Programa Terra Forte é apresentando aos produtores rurais de Três de Maio

O Programa de Recuperação Socioprodutiva e Ambiental e Incremento da Resiliência Climática da Agricultura Gaúcha – Operação Terra Forte foi apresentado aos agricultores familiares de Três de Maio na última terça-feira, 12, em um encontro realizado na Câmara de Vereadores. Além de produtores rurais, o evento reuniu autoridades e entidades relacionadas ao setor, entre eles o Sindicato Rural e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e foi conduzida pela Emater-RS/Ascar.

O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul em que serão destinados R$ 903 milhões a 15 mil famílias. O projeto será desenvolvido pela Emater-RS/Ascar.

O secretário de Agricultura de Três de Maio Alexandre Ergang ressaltou que a pasta será parceira no desenvolvimento do programa no município, colocando à disposição as máquinas da secretaria. “Fazia tempo que o governo não aportava recursos em uma demanda tão importante que é a recuperação do solo. Será o primeiro passo e os agricultores que não forem contemplados neste momento não se sintam excluídos. O Governo precisa saber que vocês precisam recuperar o solo. A Emater fará um trabalho técnico, e nós auxiliaremos no que for preciso no desenvolvimento do projeto”, declarou.

O gerente regional da Emater-RS Santa Rosa, Valmir Thume, destacou que entre os 45 municípios de abrangência da empresa pública, o programa contemplará 1.684 famílias, com investimento total de R$ 50 milhões. “No último ano, tivemos muitas chuvas e, mesmo que não tenhamos sofrido tanto, nós perdemos o solo. É uma ação importante pois está destinada a todas as regiões do Estado. Na medida em que ela for desenvolvida, gerará impactos muito significativos para a agricultura, tendo em vista que são 15 mil famílias no Estado”, salientou.

Contemplados receberão até R$ 30 mil para desenvolver ações na propriedade

A apresentação do programa foi conduzida pelo chefe do escritório da Emater de Três de Maio Leonardo Rustick. Em Três de Maio,  serão 62 agricultores familiares contemplados e os recursos devem alcançar R$ 1,86 milhão. Na primeira etapa serão 20 contemplados, na segunda etapa 21 e na terceira mais 21 agricultores. “Um solo recuperado produz mais, tanto quando ocorre a falta de chuvas como quando em excesso. E esse programa vem de encontro com vários problemas climáticos que enfrentamos nos últimos anos. Estamos entusiasmados com o projeto pois prevê insumos de recuperação, mas também existe a contrapartida do produtor rural. Ele deverá aderir às técnicas de recuperação de solo, que vão desde a rotação de culturas ao terraceamento, que beneficiam a lavoura e aumentam a produtividade”, detalhou.

Cada um dos 62 produtores selecionados receberá até R$ 30 mil. Os recursos serão destinados diretamente aos contemplados. “Por isso acreditamos que a ação tenha uma grande adesão. O projeto envolve todas as entidades voltadas ao setor agrícola do município que irão auxiliar no desenvolvimento do projeto entre Emater, Secretaria da Agricultura, Conselho Municipal Agropecuário, Câmara de Vereadores, Prefeitura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Sindicato Rural. A execução será através da Emater, mas a seleção dos beneficiários será feita pelo Conselho da Agricultura”, ressaltou.

O extensionista destacou que, com práticas adequadas, é possível reter mais água nas lavouras. “Precisamos começar a atacar a água onde ela cai, ou seja, na propriedade. Com a água infiltrando no solo, ela estará disponível para a planta em momentos em que há escassez de água. E lembrando que, no ano passado, tivemos um período com 700 milímetros de chuva e no final do ano estávamos decretando situação de emergência por falta de chuva”, pontuou. Entre algumas ações está a rotação de culturas, como o milho que tem raízes mais profundas e que facilitam a infiltração da água no solo.

Rustick pontuou que esses procedimentos poderão beneficiar não só a agricultura, mas em situações como enchentes e enxurradas causadas pelo excesso de chuva. “Se essa água infiltrar no solo evitará que a água escoe para as estradas e lajeados, transborde rios, arraste pontes e pontilhões e cause alagamentos, por exemplo. Além de evitar que essa água leve junto toda a fertilidade do solo”, ponderou.

Entre os critérios de participação, o agricultor familiar precisa ter a DAP ativa (Declaração de Aptidão ao PRONAF) ou a CAF ativa (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar). O produtor também precisa residir na propriedade rural. Segundo a Emater, Três de Maio tem 1.365 produtores familiares aptos a receber o recurso.

As próximas etapas, que incluem período de inscrição e de seleção, serão anunciadas futuramente. Rustick adiantou que haverá um período de visita às propriedades até o produtor ser beneficiado.