A vida dos três-maienses pelo mundo afora

Aos 23 anos, Eduarda Holler já morou em diversos países pelo mundo. Trabalhando como modelo profissional desde os 19 anos de idade, a três-maiense que saiu de Três de Maio aos sete anos, mas que ainda mantém laços com a cidade, já morou nas ilhas das Filipinas, na Tailândia, na Malásia e até na glamourosa Dubai, nos Emirados Árabes. A rotina de modelo possibilita vivenciar experiências únicas a cada novo trabalho. Atualmente, Eduarda está no Brasil, aguardando a próxima viagem

A vida dos três-maienses pelo mundo afora
Nas horas de folga, Eduarda aproveita para conhecer a cultura do pais. O registro é nas ruas de Mambai, na Índia

Filha de Emerson Holler e Neidi Terezinha da Rosa Silva, Eduarda deixou Três de Maio aos sete anos de idade, quando os pais foram morar em São José do Cedro, em Santa Catarina. Porém, até hoje, a jovem mantém laços com a cidade já que familiares continuam na região, como os avós paternos Zenilda Zimmermann Holler e Egon Holler que residem aqui e a avó materna Lorena da Rosa Silva, moradora de Independência. 

Desde muito cedo, a menina de cabelos longos e corpo esguio já fazia trabalhos para lojas na cidade catarinense. Influenciada pela professora e, principalmente pela mãe que participou de diversos concursos de beleza na região de Três de Maio quando era jovem. "Minha mãe foi quem sempre esteve ao meu lado, me incentivando, já que essa experiência também era um sonho dela. Com certeza o apoio dela foi fundamental para que eu tivesse segurança na minha decisão”, comenta. 

Assim, depois de alguns cursos de modelo e experiência nas passarelas, em 2018, com 19 anos, após se formar no Ensino Médio, Eduarda teve a oportunidade fazer trabalhos fora do país. A primeira temporada foi para Mumbai, na Índia. A previsão era de ficar no país asiático por dois meses. Porém, desde lá, nunca mais parou de modelar em países longínquos e com culturas muito diferentes ao do Brasil.

 

Rotina de modelo

A modelo revela que o seu trabalho pouco possibilita planejar o seu dia a dia com horários fixos. “Todo dia é uma surpresa. No geral tenho uma agenda a seguir, mas pode acontecer de, em algum dia de folga, receber uma ligação da agência falando que em uma hora preciso estar em algum estúdio para fotografar”, conta.

Ela ainda fala que os trabalhos sempre são com pessoas e em estúdios diferentes. “Por isso tenho que estar sempre pronta e dominar a arte de imprevistos”. 

Em geral, os trabalhos têm nove horas de duração, mas é normal passar disso. “Já cheguei a trabalhar 14h sem parar”.

 

Primeira viagem internacional

Quando chegou à Índia, através de uma agência de modelos de São Paulo no final de 2018, Eduarda não falava inglês e muito menos conhecia alguém. “Eu não entendia nada. Nos trabalhos e quando ia fazer compras no mercado me comunicava por mimica e usava o Google Tradutor, no celular. A situação era engraçada – e desesperadora – ao mesmo tempo”, recorda.

Apesar das dificuldades, ela foi aprendendo a falar inglês com os indianos, pois é a segunda língua praticada na Índia.  

"Além de eu não falar em inglês, ainda tinha o problema do sotaque indiano que é bem diferente se você aprender inglês no Brasil. Tudo isso gerava bastante dificuldade de compreensão, mas tudo foi sendo superado aos poucos”, comenta.

 

Registro com os nativos na cidade de Leh Ladakh, na Índia

 

Temporada na Índia e sudeste asiático

Eduarda se identificou com os trabalhos desenvolvidos na Índia. Apesar do diversos cursos que já tinha feito, foi no país que ela pôde aprender sobre poses, fotografias e como movimentar o corpo diante das câmeras.

Na metade de 2019, próximo de encerrar sua passagem pela Índia, a modelo recebeu um contrato para trabalhar em Manila, capital das Filipinas, arquipélago localizado no sudeste asiático. Nas Filipinas, ela iria trabalhar por dois meses, porém, Eduarda gostou tanto do país e do mercado filipino que foram quase dois anos entre idas e vindas.

