O amor entre pais e filhos
Nesta edição, o Semanal traz três histórias emocionantes de pais com seus filhos. Uma fala sobre pai e filho que passaram por situações muito parecidas, com momentos de dor e sofrimento, mas também de muita superação; outra mostra que cada vez mais os pais estão participando ativamente da criação dos filhos e da rotina do lar; e ainda, o sonho da paternidade que uniu a fé e a medicina
Unidos na dor, no sofrimento, e também na superação
Família é o bem maior que alguém pode ter na vida. É ela que dá força e apoio nos momentos difíceis, e comemora as vitórias. A história emocionante que você vai ler é de superação de dois momentos de muitas incertezas vividos pela família de Vilmar Schroer, 52 anos. Em 2009, Dionatan Schroer sofreu um grave acidente quando ajudava o pai na lavoura, aos 14 anos. Nove anos depois, o pai Vilmar se acidentou com o carro, que o deixou por um ano, praticamente imobilizado. Com muita determinação, dedicação e apoio um do outro e da família, hoje eles levam uma vida normal.
Pai e filho ressaltam que os momentos difíceis enfrentados, uniu ainda mais os dois e toda a família. “Aprendemos que devemos aproveitar o máximo de tempo com a família, pois não sabemos o dia de amanhã. É Deus quem nos orienta e nos ampara nos momentos difíceis, e nos faz refletir sobre o verdadeiro sentido da vida”, diz Vilmar.
Elo entre pai e filho ficou ainda mais forte. Os dois dividiram as dores e as conquistas dos momentos difíceis que viveram
O que era para ser apenas mais um dia na rotina da lavoura, acabou mudando a vida da família Schroer
O dia 5 de julho de 2009 iniciou como tantos outros. Era mais um dia de pai e filho ir para a lida da lavoura. Porém, a vida da família nunca mais foi a mesma. Dionatan, então com 14 anos, sofreu um grave acidente de trabalho que lhe tirou a parte da perna direita.
Ao esparramar o esterco do gado na lavoura, no momento de abrir o sistema, as calças de Dionatan ficaram enroscadas na barra de aço que liga a máquina ao trator. Ao ouvir o grito do filho, Vilmar imediatamente desligou o equipamento, mas já era tarde, as pernas do filho ficaram presas.
Em desespero, o pai acalmou o filho e, imediatamente, avisou a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros para socorrê-lo. No hospital, o menino teve a perna direita amputada abaixo do joelho. A perna esquerda teve fratura de fêmur e precisou ser reconstituída. Durante 30 dias, Dionatan usou tração na perna esquerda para depois fazer a cirurgia, onde foi colocada platina e 13 pinos no fêmur esquerdo.
“Nesse período, houve uma infecção no meu tornozelo, e precisou ser realizado um procedimento de artrodese, onde é retirada a cartilagem do tornozelo, fazendo com que ele fique fixo e de movimentos restritos, era a melhor solução. 21 dias se passaram no CTI, todos os dias realizando curativos e raspagens na sala de cirurgia, usando medicação muito forte para dor. Era muita angústia, eu não conseguia assimilar tudo aquilo que estava acontecendo, não aceitava a situação de ter perdido uma parte de mim. Após esse período, pude ir para o quarto, onde permaneci internado por mais 33 dias”, lembra Dionatan.
Após alta hospitalar, os pais Vilmar e Sirlei Schroer levaram o menino para uma avaliação médica no Hospital Ortopédico de Passo Fundo. Lá, Dionatan passou por mais cinco cirurgias: três para o tratamento de osteomielite crônica na perna esquerda, e duas para retirada de espícula óssea no coto onde houve a amputação. Ao todo, foram mais de 50 procedimentos em bloco cirúrgico com anestesias entre cirurgias e curativos.
A reabilitação foi realizada na cidade de Giruá, no Centro Regional de Reabilitação Física, junto ao hospital São José, por um período de aproximadamente três anos.
Em meio a tudo isso, a família, que vive da agricultura, enfrentou uma seca entre 2011 e 2012, onde não colheu nada. Vilmar conta que eles se preparavam financeiramente para mandar fazer uma prótese para Dionatan e o custo seria em torno de R$ 40 mil. Diante deste cenário, a família precisou optar por uma prótese do SUS para ele poder andar, mas o menino não se adaptou. “Não dava certo, machucava. Às vezes ele usava um tempo e tinha que tirar, ficava até 30 dias de cadeira de roda e muleta até curar”, conta o pai.
