Prefeito Marcos Corso é candidato à presidência da Famurs
Para a gestão 2025-2026, o Progressistas indica o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul

A eleição da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) se aproxima e entre os candidatos a presidência está o prefeito de Três de Maio Marcos Corso (Progressistas).
Para a gestão 2025-2026, o partido Progressistas indica o presidente por ter sido a sigla que elegeu o maior número de prefeitos nas eleições municipais de 2024, com 164 eleitos. A eleição interna do partido ocorre no dia 11 de abril.
Os demais anos serão presididos por prefeitos do MDB, PDT e PL, respectivamente.
Além de Corso, concorrem a indicação para a presidência os prefeitos Volmir Rodrigues, de Sapucaia do Sul, Adriane Perin de Oliveira, de Nonoai, e Schamberlaen Silvestre, de Cambará do Sul.
Caso Corso seja escolhido, a Amufron volta a ter um presidente da Famurs após 30 anos, quando Osmar Terra, prefeito de Santa Rosa, presidiu a entidade na gestão 1995-1996.
O prefeito Marcos Corso concedeu uma entrevista ao Jornal Semanal para falar sobre sua candidatura e quais são as suas ideias caso alcance o comando da federação.
‘Ser presidente, seria um marco histórico para a nossa região e, ao mesmo tempo, um reconhecimento da capacidade de liderança dos gestores do interior do Estado.’
Jornal Semanal: Por que o senhor se candidatou à presidência da Famurs?
Marcos Corso: Minha candidatura à presidência da Famurs nasce de um compromisso firme com o fortalecimento do municipalismo e com a construção de uma entidade ainda mais conectada com a realidade dos prefeitos e prefeitas do nosso Estado. A Famurs é a principal voz dos municípios gaúchos e acredito que ela precisa estar cada vez mais próxima das gestões municipais, principalmente das cidades que, muitas vezes, enfrentam dificuldades para serem ouvidas. Quero colocar minha experiência como gestor a serviço da coletividade, buscando uma atuação transparente, colaborativa e focada em resultados concretos para os municípios. É tempo de renovar, unir forças e fazer da Federação uma ferramenta ainda mais estratégica para todos nós.
JS: Como a presidência da Famurs será de seu partido neste primeiro ano, como o prefeito está trabalhando a sua candidatura dentro do Progressistas no Estado? Tem recebido apoio de outros prefeitos e lideranças progressistas?
Corso: Desde o início, tenho tratado minha candidatura como uma construção coletiva dentro do Progressistas. Estou dialogando com prefeitos e lideranças de todas as regiões do Estado, ouvindo sugestões, entendendo as demandas locais e reforçando a importância de termos uma Famurs mais próxima, mais atuante e, acima de tudo, mais representativa. Tenho recebido apoio importante de colegas prefeitos progressistas. O sentimento que cresce dentro do partido é de unidade e confiança em torno de uma proposta de gestão que valorize cada canto do nosso Rio Grande. Isso me motiva ainda mais a seguir firme neste propósito.
JS: O que irá representar para a nossa região voltar a ter um presidente da federação após quase 30 anos?
Corso: Representará muito. Seria um marco histórico para a nossa região e, ao mesmo tempo, um reconhecimento da capacidade de liderança dos gestores do interior do Estado. Estar à frente da Famurs após quase três décadas sem um representante da nossa região é dar voz, vez e protagonismo à Fronteira Noroeste gaúcha. Temos muitos prefeitos comprometidos, gestores sérios e políticas públicas bem-sucedidas sendo implementadas aqui. Trazer essa vivência para o centro do debate estadual é uma forma de valorizar o que fazemos e mostrar que o desenvolvimento do Rio Grande passa pelas regiões que produzem, que cuidam das pessoas e que constroem soluções mesmo com recursos escassos. É, acima de tudo, uma oportunidade de inspirar outros municípios e fortalecer o municipalismo com olhar mais equilibrado e representativo.
JS: Quais são as suas ideias e prioridades caso seja eleito o presidente?
