TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - A TORRE DOS SINOS

A TORRE DOS SINOS
Com a chegada do primeiro pastor residente a Buricá, pastor Franz Kreutler, no dia 11 de maio de 1922, a Comunidade Evangélica São Paulo começou a dar passos mais largos em direção a uma melhoria de sua infraestrutura.
Naquele mesmo ano começaram, de forma mais acentuada, os trabalhos para a criação de uma escola que começaria a funcionar no dia 1° de setembro (hoje, Setrem), e em 1924, a comunidade construiu a capela situada na esquina da avenida Uruguai com a rua Tereza Verzeri, vindo a substituir a “casa da comunidade”, residência do pastor.
Logo foi surgindo a necessidade da instalação de sinos para anunciar os cultos em dias de celebração. Mas foi só no dia 22 de outubro de 1932 que foi finalmente citada na ata da assembleia da comunidade a aquisição de dois sinos. Naquele momento, fora apresentado o orçamento da Firma Bromberg, de Porto Alegre, para o conjunto de 2 sinos, sendo “Dó” de 440 kg e “Mi-bemol” de 300 kg, pelo preço total de 8:000$000 (oito contos de réis), para serem retirados em Porto Alegre. Após longas negociações, conseguiu-se combinar uma redução do valor para 7:750$000, com entrega em Ijuí e com pagamento de uma entrada de 50% e prazo de 90 dias para o pagamento restante.
O custeio deste valor foi feito através de campanhas e festas, cujos resultados foram destinados ao “caixa dos sinos”. Foi decidida nesta assembleia também a construção da torre para os sinos, cuja organização foi entregue a uma comissão de construção que tinha Emilio Tesche como presidente, além dos senhores Gustav Albert Felten, Karl Lips, Eduard Kath, Emil Böck e o pastor Eyssel. Esta comissão elaborou o plano e a distribuição dos trabalhos, assim como a administração do dinheiro da caixa dos sinos, além de tomar a iniciativa para a preparação das festividades.
Os sinos foram trazidos de Ijuí por carroças e levados até o campo do Oriental, onde foi feita uma grande festa para a inauguração dos tão esperados badalos da Comunidade Evangélica São Paulo. Lá, os sinos foram instalados provisoriamente sobre uma estrutura onde os fiéis, através de uma pequena contribuição em dinheiro, podiam dar uma badalada para deixarem registrada na memória aquele momento.
Após, os sinos foram instalados na torre onde passaram a se comunicar com todos os fiéis através de um cerimonial de batidas que estabelecia o seguinte cronograma:
- Uma hora antes do culto, o sino grande deveria badalar 100 vezes e no começo do culto, os dois sinos deveriam badalar conjuntamente de 70 a 80 vezes. No final do culto, os dois sinos mais uma vez deveriam badalar 100 vezes.
- Nos casamentos, com a entrada dos noivos no templo, os dois sinos badalavam 100 vezes, e na saída, outras 100 vezes.
- No enterro de uma criança, antes da confirmação, o sino pequeno badalava três vezes com 70 a 80 batidas cada vez, quando passavam em frente da igreja, outras 80 batidas e dez minutos após, quando estivessem chegando no cemitério, o sino pequeno badalava outras 70 a 80 vezes. Para os enterros de adultos, era o mesmo ritual, só que com o sino grande.
Com a construção do novo templo que foi inaugurado em 28 de abril de 1957, os sinos foram transferidos para a torre de 29 metros de
altura e a antiga torre de madeira foi vendida para a comunidade católica de Independência, onde continuou por muitos anos ainda sustentando os sinos que convocavam os fiéis para ter um momento conjunto com Deus.
Fonte: Comunidade Evangélica Luterana
São Paulo 1918 – 2018.
Contribuição: Prof. Dr. Leomar Tesche.
Responsáveis pela construção da torre: Wilhelm Hirsch, August Ziehmann, Emil Behling, August Ecke, Erwin Gewehr, Wilhelm Schöer Filho e Artur Markendorf
TENS ALGO PARA ACRESCENTAR À ESSA HISTÓRIA? ENTÃO ENVIE UMA MENSAGEM
PARA (55) 99706-0456 - WhatsApp ou pelo E-mail: clemar637@gmail.com
Comentários (0)