O tempo passou e, no final do ano de 2017, Dionatan conheceu o verdadeiro mundo das próteses de alto rendimento. “Meus pais conseguiram contatar os pais do meu amigo Jakson Follmann. Realizei a avaliação na cidade de Chapecó, e na virada de ano de 2017 para 2018 já estava usando a prótese teste. Realizei testes por seis meses e, passado esse tempo, foi confeccionada minha prótese em fibra de carbono e titânio, com pé de fibra de carbono, toda à prova d’água. Esse momento de fazer a nova prótese foi de imensa emoção para mim e minha família, poder caminhar com mais conforto e sem dores, além de ser mais leve”, lembra.
A prótese pesa cerca de 1,4 quilo, confeccionada com materiais de alto padrão, o que proporciona uma melhor qualidade de vida e facilidade de andar, sem dores e sem desconforto.
Para o pai, que sempre esteve ligado ao esporte - inclusive conquistou títulos nacionais e até internacionais com o taekwondo, ver o filho ainda tão jovem naquela situação, gerou um sofrimento muito grande.
“O acidente do Dionatan é uma coisa que nos marcou muito. Nossa família sofreu muito desde 2009 até ele se recuperar, conseguir colocar a prótese e começar a andar de novo. Ele perdeu praticamente a melhor parte da juventude. Eu sempre me colocava no lugar dele, com aquela idade eu corria, jogava futebol, e ele não podia fazer nada. Então, eu carregava ele no colo, foi uma fase muito difícil, mas graças a Deus, superamos”, revela o pai emocionado.
Para o Dionatan, o pai representa honestidade, garra, determinação, um ombro amigo. “Ele nos ensina que não podemos deixar os acontecimentos tristes nos pararem, pois apesar das dificuldades, devemos manter a cabeça erguida e sempre olhar para frente. Que é necessário fazer e aproveitar cada momento de mais uma chance que Deus nos deu, para vivermos e podermos contribuir, ajudar e transformar vidas, dentro daquilo que Ele nos permite fazer”, revela.
Dionatan Schroer, 26 anos, com a prótese
A vida de Dionatan hoje
Ao mesmo tempo em que lutava para melhorar sua qualidade de vida, Dionatan também seguiu seus estudos. Em 28 de julho de 2018 concluiu a graduação em Gestão de Cooperativas, pela Unijuí Campus de Santa Rosa, e em 7 de dezembro de 2019 concluiu o MBA em Coaching e Gerenciamento de Pessoas, também pela Unijuí.
“Hoje, dirijo meu carro, ando de trator, consigo andar de bicicleta. O que ainda não consigo é pular, correr e fazer muita força com as pernas. Em virtude das sequelas do acidente na perna esquerda, posso dizer que a minha perna boa é a perna mecânica. Quando necessário, ajudo meus pais na lavoura ou com a lida do gado. Gosto de participar de palestras, estar em busca de aperfeiçoamento e novos conhecimentos”, conta.
Pouco tempo depois de o filho conseguir a prótese ideal, Vilmar sofre um grave acidente de carro que o deixou imobilizado por quase um ano
Nove anos se passaram. A família estava feliz por ter superado muitos desafios – tanto físicos e emocionais, quanto financeiros – depois do acidente de Dionatan. Porém, no dia 15 dezembro de 2018, a família precisou, novamente, ser forte e unida para superar mais uma tribulação que a vida impôs. Vilmar, aos 49 anos, sofreu um grave acidente de carro, no final da tarde de domingo, quando retornava de Porto Alegre, com um aluno de taekwondo que participou de exame de faixa preta. O acidente aconteceu no trajeto entre Palmeira das Missões e Coronel Bicaco.
“Novamente nossa família foi abalada com mais uma tragédia. Porém, sempre ressalto a importância da família nesses momentos. Foi ela que fez todos os encaminhamentos necessários para que eu ficasse bem”, relata o pai.
O primeiro atendimento foi no hospital de Palmeira da Missões. Na segunda de manhã recebeu alta e foi para casa. “Ele se queixava de muita dor, estava muito sonolento, foi aí que a mãe e eu conversamos e decidimos levá-lo a Passo Fundo para uma avaliação, pois não estávamos confiantes quanto ao primeiro diagnóstico médico”, conta o filho Dionatan.
Para Vilmar, a agilidade do filho, da família toda, que não mediu esforços, foi fundamental para que ele tivesse acesso a especialistas o quanto antes, para que as sequelas do acidente não comprometessem ainda mais. “No outro dia, Dionatan já tinha arrumado ambulância com UTI para me levar para Passo Fundo. Lá fui avaliado por quatro médicos especialistas, um da coluna, outro de ombros, outro da cabeça e outro dos pulmões. Aí o médico dos pulmões disse que tinha que me internar, para mais exames”, relata.
