A IMPORTÂNCIA DE VACINAR AS CRIANÇAS CONTRA A COVID-19
‘Com a vacinação, podemos iniciar as atividades escolares praticamente sem a perspectiva de interrupção por causa da Covid-19, o que é muito bom para os pais e professores e, principalmente, para as crianças’, afirma o doutor em Epidemiologia Luís Antônio Benvegnú, que defende a vacinação infantil
Para esclarecer dúvidas sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19, o Jornal Semanal entrevistou o médico de Família e Comunidade Luís Antônio Benvegnú, que tem Doutorado em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas e pela Unversidade de Massachussetts – EUA. Ele coordena o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Amufron (Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste) e explica a importância de imunizar os pequenos. Confira a entrevista.
A vacina contra a Covid-19 é segura para as crianças?
A Organização Mundial da Saúde aprovou a vacinação em crianças e a Anvisa, que trata destes assuntos no Ministério da Saúde no Brasil, comprovou a segurança e eficácia da vacina contra a Covid-19. Além disso, ela já foi usada em diversos países.
O que você tem a dizer aos pais que estão em dúvida quanto à vacinação?
Lembrar que as crianças desde que nascem recebem uma série de vacinas. Muitas delas com vários reforços. E graças a isso temos gerações de crianças muito mais saudáveis do que antes do advento das vacinas. Vamos lembrar que diversas doenças as crianças “não têm mais” como a paralisia infantil, a coqueluche, o sarampo, entre outras, por causa da vacina.
A vacina pode ter efeitos colaterais? Quais os principais?
Sim, pode. Os efeitos observados até o momento são brandos na grande maioria das vezes. Mas todas as vacinas e medicamentos podem apresentar efeitos adversos. Alguns estudos estimam que a probabilidade de ter efeitos adversos da vacina contra a Covid-19 é menor do que alguns analgésicos como paracetamol e dipirona.
As reações dependem de cada pessoa e o fato de ter ou não reação não está associado com a resposta imunológica que se espera da vacina. Quando ocorrem, as principais reações observadas são no local da aplicação (dor, inchaço e vermelhidão), cansaço ou mal-estar, dor de cabeça, dor muscular e calafrios. Também pode ocorrer febre, diarreia, vômitos e dor nas articulações. Normalmente a duração destas reações é de um a dois dias. Destaco que se formos ler a bula dos remédios mais utilizados no cotidiano também veremos muitos destes sintomas como possíveis reações. Então, o que devemos fazer quando uma criança vacinada apresenta reações é observar a evolução dos sintomas e, persistindo, procurar orientação no serviço de saúde onde foi aplicada a vacina.
Para crianças sem comorbidades a vacinação também é de extrema importância?
Sim, apesar de até o momento as crianças serem um grupo com muito poucos casos graves. No entanto, apesar da maior probabilidade de uma evolução mais grave em pessoas com comorbidades, isso também pode acontecer naquelas sem comorbidades. Isto vale também para as crianças. Outra questão é que as crianças vacinadas têm menos chance de transmitir o vírus, o que ajuda a combater a pandemia e protege os demais familiares.
Em nível de país a vacinação de crianças está baixa. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Como houve esse alarido em relação à necessidade ou não de vacinar as crianças é normal que a procura da vacinação seja mais tímida no início, mas em seguida deve aumentar.
A vacinação das crianças pode trazer mais tranquilidade para o ano letivo?
Sim, com certeza traz mais tranquilidade. Iniciar as atividades na escola praticamente sem a perspectiva de interrupção por causa da Covid-19 é muito bom para os pais e professores e, principalmente, para as crianças.









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