Sobrenomes de origem portuguesa predominam em Três de Maio

Apesar de historicamente ser reconhecida pela colonização alemã e italiana, os registros civis revelam influência luso-brasileira no município

Sobrenomes de origem portuguesa predominam em Três de Maio
Santos, Silva e Oliveira tem a maior frequência entre os sobrenomes dos três-maienses

Três de Maio, cidade marcada historicamente pela imigração alemã e italiana,  apresenta um perfil onomástico (ramo da linguística que estuda os nomes próprios) que destoa das tradições de seus antepassados. 

Apesar de a cultura germânica e italiana estar presente na arquitetura, nas festas típicas e nas tradições comunitárias, o ranking de sobrenomes divulgado nesta semana pelo Censo do IBGE, referente ao ano de 2022, revela predominância luso-brasileira — fenômeno também observado em outros municípios do Rio Grande do Sul. 

No município, os sobrenomes que lideram a lista são Santos (5,12%) e Silva (3,34%). Após, aparecem Oliveira (2,38%), Rodrigues (1,39%), Almeida (1,25%), Soares (1,13%), Ribeiro (1,03%), Lima (1,02%), Machado (0,99%) e Borges (0,96%). Entre os dez mais comuns, nenhum remete diretamente aos fluxos migratórios alemães ou italianos que moldaram a cidade no século 20.

O sobrenome Motta, o primeiro da lista de origem italiana, está na 18 º posição no ranking geral, com 129 integrantes. O primeiro registro de sobrenome de origem germânica a aparecer  é da família Weber, na 19 º posição, com 127 integrantes e que corresponde a 0,51% da população.

 

 

Maria e João lideram 

Entre os primeiros nomes, Maria segue como o mais comum entre as mulheres, presente em 2,04% dos registros, ou 509 moradoras. Entre os homens, João ocupa a liderança, com 1,18% das ocorrências, o equivalente a 295 pessoas. Outros nomes femininos frequentes incluem Ana (1,10%), Marli (0,47%), Bruna (0,44%) e Márcia (0,43%), enquanto entre os homens se destacam José (0,83%), Pedro (0,74%), Paulo (0,73%) e Lucas (0,67%).

 

Nomes entre recém-nascidos

Entre bebês nascidos entre 2020 e 2022, Maria lidera a lista com 38 registros, seguida por Alice (27), Miguel (22), João (20) e Arthur (19). Outros nomes em destaque incluem Helena, Enzo, Laura, Heitor e Davi, refletindo tendências nacionais de nomes curtos, fáceis de pronunciar e com forte influência bíblica ou histórica.

Levando em conta registros históricos, o levantamento de 1940 mostra que Maria também era predominante, com 67 registros, seguida por José (21), João (20) e nomes menos comuns atualmente, como Lori, Nelci e Nair.

 

Significados e curiosidades

O nome Maria, presente em 2,97% da população gaúcha — cerca de 323 mil pessoas — têm idade média de 58 anos no Estado. Derivado do hebraico Miriam, significa “senhora soberana” ou “amada”, podendo também ter raízes no sânscrito Maryáh (“virgindade”, “pureza”) ou no egípcio mry (“amada”). Já João, nome de 166.805 gaúchos (1,53%), com idade média de 37 anos, deriva do hebraico Yohanan, e significa “agraciado por Deus”.

Entre os sobrenomes, Silva é o mais comum no Rio Grande do Sul, registrado por 1,14 milhão de pessoas. Derivado do latim e classificado como toponímico, significa “selva” ou “floresta”, possivelmente indicando que os primeiros portadores do sobrenome viviam em áreas densamente arborizadas.

Mais informações podem ser obtidas no site: https://censo2022.ibge.gov.br/nomes/rankings