Com bom desenvolvimento, soja renova esperança de uma boa safra

Depois de 80? perda no milho, causada pela estiagem, clima favorável para a cultura da soja dá novo ânimo aos produtores

Com bom desenvolvimento, soja renova esperança de uma boa safra
Clima favorável gera boa expectativa na produtividade da soja na região

A safra de verão começou com apreensão dos produtores com a chegada do fenômeno La Niña. Os meses de setembro, outubro e novembro foram de estiagem. Com isso, a cultura do milho foi extremamente prejudicada, com perda de 80% da produção. A falta de chuva também afetou o plantio de soja, que foi semeada apenas em dezembro. A bacia leiteira também sofreu com a falta de pastagens devido à escassez de chuva. O Jornal Semanal conversou com o chefe do Escritório da Emater em Três de Maio, Leonardo Rustik, para fazer um balanço da situação da agricultura no município.

 


Milho teve perda de 80% com a estiagem


A cultura do milho foi muito afetada pela estiagem de setembro a novembro. De acordo com o chefe do Escritório da Emater em Três de Maio, Leonardo Rustik, a perda foi de 80% da produção. A área total plantada foi de 6.600 hectares, com expectativa de colheita de 7.800 quilos por hectare, mas a atual produção foi de apenas 1.560 quilos. Ao todo, 76% da área plantada já foi colhida. O restante encerra no decorrer dos próximos meses.


“Esta é uma perda muito significativa. Está impactando muito nos custos de produção pela escassez do produto no mercado. Então, os consumidores estão sentindo a escassez do produto e a alta do preço. Está variando de R$ 76 a R$ 80 a saca paga ao produtor”. 

 


Soja tem bom desenvolvimento, apesar do atraso no plantio


A soja está 100% semeada nos 20.200 hectares destinados a cultura, em Três de Maio. A expectativa de colheita continua a mesma inicial que é de 3.300 quilos por hectare, uma vez que as chuvas normalizaram, portanto, a soja  está se desenvolvendo normalmente. “Nós tivemos um atraso de semeadura no início, pois normalmente o município concentra em novembro, mas em função da falta de umidade, os produtores foram obrigados a fazer a semeadura em dezembro, um mês mais tarde. Por outro lado, esse atraso não significa perdas até o momento, porque o clima de dezembro para cá, foi bem favorável, com chuvas. Chuva, umidade e calor é o que as culturas de verão necessitam”, destaca. 


Leonardo explica que no momento dá para dizer que, mesmo com o atraso na semeadura, não há perdas apontadas. “A cultura se desenvolve de forma normal. Se o clima continuar assim nos próximos meses, acreditamos que teremos uma safra dentro da normalidade, se não houver nenhum fator climático no caminho”.

 


Bacia leiteira está quase recuperada


A estiagem que durou de setembro a novembro dificultou o crescimento das pastagens. Como consequência, houve redução em torno de 15% na produção de leite. Com a volta das chuvas em dezembro, as pastagens se recuperaram e a produção está quase dentro da normalidade, explica Rustik. A produção média em Três de Maio que é de 90 mil litros de leite por dia, hoje está em cerca de 85 mil litros diários.