Vilmar conta que estava muito debilitado quando deu entrada no hospital. “Os médicos se apavoraram e pediram para ver foto do carro no celular. O médico só comentou que por bem menos que isso daria óbito no local. E eu estava ali, vivo, ainda”, relembra.
O acidente resultou em três costelas quebradas, além das duas escápulas e seis vértebras da coluna fraturadas. “Entre essas seis vértebras da coluna, segundo os médicos, passou numa vértebra que é da morte e a outra que seria a vértebra que deixa paraplégico. Então, pela medicina, eles não podiam explicar meu caso pois eu estava ali, vivo, e hoje estou caminhando”, conta emocionado.
Apesar te der ter ficado apenas cinco dias internado, Vilmar precisou usar um colete especial por mais 120 dias, que limitava totalmente seus movimentos. “Passei o ano inteiro sem me mexer, uma parte com o colete e quando tirei, ainda não podia fazer nada, mal conseguia dar uns passos. Então, só tenho a agradecer a minha família que me cuidou quando precisei. Eu não podia fazer nada no início, nem me alimentar”, conta, além dos altos custos com o tratamento. “Até onde acompanhamos, os gastos com o meu acidente foram mais de R$ 38 mil. Se contabilizar o que veio depois com mais consultas e exames, deve ter passado de longe R$ 40 mil também”, considera.
Hoje, pai e filho lembram de todos os percalços que passaram com emoção e comemoraram a superação desses desafios e dizem que a família ficou mais forte e unida, principalmente o elo entre pai e filho, uma vez que os dois passaram por situações muito parecidas, com muitos momentos de dor e sofrimento, mas também de muita superação. “Eu entreguei tudo para Deus e ele ouviu nossas orações”, finaliza Vilmar, que também é pai de Dienifer, de 24 anos e Kauã, de 10.
Os pais Vilmar e Sirlei Schroer, com Dionatan Roniel Schroer e os irmãos Dienifer e Kauã
‘Para ser lembrado é preciso estar presente e participar’, diz Marlon Schmidt, pai de Mariana e Miguel
Em um tempo nem tão distante, o papel do pai era praticamente de provedor da família, sem muita participação no dia a dia com os filhos. Hoje, na maioria dos lares, o pai divide praticamente todas as tarefas da casa, principalmente no que se refere aos filhos. Ele troca fralda, dá mamadeira, leva na escola, participa de reuniões, enfim, participa ativamente da vida deles.
Com o fechamento das escolas no ano passado, devido à pandemia, muitos pais passaram a ter um papel maior ainda, alguns inclusive mudaram a rotina de trabalho, para ficar mais tempo com os filhos.
O advogado Marlon Ricardo Schmidt, 39 anos, é um exemplo disso. Pai de Mariana, 11 anos, e Miguel, 3, ele é casado com a gerente de recursos humanos, Rosméri Redel Schmidt, 39, e afirma que cada vez mais os homens tendem a ter maior participação na função de pai. “Creio que isso é uma constante, e na medida em que novas gerações vão se tornando pais, a participação ativa na criação e no dia a dia dos filhos tende a aumentar. É inerente à evolução da sociedade, homens e mulheres dividirem as atribuições do lar e da família. Porém, há uma barreira cultural muito grande, e que só com o passar do tempo será pouco a pouco rompida”, explica. Segundo ele, essa barreira não parte só dos homens, mas também das próprias mulheres que, muitas vezes, e de forma involuntária, podem acabar desestimulando uma participação maior dos homens nas atribuições de pai e nas atividades da casa.
O dia a dia
Marlon diz que entre o casal não há muita distinção do que é tarefa de um ou de outro. “Fazemos aquilo que é preciso fazer nos momentos em que as tarefas surgem, dentro das nossas disponibilidades para aquele momento. Eu coloco roupa para lavar, estendo, recolho, dobro, tiro o lixo, lavo e seco louça, faço supermercado e cozinho”, relata. Com relação às crianças, o pai costuma buscar na escola. “Hoje, por a Mariana já ter 11 anos, ela já sabe – e faz questão – de se virar sozinha em muitas coisas, então as atribuições maiores são com o Miguel. Dou banho, troco fralda, preparo mamadeira e lanche e faço dormir. Também participo de eventuais reuniões na escola, levo ao dentista, médico, catequese, etc.”, revela o pai.
