gaúcha de Futebol. 
Em 1964, Reinoldo resolveu fazer o loteamento de sua área de terra, hoje abrangida por grande parte do Bairro Oriental, desde  a nascente do Lajeado Cachoeirinha até o antigo Depósito de Bebidas Rutzen, na atual Avenida Buricá (onde hoje funciona o Eco Ponto), porém, a área correspondente ao campo de futebol decidiu doar à diretoria do Oriental com as seguintes condições: faria a doação à entidade ORIENTAL FC de toda a área já cercada, que constituía o estádio, num total de 16.112 m2, desde que os dirigentes assumissem a responsabilidade de adquirir para o clube uma área anexa, onde havia um bosque. 
A proposta, muito vantajosa para os interessados, foi aceita de imediato e, juntamente com um grande número de colaboradores, os dirigentes adquiriram os terrenos em seus nomes e, posteriormente,  após estes estarem quitados, foram finalmente doados ao Oriental F.C. 
Em reconhecimento a tudo que Reinoldo fez pelo clube, no dia 15 de fevereiro de 1965, Fredolino Rutzen, então presidente do Oriental F. C., assinou uma declaração nos seguintes termos: “... A partir desta data o Estádio do Oriental Futebol Clube passará a se chamar Estádio Reinoldo Selzler”, uma justa homenagem em vida a um homem que, com seu grande espírito comunitário, foi fundamental para tornar o sonho de um estádio de futebol em Três de Maio, realizável. 
Reinoldo Selzler faleceu no dia 8 de julho de 1968 e sua esposa, Olga, no dia 9 de fevereiro de 1982.  
Em 2025 , o Oriental Futebol Clube completa 100 anos de história. 
Crédito: Contribuiu com toda a pesquisa para elaboração deste artigo, Ronald Kirkoff, neto de Reinoldo Selzler. 

Olga Paulina Siebeneichler e Reinoldo Selzler, com os filhos Alice, Herta, Edgar Harry, 
Lúcia e Wally. A foto é do ano de 1948

 

Acima, olaria de Reinoldo Selzer, destacando-se, ao centro, o casarão onde a família morava. À esquerda, no alto, 
o antigo prédio de madeira do Clube Buricá

 

Reinoldo Selzler - viveu de 6/10/1897 a  8/07/1968

 

 

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