ECOS DO TEMPO: Elsa Leviski Schareski: Uma história de fé, amor e gratidão
Elsa Leviski Schareski nasceu no dia 2 de fevereiro de 1937, na localidade de Quaraim, em Três de Maio. Hoje com 88 anos de idade. Lembra que Quaraim era um lugar pequeno, mas já tinha a sua capela, que era motivo de alegria para todos, mesmo que a família dela morasse um pouco distante dali.
Ela conta que a vida no interior era cheia de simplicidade e encanto. Elsa estudou apenas três anos, mas as lições da infância ficaram guardadas no coração. Brincava de “letz”, de balanço e corria pelo potreiro com os irmãos e amigos. Também desde cedo ajudava em casa: fazia comida, ajudava nos bolos e tortas, tirava leite e capinava… sempre com disposição.
A mãe, por ter problemas de saúde, ficava em casa cuidando dos filhos, e assim Elsa cresceu com muita responsabilidade, mas também com muito carinho.
Foi em Quaraim, onde morava, que conheceu seu grande amor: Vasco Schareski, o vizinho que logo se tornaria seu marido. Ela tinha 18 anos quando começaram a namorar e, pouco mais de um ano depois, casaram-se. Foram morar na colônia e ganharam terras do sogro. Elsa sempre trabalhou na agricultura e trabalhando como dona de casa. Era uma vida difícil, mas também cheia de conquistas, pois era algo que gostava muito de fazer. Também foi costureira, confeccionando roupas para a sua família.
No ano de 1983 foi residir com sua família na cidade de Três de Maio. Deste lindo matrimônio nasceram cinco filhos: quatro meninas — Claudete, Elane, Marli e Marinês — e um menino, Valdir (in memorian). A família foi crescendo e, com ela, o orgulho de Elsa. Hoje, Elsa tem quatro genros, sendo um (in memorian), seis netos, sendo dois (in memorian), quatro netas, uma (in memorian) e dois bisnetos e duas bisnetas. Os netos e bisnetos são fonte de muita alegria “cada um com seu jeitinho especial”, diz, com o olhar meigo e sorridente de quem tem o coração cheio de amor.
Também é com amor e orgulho que fala dos filhos — Valdir se tornou um grande construtor, admirado por todos pela sua habilidade. As filhas seguiram profissões diversas.
A vida, porém, também trouxe dores. O momento mais difícil foi a perda do filho Valdir, em um acidente de trabalho. Elsa ainda se emociona ao lembrar, porque ele era um homem bom, que sempre aconselhava a não falar mal dos outros, dizendo que “a porta do céu fica fechada para quem guarda maldade no coração”.
Pouco tempo depois, no dia 5 de agosto de 2001, seu marido Vasco, faleceu, indo para a casa do pai. Ele foi seu companheiro de vida e de fé. O casal rezava o terço todos os dias. Ela seguiu o mesmo caminho: uma pessoa com muita fé e oração, foi ativa no grupo Legião de Maria. Hoje continua uma vida de fé, rezando o terço todos os dias, é devota a Nossa Senhora Aparecida e Santo Antônio e diz que não consegue dormir sem rezar, e os filhos e noras pedem que ela ore por eles, o que faz com todo o seu amor e fé.
Há cinco anos, sua morada é a Associação Tresmaiense de Amigos dos Idosos - o Lar dos Idosos. Diz que no começo estranhou, mas agora está acostumada e que gosta da vida que tem.
Elsa, durante toda a sua vida, fez muitas amizades, sempre acolheu a todos com muita alegria e essa facilidade para fazer amigos permanece até hoje. No Lar criou um círculo de amizade com os idosos e com aqueles que trabalham lá. Diz que o lugar é limpo, cheiroso, organizado e que a comida é muito boa. Hoje, já não consegue fazer tudo sozinha, usa cadeira de rodas, mas mantém o bom humor e o coração agradecido.
Mesmo no Lar dos Idosos é bem acolhida pela sua família que a visitam com frequência e a equipe de profissionais, com dedicação e carinho não deixam de dar a atenção necessária.
Do passado, guarda lembranças bonitas: o pai colono forte, pioneiro. Do presente, guarda o orgulho das filhas que estudaram e nunca repetiram de ano, e dos netos e bisnetos que enchem sua vida de alegria.
E como conselho para os jovens, Elsa deixa suas palavras simples e cheias de verdade: “Estudem, se cuidem, para que tenham uma vida boa.”









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