TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - A ESQUINA WÜNSCH

TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - A ESQUINA WÜNSCH

A ESQUINA WÜNSCH

Bruno Wünsch, nascido em 06 de outubro de 1910, em Venâncio Aires, veio ainda criança para a região de Buricá, depois que seu pai havia falecido vítima de um câncer. Em 20 de outubro de 1931, casou-se com Helga Wanda Breuning e o casal acabou tendo três filhos: Kurt (1933), Günter (1934) e Asta (1942). 
Numa região há sete quilômetros do povoado de Buricá, à beira da estrada para Ivagaci (hoje, continuação da Rua Ivagaci que passa pela área industrial II), Bruno Wünsch montou uma casa comercial (Lat. -27.732849 Long. -54.199739), a qual deu o nome de “Wünsch & Filhos”, e no estabelecimento passaram a comercializar de tudo, como tecidos, louças, farinha, banha, etc... mas o que mais se vendia para os colonos da região era sal e querosene, necessário para acender as lamparinas que iluminavam as residências à noite. Além disso, Bruno Wünsch passou a também comercializar combustível no local, através de uma bomba de combustível tocada à manivela instalada em frente à sua loja, e que segundo relatos, teria sido uma das primeiras de Três de Maio. 
A principal moeda de troca na época era os porcos que depois eram carregados na carroceria de um caminhão e levados para serem comercializados em São Paulo, quando, após, retornavam com o veículo entulhado de mercadorias para revender na casa comercial. 
Um dos motoristas da empresa era o jovem Arno Winter, o qual, em uma destas viagens, acabou negociando com a fábrica da Wolkswagen em São Paulo a possibilidade de trazer uma concessionária da empresa para Três de Maio, já que seu patrão, Bruno Wünsch, possuía sociedade na empresa Buricá Veiculos, e por isso, rapidamente as tratativas acabaram resultando hesitosas. 
Com boa clientela, a casa comercial de Bruno Wünsch foi prosperando e atraindo mais moradores que se estabeleciam no lugar com outros negócios, como um açougue de propriedade de Júlio Voos, uma ferraria de propriedade do Sr. Wacholz (que funcionava na base do fole), uma sapataria, e mais tarde até uma fábrica de carroças. Depois, uma pequena igreja presbiteriana também foi construída, e um vilarejo com um comércio pujante foi aos poucos se projetando. 
Logo todos os moradores da região de Caúna começaram a vir comprar no estabelecimento e o local passou a ficar bastante movimentado. Assim, como a Wünsch & Filhos era a principal referência do lugar, consequentemente o povoado passou a ser chamado de Esquina Wünsch. 
Nos anos que se seguiram, o filho mais velho de Bruno e Helga, Kurt Wünsch, casou-se com Selmira Frühling, filha de Edmundo Frühling e Berta Groders, casal que havia se estabelecido na região em 1940, e que após alguns anos trabalhando com uma desnatadeira para fornecer matéria-prima para a Laticínios 3 de Maio de Germano Dockhorn, montaram uma serraria às margens do Lajeado Lambedor, próximo à Esquina Sipp, onde se estabeleceram, e Selmira passou a trabalhar ajudando o marido no balcão da Wünsch e Filhos, vendendo tecidos. 
Já Günter Wünsch casou-se com Marlene Tesche, filha de Fredolino Tesche e Medina Amália Mrogisnki, a qual havia sido criada pelos avós, Emilio e Emília Tesche, após sua mãe falecer quando ela era ainda muito pequena. 
A filha, Asta Wünsch, casou-se com o motorista da firma, Arno Winter, filho de Ernesto Winter e Elisabeth Stumpf, e algum tempo depois os dois foram morar na cidade, na casa construída por Bruno Wünsch em 1955, na Rua Horizontina n° 1435, momento em que Arno Winter começou a trabalhar na empresa Buricá Veículos, passando a gerenciá-la em 1966, quando a empresa se tornou concessionária da Volkswagen no município, função que Arno Winter exerceu até o ano de 1995, quando então a empresa foi vendida. 
Bruno Wünsch viria a falecer no dia 28 de agosto de 1967, deixando seu nome marcado até os dias de hoje no lugar onde agora apenas algumas árvores e o capim alto tomam conta do terreno onde funcionava seu comércio, tendo em anos recentes dois moradores construído residência ali bem próximo. 
Isto se deu, em parte, porque nos anos seguintes ao seu falecimento, a estrada para Ivagaci deixou de ser a estrada principal para aqueles que seguiam para Ivagaci (hoje, Bairro de Boa Vista do Buricá), dando espaço para outra estrada que foi aberta atravessando pela gleba atrás da Esquina Wünsch, dando continuidade à autoestrada utilizada por quem vinha de Santa Rosa, a qual depois se tornaria a BR-472. 
Com o asfaltamento da rodovia, a partir dos anos de 1980, muitos moradores da área acabaram migrando para a cidade, fazendo com que, aos poucos, a Esquina Wünsch fosse perdendo a pujança que outrora teve, reduzindo-se por muito tempo a apenas um cabaré à beira da estrada, que funcionou no que restou do imóvel pertencente a Bruno Wünsch, e que também já deixou de existir. Porém, o material de refugo que restou deste imóvel, em anos recentes foi adquirido pelo empresário João Moerschberger e utilizado na construção de um belo prédio com características do estilo enxaimel onde ele comercializa produtos de charcutaria às margens da rodovia, há cerca de 200 metros de onde outrora existia o povoado, o que ajuda silenciosamente entre suas paredes a não deixar também a memória da antiga Esquina Wünsch ser apagada pelo tempo.

Registro de Bruno Wünsch com seu Chevrolet 1940 Hot, estacionado em frente à sua casa comercial na Esquina Wünsch. Em pé, à direita do veículo, os filhos Kurt e Günther. A esquerda, também em pé, usando bombacha, Júlio Voos, proprietário de um açougue no local. Foto tirada no dia 22 de outubro de 1950

 

Em pé, da esquerda para a direita: Kurt, Asta e Günther, com seus pais, Bruno e Helga Wünsch

 

Registro da igreja presbiteriana que existia no local

 

Revisão do Dr. Prof. Leomar Tesche e do 
Historiador Orlando Vanin Trage

 

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