Bancada do RS na Câmara terá pouca renovação

23 deputados gaúchos foram reeleitos

Bancada do RS na Câmara terá  pouca renovação
Maior bancada da Câmara será do PL

Os gaúchos reelegeram 74% de seus deputados federais, ou seja, dos 31 deputados, apenas sete serão novidade no Congresso Nacional a partir de 2023. Uma renovação de apenas 26%.  A renovação é inferior a eleição de 2018, quando entraram 12 novos deputados e de 2014, quando 20 novatos assumiram uma cadeira.   

Dos 27 deputados que buscavam manter a sua cadeira em Brasília, apenas quatro não obtiveram êxito: Giovani Feltes (MDB), Bibo Nunes (PL), Maurício Dziedrick (Podemos) e Nereu Crispim (PSD). 

Entre os deputados estaduais eleitos em 2018 e que se elegeram deputados federais, são três parlamentares; Tenente-Coronel Zucco (Republicanos) – sendo o mais votado no RS –, Any Ortiz (Cidadania) e Franciane Bayer (Republicanos).

A maior bancada gaúcha será do PT, com 6, dois a mais que em 2018 quando elegeu 5. O PL elegeu 4 deputados (três a mais que em 2018), e MDB, Progressistas, Republicanos elegeram três cada. Em 2018, os partidos haviam conquistado, respectivamente, 4, 4 e 1 parlamentares.

Dos deputados de nossa região, Osmar Terra (MDB) vai assumir o seu quinto mandato seguido como deputado federal. Nas eleições de 1998 e 2002, ficou na suplência. Ubiratan Sanderson (PL) foi reeleito para o seu segundo mandato como deputado federal. Bohn Gass (PT), reelegeu-se para o quarto mandato. Antes era deputado estadual desde 1998.

 

PL terá a maior bancada na Câmara dos Deputados

A maior bancada eleita na Câmara dos Deputados para a próxima legislatura será do Partido Liberal, partido do atual presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, que elegeu quase um quinto das cadeiras na casa, com 99 deputados. O partido triplicou sua bancada comparando às eleições de 2018, quando 33 deputados foram eleitos. Quatro parlamentares do PL são do Rio Grande do Sul.

A segunda maior bancada será do Partido dos Trabalhadores, que elegeu 68 deputados. Foram 12 deputados a mais do que no pleito anterior, crescimento de 21%. Como o partido tem uma federação partidária com o PCdoB e PV, a bancada fica com 80. Do Rio Grande do Sul, são 6 deputados federais eleitos no partido do candidato a presidente Lula.

Na contramão, os partidos que mais perderam representatividade na Câmara dos Deputados foram o PTB, que elegeu somente um parlamentar (em 2018 foram 10), o PSB, que elegeu 14 (contra 32 em 2018) e o PDT, que elegeu 17 no último domingo, contra 28 em 2018.
 

Abstenção no Brasil é a maior desde 1998

As eleições de 2022 marcaram a maior abstenção do eleitorado nos últimos 24 anos. No último domingo 156.454.011 eleitores não compareceram à seção eleitoral, que representa 20,89%. Em 1998, o percentual foi de 21,49%. A abstenção tem crescido desde 2006, quando chegou ao número mais baixo no período, com 16,75%. 

No Rio Grande do Sul, a abstenção foi a maior em 32 anos, conforme os dados disponíveis no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS). 19,83% dos gaúchos não votaram no último domingo, o que representa 1.704.453 de eleitores. O número chegou a ser de 9,14%, menos que a metade do atual pleito.

Entre os municípios da 89ª Zona Eleitoral, o município que registrou a menor abstenção foi Nova Candelária, em que 236 eleitores não votaram (9,31%). O que mais teve eleitores faltosos foi Alegria, em que 16,28% do eleitorado não compareceu às urnas (537). Ao todo, 5.114 eleitores da zona eleitoral não votaram, 13,81%.

 

Brancos e nulos têm menor votação desde 1994

Por outro lado, as eleições presidenciais registraram menor índice de votos em branco e votos nulos. 2,82% dos eleitores anularam o voto, o que representa 3,48 milhões de votos. Já os brancos foram 1,96 milhões, 1,59% dos votos. 

Comparando com os pleitos anteriores, quem compareceu as urnas e não validou o seu voto foi o menor percentual para um primeiro turno desde as eleições de 1994, quando foram 4,06% do eleitorado anulou seu voto.

No Rio Grande do Sul, 3,66% dos eleitores anularam ou votaram em branco para presidente, contra 7,72% dos gaúchos que não escolheram nenhum candidato a governador.

O maior percentual - 14,45% dos eleitores -, que votaram em branco ou anularam o voto, foi para senador, seguido por deputado estadual - 10,28% e  deputado federal teve 10,5% dos votos anulados ou em branco.

 

Assembleia Legislativa é renovada em 43,6%

Dos 55 parlamentares, 31 foram reeleitos e seguem na Assembleia Legislativa. Apenas 24 chegam à casa para o seu primeiro mandato, ou seja uma renovação de 43,6% dos deputados. Na eleição de 2018, a renovação foi de 50,9%.

Outros 13 candidatos que buscavam a reeleição não atingiram o objetivo: Airton Lima (Podemos), Zilá Breintenbach (PSDB), Capitão Macedo (PL), Carlos Búrigo (MDB), Fernando Marroni (PT), Fran Somensi (Republicanos), Gilberto Capoani (MDB), Giuseppe Riesgo (Novo), Issur Koch (Progressistas), Viana (PSDB), Mateus Wesp (PSDB), Rodrigo Maroni (PSDB) e Tiago Simon (MDB).

Quem elegeu mais deputados foi a federação PT-PCdoB-PV com 12, sendo 11 do PT (em 2018, foram 8 eleitos). O PP elegeu 7 deputados (um a mais que o pleito anterior) e o MDB elegeu 6 (dois a menos).

Entre os deputados estaduais eleitos representando a região, está Aloísio Classmann (União Brasil) irá para o seu sexto mandato e Jeferson Fernandes (PT) que havia sido suplente em 2010 e irá para o terceiro mandato seguido. O deputado Ernani Polo (PP) também irá para o seu terceiro mandato seguido. Em 2010, foi suplente.

Assembleia terá mais mulheres em 2023

Para a próxima legislatura, 11 mulheres foram eleitas, duas a mais que em 2018, um crescimento de 22%. O número representa um quinto da Casa Legislativa. Foram eleitas Luciana Genro (Psol, sendo a segunda candidata mais votada do RS); Kelly Moraes (PL); Patrícia Alba (MDB); Silvana Covatti (PP); Sofia Cavedon (PT); Stela Farias (PT); Eliana Bayer (Republicanos); Adriana Lara (PL); Bruna Rodrigues (PCdoB); Policial Nadine Anflor (PSDB) e Laura Sito (PT). As cinco últimas irão para o primeiro mandato.

A bancada de deputados que se declararam negros terá três deputados: Laura Sito (PT), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Matheus Gomes (Psol). O número é maior que em 2018, quando apenas um candidato se declarou negro.

A idade média dos eleitos para a próxima legislatura é de 50,8 anos. Em 2018, a média dos eleitos era de 49,3 anos. O parlamentar mais velho da nova legislatura será o atual deputado Adolfo Brito (PP), com 72 anos. Os mais novos são Matheus Gomes (Psol), com 31 anos, e Laura Sito (PT), com 30 anos (ela completa 31 anos em novembro).