TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - A IGREJA MATRIZ CATÓLICA: PARTE I

A IGREJA MATRIZ CATÓLICA: PARTE I

Demorou algum tempo até os primeiros católicos chegarem na região de Santa Rosa -Buricá começarem a se organizar. 
A primeira necessidade foi abrir áreas de plantio para garantirem sua subsistência. Mas após a chegada de Albino e Glória Veronese, de Caxias do Sul, em 1918, o casal assumiu uma liderança à frente dos demais colonos e começou a realizar catecismos em sua própria residência. No lugar, também se começou a discutir a respeito do local onde poderiam construir uma capela. 
Casemiro Kochewitz, um dos primeiros imigrantes poloneses a chegar à região, doou um dos lotes de terra que possuía bem em frente ao local onde ocorriam os encontros, na residência da família Veronese, e a partir daí começaram-se os trabalhos para construção de uma capela. A esposa de Casemiro, Luiza Demchinski, de orientação protestante, concordou muito a contragosto com aquela doação.
Logo começaram a arrecadar junto aos colonos as tábuas necessárias, serradas de graça pelo serralheiro, e Albino Veronese, Antônio Bonfanti e Alexandre Perger, iniciaram os trabalhos de construção da capela. 
Como morava bem em frente ao terreno, Glória Veronese por muitas vezes ia até a obra levar água para os homens e verificar se necessitavam de algo. Numa dessas oportunidades, inclusive subiu na escada para segurar os caibros da cobertura que estavam sendo instalados.
Não demorou muito, a comunidade recebeu o primeiro ministro a passar pela região, o padre Garcia. Um tempo depois, passou a vir de vez em quando de 14 de Julho (atualmente chamada de Santa Rosa) o padre Hermenegildo Gambetti, que se hospedava na casa de Albino e Glória Veronese, e enquanto ainda não concluíam a capela, continuava rezando as missas na residência da família. 
Os fiéis chegavam de todos os cantos para acompanhar a cerimônia, e em sua maioria, eram pessoas bastante incultas, sem quaisquer trejeitos para participar de uma cerimônia religiosa, possuindo apenas uma profunda fé em Deus. Até o celebrante era cumprimentado em altas vozes por aqueles que chegavam com a cerimônia já iniciada. Após a missa, Glória Veronese e mais algumas mulheres preparavam um grande almoço, que era servido a todos. 
Como a doação do terreno por parte de Casemiro Kochewitz havia sido feita somente verbalmente, no dia 19 de junho de 1922 o padre Gambetti, remeteu a Mitra de Uruguaiana uma procuração em nome de Casemiro e sua esposa, referindo-se a doação do terreno com dois mil e quatrocentos metros quadrados para edificação de uma capela ou igreja. Dizia ainda no documento: “O instrumento público foi legalmente preparado na cidade de Cruz Alta por ali residirem os ofertantes do lote citado levando o referido instrumento de procuração a assinatura do primeiro notário sr. Ricardo Widal e testemunhas correspondentes; número do livro 4g-fls. 74 de 1° traslado, com a data de 02 de junho de 1922. Constitui hoje o lugar citado onde será construída a capela ou igreja católica uma sede chamada ‘Três de Maio’ (Buricá).”
Após concluída a construção de uma bela capela de madeira, no dia 22 de fevereiro de 1926, chegou para prover o curato o padre tirolês, João Baptista Torggler, vigário de 14 de julho, com a intenção de organizar o que faltava para um novo vigário que havia sido nomeado para cuidar do encaminhamento espiritual dos homens e mulheres de Buricá, o padre italiano Vicente Testani, que finalmente assumiria suas funções junto aos fiéis da Vila Buricá no dia 21 de fevereiro de 1928. E a partir daí, as coisas começariam a tomar uma outra proporção.

Primeira capela da comunidade católica de Três de Maio construída no mesmo local da atual Igreja Matriz. Ao lado a torre do sino. Ao fundo é possível ver a Casa Canônica e o Colégio das irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus

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