Corso: Se eleito, minha prioridade será fortalecer a Famurs como uma instituição de escuta, articulação e entrega. Quero uma Federação mais próxima dos prefeitos, que dialogue com todas as regiões e que seja ativa na defesa do municipalismo. Vamos atuar com firmeza na cobrança de um pacto federativo mais justo, na busca por maior autonomia financeira e técnica para os municípios e na construção de uma agenda propositiva junto aos governos estadual e federal.
Também pretendo ampliar a qualificação dos gestores e equipes, fortalecer as áreas técnicas da Famurs e garantir que as associações regionais tenham voz ativa. A entidade precisa ser referência, não só institucionalmente, mas também na geração de soluções práticas para os desafios do dia a dia das administrações. A inovação, a boa gestão e a valorização dos pequenos e médios municípios estarão no centro do nosso trabalho, afinal estes municípios representam a maioria massiva em nosso estado. A Famurs precisa ser uma aliada estratégica, não uma instituição distante da realidade dos prefeitos.
JS: A sua candidatura à presidência da Famurs sinaliza uma projeção para seu futuro político, pensando em uma candidatura a deputado estadual?
Corso: Neste momento, meu foco está totalmente voltado à gestão do meu município e à possibilidade de contribuir com os demais colegas prefeitos por meio da Famurs. A candidatura à presidência da Federação não é um projeto pessoal, é uma construção coletiva que nasce da confiança de outros gestores e da necessidade de uma entidade mais presente e comprometida com os municípios.
Tenho plena consciência da responsabilidade que é ocupar um cargo público, por isso meu compromisso é sempre entregar o meu melhor onde estou. Quanto ao futuro, ele vai depender da vontade da população. Se esse for o desejo das pessoas, se a caminhada for construída com propósito, coerência e apoio popular, com certeza estarei pronto, no momento certo, para dar novos passos. Mas cada coisa a seu tempo, agora é hora de trabalhar pelos municípios e pelo fortalecimento da nossa representatividade dentro da Famurs.
JS: Três de Maio já teve algum prefeito que disputasse oficialmente a presidência da Famurs?
Corso: Até onde temos conhecimento, Três de Maio nunca teve um prefeito que disputasse oficialmente a presidência da Famurs. Isso torna essa candidatura ainda mais simbólica, não apenas para o município, mas para toda a nossa região. É um sinal de que estamos preparados para contribuir em nível estadual, levando a experiência de gestão do interior para o centro das decisões que impactam todos os municípios gaúchos. Representar Três de Maio neste processo é uma honra pessoal e uma oportunidade histórica de dar visibilidade às pautas que muitas vezes ficam em segundo plano nas grandes discussões estaduais.
JS: Qual é a sua principal motivação?
Corso: Minha candidatura à presidência da Famurs não é sobre um nome, é sobre um propósito: fortalecer o municipalismo, valorizar cada região do nosso Estado e construir uma Federação mais próxima, mais técnica e mais representativa.
Sei da responsabilidade que esse cargo carrega e tenho plena consciência de que a presidência da Famurs não pertence a uma pessoa, mas sim aos municípios gaúchos. O que proponho é seguir fortalecendo essa instituição, mantendo sua autonomia, ampliando o espaço de escuta das associações regionais e garantindo que as pautas locais continuem ecoando com força nos espaços de decisão estadual e federal.
Grande parte dos municípios gaúchos é formada por cidades pequenas, onde o prefeito está na porta da prefeitura, onde as pessoas conhecem pelo nome quem cuida da saúde, da educação, da limpeza das ruas, onde os desafios são muitos e os recursos muitas vezes são escassos. Mas também temos cidades de médio e grande porte, com outras complexidades, outras pressões e um papel estratégico no desenvolvimento regional. A Famurs precisa representar todas essas realidades, com equilíbrio, sensibilidade e presença.
Quero ajudar a conduzir uma Famurs que siga sendo autônoma, respeitada, mas cada vez mais próxima da vida real dos prefeitos e prefeitas, de todas as regiões, de todos os portes. Acredito no poder da união, acredito que juntos, podemos fazer história, com responsabilidade, com trabalho sério e com o olhar voltado para quem mais importa, a população das nossas cidades.
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