‘Se houvesse mais apoio familiar e governamental, mais jovens permaneceriam na atividade rural’

Filhos de agricultores, o casal Tiago Jose Nicoletti, 34 anos, e Dione Jeziorski, 31, quer dar continuidade à atividade que os pais dedicaram à vida. Tiago é filho de Ivalmir Nicoletti, 69 anos, e Ines Lugoch Nicoletti, 64, de Nossa Senhora de Lurdes. Dione é filha de Adilson Jose Jeziorski, 64 anos, e Vera Hermes Jeziorski, 63, agricultores de Quaraim.
Desde 2012, quando casaram, eles residem em Nossa Senhora de Lurdes.
Tiago conta que por um período esteve longe da propriedade rural dos pais e trabalhou em diversos ramos. “Em 2009 fui morar e trabalhar em Bento Gonçalves, onde trabalhei em um posto de combustíveis, por meio ano”, revela.
Pouco tempo depois ele retornou e trabalhou em um laticínio, “mas conciliava o trabalho com o trabalho rural”, diz.
Apesar de ter outras experiências profissionais, Tiago sempre teve vontade de permanecer trabalhando na agricultura. “Trabalhei em outros lugares, mas sempre gostei da agricultura. Quando meus pais se aposentaram vi que era hora dar continuidade à história que eles iniciaram. Então resolvi trabalhar só na agricultura”, ressalta.
Já Dione trabalhou em uma fábrica, por dois anos. Quando casou, trabalhou como costureira por oito meses e em uma empresa de laticínios, por dois anos. “No começo, não queria trabalhar na agricultura, mas, com o passar do tempo, comecei a gostar da nova profissão. Hoje gosto de morar e trabalhar no interior”, declara a agricultora.
Ela acrescenta que, apesar do trabalho intenso, é bom viver no campo. “Damos o nosso melhor todos os dias, mas dependemos muito do clima para os resultados de nossa produção. Aqui temos dias bons e ruins, como em todas as profissões. E poder criar a nossa filha em meio a natureza é muito gratificante”, relata Dione.
Na propriedade, são 50 hectares entre áreas de terra da família de Tiago e outras que foram sendo adquiridas com o tempo. Na atividade leiteira, são 14 vacas com produção média de 200 litros/dia. “Conciliando leite e grãos, conseguimos ter uma renda mensal boa. Além do mais, trabalhando no que é meu, eu posso fazer do meu jeito, como acho melhor. Trabalho em um local aberto e livre”, pontua.
O agricultor acredita que, se houvesse mais apoio – tanto familiar quanto governamental –, mais jovens permaneceriam no campo. “Da família, no sentido de deixar os filhos assumirem a propriedade para que eles possam fazer do jeito deles, e governamentais para que tenha mais financiamentos com juros menores para poder investir em mais terras e tecnologias.”
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