‘Amo a calmaria e a liberdade de estar no meio rural’

‘Amo a calmaria e a liberdade de  estar no meio rural’
Desde muito cedo, Júlia Ressel tem afinidade com a vida do interior, principalmente com os animais. Aos 21 anos, a jovem optou por ficar na propriedade da família, em Caúna Baixa

“Aqui é meu lugar. Amo a calmaria do interior e a liberdade de estar no meio rural. Sou feliz e realizada por poder trabalhar na nossa propriedade, estar junto aos animais e com a minha família. Aqui partilho vivências e momentos”, este é o sentimento de Júlia Roberta Ressel, 21 anos, que está dando seguimento na atividade leiteira junto dos pais.

A jovem mora na propriedade rural com os pais, Geraldo Ressel e Ilaine Neuhaus Ressel, ambos com 58 anos, em Caúna Baixa, interior de Três de Maio. Eles trabalham com a produção de grãos e na atividade leiteira, em uma área de 32 hectares. Na produção de leite, são 24 vacas, com média de 670 litros/dia, através do sistema semi-integrado. O irmão Jonatan, 33 anos, não seguiu na atividade da família. 

Desde muito pequena Júlia esteve envolvida nas atividades da propriedade dos pais. E pela afinidade com animais, a jovem agricultora optou pelo curso de Medicina Veterinária. Atualmente está no 6° semestre da Faculdade Santo Ângelo - Fasa. “Optei pelo curso de Veterinária porque gosto de estar envolvida com as atividades ligadas ao meio rural e principalmente com os animais, além de buscar qualificação para melhorar os processos na propriedade, visando maior eficiência”, explica a jovem.

Como o curso é na modalidade de pedagogia da alternância, Júlia consegue conciliar o trabalho na propriedade com a faculdade. “Somente fico fora de casa nos períodos em que a faculdade exige as aulas presenciais”.

A estudante ainda destaca que é muito importante que os jovens permaneçam no campo, para a produção de alimentos. “Também é muito necessário que se tenha investimentos em saúde, educação, acessibilidade, habitação e acesso a créditos para melhorias em infraestruturas e tecnologias no campo, buscando melhorar a qualidade de vida das pessoas que permanecem no campo e facilitar as atividades diárias”, ressalta.

Júlia avalia que alguns conceitos precisam ser desmistificados. “Por muitas vezes ser agricultor era motivo de vergonha. Porém não vejo assim. Ser produtor rural ou agricultor é uma das profissões mais gratificantes. Somos responsáveis por produzir alimentos para pessoas, afinal pelo menos três vezes ao dia, é necessário alimentar-se”, considera. 

Ela finaliza, ressaltando que “hoje, nós jovens, devemos realizar mudanças e buscar ao máximo a eficiência nas propriedades com a implementação de tecnologias e com auxílio de políticas públicas”.