Dentro desses quase dois anos, a três-maiense passou uma temporada em Bangkok, capital da Tailândia, que também fica no sudeste asiático, península da indochina. “Os novos contratos quase sempre são fechados quando você já está terminando o contrato atual, então eu fico sabendo que vou viajar para outro país poucos dias antes de realmente ir para aquele novo país”, revela  Eduarda.

Quando esteve nas Filipinas, Eduarda pôde aprimorar o inglês, que é usado como segunda língua no país. “Os filipinos são gentis e sempre tiveram muita paciência comigo para me ajudar a praticar o inglês. Fiz amizade com brasileiros que também moram lá e hoje tenho amigos filipinos que levarei para sempre no meu coração”, declara a jovem.

 

Malásia e Emirados Árabes

Além da Tailândia, Índia e Filipinas, a modelo também morou por três meses na Malásia, na capital Kuala Lumpur. Lá, ela dividiu um apartamento com sete modelos, algumas brasileiras e outras da Rússia. “Nos apartamentos de modelo eu sempre divido o espaço com outras meninas, todas vindas de algum lugar diferente do mundo. O que é muito legal, porque assim eu tenho contato com pessoas bem diferentes de mim, o que também, às vezes, é ruim pelo mesmo motivo: as diferenças. Diferenças na organização do espaço dividido, mas que no caminho aprendemos a lidar. Isso nos ensina a ser mais flexíveis na vida também”, descreve Eduarda. Após a Malásia, a modelo retornou ao Brasil no final de 2020.

Já em 2021, o primeiro destino de Eduarda foi Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Após permanecer por três meses em Dubai, ela voltou a morar na Índia, na cidade de Nova Deli, onde permaneceu pelo período de seis meses.  

Apesar da pandemia mundial pelo coronavírus, Eduarda nunca deixou de trabalhar

Eduarda já estampou as páginas da badalada revista Vogue, na Índia. O ensaio acima foi na edição de novembro de 2021

 

Diferentes realidades e costumes

O dia a dia como modelo faz com que Eduarda passe por diversas situações, conheça diferentes cidades do mundo e perceba os diferentes costumes, hábitos, formas de comportamento, de se vestir, padrões e pensamentos. “Eu adoro ver como somos tão diferentes uns dos outros e tão iguais ao mesmo tempo. Cada um com sua singularidade. Todos, no fundo, buscando a mesma coisa: paz de espírito, felicidade, uma vida melhor”, ressalta a três-maiense.

Morar fora sempre foi um sonho para ela, mas não esperava que fosse acontecer tão cedo e muitos menos em tantos lugares diferentes. “Sou totalmente grata por ter essas oportunidades. Gostaria que todos pudessem, pelo menos uma vez na vida, ter essa experiência, para assim abrir a cabeça, entender mais o lado do outro, ver a vida com outra perspectiva e, sermos mais sensíveis e humanos”, diz emocionada.

 

Amor pelo Brasil

Morando em alguns países pobres de infraestrutura e de poucas oportunidades, como a Índia, por exemplo, Eduarda afirma  que o Brasil é um país lindo, rico e gostoso de se viver. “Embora ainda tenhamos bastante desigualdade social, o povo é amável, as cidades são limpas e nossa culinária, para mim, é uma das melhores do mundo”, comenta. “Fico feliz em dividir a vida com tantas pessoas diferentes de mim, viajar para lugares que nunca imaginei conhecer, de ver as coisas de outro modo, de descobrir coisas que nunca pensei que saberia”, relata agradecida.

Outra diferença destacada  é a facilidade que os brasileiros têm no acesso à saúde pública. Apesar de tudo não ser uma maravilha, Eduarda revela que a maioria dos países em que morou não possui um sistema como o SUS, que  permite acesso a muitos atendimentos e procedimentos sem custo. “No exterior, pelo menos nos países onde morei, os hospitais são todos privados e com serviços a um custo bem alto, infelizmente”, lamenta.

Esse ano, Eduarda completa quatro anos viajando pelo mundo. Atualmente está em terras brasileiras aguardando a próxima viagem. No final de semana passado, ela esteve na região visitando a mãe e familiares. “Eu amo o Brasil e sinto saudade do país quando não estou por aqui”, declara. 

A jovem segue com planos para outras temporadas fora do Brasil, viajar e conhecer lugares exóticos, que são seus preferidos.