Campanha de conscientização sobre o câncer colorretal
No mês de março, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e o Ministério da Saúde
reforçam a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoce
do Câncer de Intestino ou Câncer Coloretal (CCR).
O câncer do intestino ou coloretal (CCR) abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus). O CCR é o segundo tumor maligno em incidência na população feminina e masculina, excluindo o câncer de pele não-melanoma, atrás apenas, respectivamente dos cânceres de próstata e mama. São 41 mil novos casos previstos para 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Hoje, a chance de uma pessoa desenvolver a doença é da ordem 4,3%, sendo mais comum em homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham história familiar (casos na família). É previsto, no Brasil, uma elevação nas taxas de mortalidade relacionadas ao CCR até o ano de 2025, principalmente devido ao processo de envelhecimento da população.
O CCR tem cura, porém o estágio da doença, no momento do diagnóstico, é determinante na sobrevida. Assim, enquanto aqueles pacientes com doença restrita à parede intestinal têm sobrevida de 90% em 5 anos, aqueles com doença linfonodal (em gânglios linfáticos), a sobrevida é de 68%, caindo para 10% quando existe comprometimento de outros órgãos à distância.
Infelizmente, apesar da importância do diagnóstico precoce, cerca de 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada. Isto também acarreta um pior prognóstico e maiores custos relacionados a procedimentos diagnósticos e terapêuticos (cirurgia, quimioterapia, radioterapia), tanto ao Sistema Único de Saúde (SUS), como à Saúde Suplementar.

São sintomas do câncer coloretal:
- sangue nas fezes
- alteração do hábito intestinal com diarreia, intestino preso
ou alternância entre diarreia e intestino preso
- dor abdominal, com cólica e emagrecimento
sem causa definida
- cansaço e anemia.
A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO
A ideia e o foco neste mês de março é aproveitar para difundir a importância da prevenção do câncer coloretal, através da prevenção primária e secundária.
A prevenção primária inclui uma série de medidas que visam a remoção de causas e fatores que implicam na elevação da incidência do CCR, tais como: obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, ingestão excessiva de alimentos gordurosos e industrializados, consumo de alimentos defumados/excesso de carnes vermelhas e dieta pobre em fibras (frutas, legumes e grãos).
Por outro lado, a prevenção secundária é realizada através de técnicas de rastreamento que buscam diagnosticar lesões benignas (pólipos adenomatosos) com potencial de transformação para câncer ou estes já instalados, mas em fase precoce e ainda com boas chances de cura. A importância do rastreamento do CCR fundamenta-se não somente na possibilidade do diagnóstico precoce mas, sobretudo, no impacto da retirada por colonoscopia de lesões pré-malignas (pólipos adenomatosos), o que reduz em mais de 50% a mortalidade relacionada a esta doença.
O rastreamento deve ser individualizado segundo o risco de desenvolvimento da doença. A maioria dos programas de rastreamento de pessoas sem risco aumentado, isto é, aquelas que não tem antecedente familiar de CCR, se inicia aos 45 anos ou 50 anos e se estende, em geral, até os 75 anos através da pesquisa de sangue oculto nas fezes e da colonoscopia, considerada por muitos como o padrão-ouro para o rastreamento. Para pessoas com idades entre 76 e 85 anos, a decisão de fazer o rastreamento deve ser baseada em suas preferências pessoais, expectativa de vida, estado geral de saúde e histórico de rastreamento anterior. Pessoas com mais de 85 anos não precisam mais fazer rastreamento do CCR.
Pacientes com histórico familiar de CCR em um ou mais parentes de primeiro grau apresentam risco aumentado para o CCR e sugere-se a realização de colonoscopia 10 anos antes do caso índice ou a partir dos 40 anos(o que vier antes), caso a idade do familiar de primeiro grau ao diagnóstico for inferior a 60 anos. Pacientes com história de retirada de pólipos maiores do que 1 centímetro, múltiplos pólipos ou antecedente pessoal de CCR também são considerados como risco aumentado para o CCR e necessitam rastreamento individualizado.
Como alto risco, são classificadas as pessoas com história de CCR hereditário na forma de polipose adenomatosa-familiar (PAF) ou CCR hereditário não polipose (HNPCC) ou com diagnóstico de Doença Inflamatória Intestinal na forma de pancolite ou colite esquerda. Estes necessitam, por conseguinte, de vigilância ainda mais precoce e rigorosa.
Para finalizarmos, as evidências científicas atuais demonstram claramente a importância da mudança dos hábitos alimentares e estilo de vida na prevenção do CCR, em especial, do exame colonoscópico para o rastreamento de lesões pré-malignas (pólipos) e do CCR.
E LEMBREM, O CÂNCER
COLORETAL TEM CURA,
ESPECIALMENTE QUANDO
DIAGNOSTICADO
PRECOCEMENTE...









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