Vidas perdidas pela Covid-19

Lembranças e saudades. Esses são os sentimentos que definem o ano de 2020 para muitas famílias, especialmente aquelas que perderam entes queridos, vencidos na batalha contra a Covid-19. O luto representa o sofrimento daqueles que ficaram, pois nem ao menos puderam se despedir de seus familiares. Em um ano totalmente atípico, dominado por um “inimigo invisível”, mas tão temido, até mesmo os atos fúnebres não podem ser realizados.

Na semana passada, Três de Maio e municípios da microrregião registraram os primeiros óbitos provocados pelo coronavírus.

 
Na sexta-feira, 28 de agosto, Três de Maio registrou duas mortes pela doença. A primeira, por volta das 12h, foi de Norma Maria Schorn Schons, aos 77 anos. Costureira há mais de 55 anos, era muito conhecida e querida na comunidade; fez história costurando inclusive, muitos uniformes para blocos de carnaval. 

A família recorda com carinho de Norma, pela sua amorosidade, generosidade e empatia; além de ser muito prestativa com todos – pois não media esforços para ajudar. Ela deixou enlutados o esposo, cinco filhos, três noras e dois genros e dez netos.

 
Norma ficou 12 dias internada, entre o hospital de Três de Maio e a Unidade Dom Bosco, em Santa Rosa, quando  na última sexta-feira, dia 28, seu quadro de saúde se agravou e veio a óbito.

Norma Maria Schorn Schons,  77 anos, de Três de Maio

Já por volta das 21 horas, Paulo Ricardo Tomasi, mais conhecido como Paulico, também, veio a óbito. Titular do Tabelionato e Registro Civil das Pessoas Naturais do Município de Três de Maio desde 4 de dezembro de 1987, Paulo Ricardo era muito conhecido na cidade. Entre as diversas atuações nas entidades sociais, foi presidente da Sociedade Guaíra, presidente do Clube Buricá, presidente do Rotary Club, além de professor e diretor da Escola Monteiro Lobato. 

Aos 70 anos, ele não resistiu à doença. Ficou internado 22 dias na Unidade Dom Bosco, em Santa Rosa e faleceu devido a uma parada cardiorrespiratória em decorrência da Covid-19.

Deixou enlutada a esposa Maria do Carmo – uma união de 48 anos –, e as filhas Fernanda, Juliana, Candice e Karina; bem como os genros Fabiano, Aguinaldo, Alexandre e Cristiano; e os netos Eduardo, Nina, Fernando e Enrico.

A família fala com carinho de “Paulico”, pois ele “amava a vida, a família e os amigos”. Natural de Três de Maio, antes de assumir o cartório, ele era tabelião substituto, de Clóvis José Tomasi (titular na época). Havia iniciado no cartório em 2 de janeiro de 1972. E, entre os cargos assumidos, também foi secretário da Câmara de Vereadores do Município.

Paulo Ricardo Tomasi, 70 anos, de Três de Maio

São José do Inhacorá teve o primeiro óbito causado pelo coronavírus no domingo, 30 de agosto. A agricultora aposentada Lourdes Kirch Willers, de 70 anos, era casada, tinha quatro filhos e morava no Centro da cidade.

Lourdes Kirch Willers, 70 anos, de São José do Inhacorá

Já na terça-feira, 1º de setembro, o empresário de Nova Candelária, José Lermen, 62 anos, foi outra vítima da Covid-19. Morador de Santa Rosa, Lermen era proprietário da Gráfica Rex e Rex Embalagens, instaladas em Nova Candelária. Ele faleceu por complicações provocadas pela doença, depois de permanecer duas semanas na Unidade Dom Bosco, de Santa Rosa. Ele era casado e pai de duas filhas. Com ampla atuação social, foi integrante do Rotary Clube e governador do Distrito 4660 na gestão 2012/2013.

José Lermen, 62 anos, empresário de Nova Candelária

160 casos até ontem, com 143 recuperados

Desde o início da pandemia, 160 pessoas foram contaminadas pela Covid-19 no município. Destas, 143 já estão recuperadas e 17 em acompanhamento. 36 pessoas aguardavam, até ontem, o resultado de exames laboratoriais.

Na região da 14ª CRS, Três de Maio está em segundo lugar em número de casos, atrás de Santa Rosa com 1.083 (até quarta). A região tinha, até quarta, 1.937 casos na região, sendo 67,8% curados.