Maternar sem julgo!

Acredito que toda mulher que decide ser mãe assume o papel mais “julgado” ou “palpitado” de sua vida. Se teve o primeiro filho, perguntam: quando vem o segundo? Se separou do marido e quer ter mais um filho: credo, dois filhos de pais diferentes? No puerpério então: essa criança chora porque tem fome, teu leite é fraco, tem que dar chá para as cólicas e aí vai (daria um livro). Por isso intitulei meu texto dessa forma: Maternar sem julgo.
Sou uma pessoa muito reservada e acredito que chegou o momento de compartilhar minha história não para receber méritos ou críticas, mas simplesmente porque pode servir para outras mulheres. Acredito que temos muito a aprender com as experiências das outras, apenas aprender.
Quem me conhece desde adolescente deve lembrar o quanto eu falava em não ter filhos. Não via “vantagem” nenhuma, apenas perdas: da minha liberdade, do gasto financeiro, da qualidade do sono, da vida social... E, assim, convenci meu companheiro a seguirmos a vida apenas nós 2.
Pois bem, chegou um tempo em que ele me colocou na parede: agora quero ser pai, será contigo? Opa! Pera aí! Pensei, conversamos e decidimos engravidar, mas sem neura. Estávamos 15 anos juntos, e começava a fazer sentido ter um bebê.
Pois bem, ficamos dois anos e meio sem proteção, fizemos todos os exames necessários, não tinha “problema” com nenhum de nós. Aí atrasou minha menstruação dois dias, fiz teste e positivou. Deveria ser: Obaaaaa, seremos pais! Só que não! O resultado me fez chorar por dois dias seguidos: o que eu tinha feito da minha vida??? Passado o desespero, veio o início de curtir a gestação. Optamos por não contar a ninguém até o terceiro mês. Quando estava com oito semanas, fiz a primeira ecografia e para surpresa imensa, eram gêmeos. O que??? Como assim??? Aí fiquei uma semana toda em choque! Pois bem, passado mais esse desespero, bora lá curtir a gestação!
Nasceram então Iuri e Naiomi, que hoje estão com seis anos. Nasceu ali uma mãe, e essa mãe foi se transformando em uma leoa que protege e cuida suas crias com unhas e dentes. São pessoas fantásticas, extremamente cativantes. Cresceram em meio à nossa empresa, pois moramos junto. Me ensinaram e me ensinam cada dia que o amor se constrói com respeito e com paciência. Acompanhar as atividades diárias da escola, o desenvolvimento a cada ano, agora aprendendo a ler e escrever, são tantos cuidados rotineiros que transformam nossa relação de mãe e filhos em uma construção gigante de respeito e união.
Vamos lá! Não termina por aqui... Depois de 22 anos de união estável, veio a separação. Romper o laço depois de tantos anos também não é fácil, e mesmo separados tivemos alguns momentos “remember”. E assim, engravidei novamente. Dessa vez não teve choradeira nem choque. Apenas me questionei por alguns meses: por quê???
Enfim, em janeiro desse ano recebi o Noan, o pacotinho de Deus na minha vida. Continuamos a morar junto com a empresa (eu e as crianças), então consigo de alguma forma auxiliar no trabalho desde que o pacotinho tinha 16 dias de vida. Empreender em casa, junto aos meus filhos, não tem preço! Não é o maior faturamento, não é a empresa mais top, mas é nossa Casa. Onde tem muito amor e dedicação, correria e conquistas. Entendo que o Noan veio para completar o que faltava na nossa família. Se os gêmeos são cativantes, o pacotinho é encantador ao primeiro contato. Ser mãe mais madura foi o melhor sentimento que tive: mais sereno, tranquilo e intencional.
E sabem as vantagens que eu não via em ser mãe? Foram todas estampadas aos meus olhos cada vez que olho para os sorrisos banguelas dos pitocos e o sorriso de gengiva do pacotinho. Resumindo em uma palavra: amor! Essa é a principal vantagem. Hoje meus dias se dividem em cuidar das crianças e trabalhar. Mesmo sabendo que em 10-15 anos eles “se vão” penso que se me dediquei a eles e pude formar pessoas do bem, poderei então me dedicar a mim, a amigos, e àquilo que a vida social nos disponibiliza.
Sou grata a Deus por me confiar o cuidado de três pessoinhas. Sou grata à Ele também por estar sempre comigo.
Feliz Dia das Mães a todas que tomaram essa decisão! Que possamos compartilhar sempre nossas experiências para edificar a vida umas das outras.
Luísa Irber Redel, 39 anos, mãe de Iuri Redel da Silva, 6 anos,
Naiomi Redel da Silva, 6 anos, e Noan Redel da Silva, 3 meses
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