Organização da família durante a pandemia
Em 2020, a pandemia chegou fechando as escolas e mudando a rotina de trabalho de muita gente. Marlon conta que durante um período, a esposa Rosméri ficou em casa com as crianças, porém, quando ela começou um novo trabalho, o casal precisou buscar outras alternativas, principalmente naquele período onde as escolas se mantiveram fechadas.
“Nesse intervalo, fiquei o dia todo em casa durante algumas semanas e, após, optei por ficar meio dia em casa com as crianças, trabalhando fora somente em um turno, sendo que nesse meio período tínhamos uma babá. Como atuo de forma autônoma, tenho maior flexibilidade e disponibilidade de horários, o que me levou a ficar em casa. Não cheguei a trabalhar em home office, pois no período em que permaneci em casa, as respectivas tarefas do lar consumiam a totalidade do meu tempo e também por que a própria demanda caiu em função da pandemia. Assim permanecemos até o retorno integral das atividades letivas, sendo que hoje o Miguel fica todo o dia na escola, e a Mariana meio período”, conta Marlon.
Participação do homem na criação dos filhos passa por uma mudança cultural
Marlon Ricardo Schmidt, é pai de Mariana, 11 anos, e Miguel, 3, e divide todas tarefas da casa e da criação dos filhos com a esposa Rosméri
Para Marlon, o processo de participação do homem, enquanto pai, na criação dos filhos e nas tarefas da casa, passa muito por uma mudança cultural e até do estereótipo do ‘pai de família’, como sendo aquele homem que provê as necessidades materiais e financeiras, mas não coloca a mão na massa. “São hábitos e imagens que precisam ser desconstruídas por todos: homens e mulheres. Porém, não é algo fácil. Um fato que me chama a atenção, por exemplo, é que muitas vezes os grupos de WhatsApp das escolas, contam somente com as professoras e as mães das crianças. Sequer se cogita incluírem os pais. Essa é uma amostra de como ainda está enraizado na nossa cultura o fato de que aquilo que diz respeito às crianças seria tão somente responsabilidade das mães”, considera.
Participação ativa na criação dos filhos
Na avaliação do jovem pai, essa participação ativa na vida dos filhos é extremamente importante. “As crianças crescem muito rápido, tanto que a Mariana, por exemplo, já é praticamente adolescente e o Miguel, que parece ter nascido ontem, já fez 3 aninhos. Eu espero que essa minha forma de agir, deixe boas lembranças para as crianças, que elas vejam e sintam que eu participo, me preocupo e quero estar sempre presente na vida delas. Para ser lembrado é preciso estar presente e participar”.
Marlon diz estar muito feliz e realizado por ser pai, e quer fazer o seu melhor para que os filhos sejam boas crianças e futuramente sejam adultos de bem. “E para que isso aconteça é preciso que tenhamos participação ativa e que deixemos bons exemplos a serem seguidos”, finaliza Marlon.
José, a resposta de Deus e a intervenção da medicina
Para o casal Marcos de Cesaro, 45 anos, e Luciane Henn de Cesaro, 35, o filho é a prova de que a fé e a ciência podem andar juntas para realizar o sonho de gerar filhos
Depois de quatro anos de tentativas e dois procedimentos de fertilização in vitro, em novembro de 2019 a gravidez de Luciane se confirmou
O sonho de ser pai está presente na vida de praticamente todos os homens. Mesmo que na juventude, possa parecer algo distante, as escolhas de hoje refletem nas consequências do futuro. E foi assim que aconteceu com Marcos André de Cesaro, 45 anos, pastor da Igreja Batista de Três de Maio.
Aos 19 anos, ele descobriu um câncer do tipo Linfoma de Hodgkin* e foi então que no início do tratamento, seu pai o aconselhou, a congelar sêmen para que futuramente, pudesse ter a oportunidade de ter filhos. “Essa decisão foi influenciada uma vez que a doença poderia deixar sequelas hormonais, ou não. A decisão de meu pai foi depois de uma orientação médica. Na época não pensava no assunto paternidade com discernimento profundo, em virtude até da minha idade”, recorda.
Os anos passaram, Marcos passou pelo tratamento contra o câncer e ficou curado. Em 2015, depois de dois anos casado com Luciane Henn, decidiram que queriam ter filhos. “Dentro do nosso relacionamento, naturalmente, conversamos sobre o assunto diversas vezes e Luciane sempre soube desses fatos em minha vida, que poderíamos ter essa adversidade quando tentássemos engravidar. Assim, naquele ano, começamos a efetivamente viver esse cenário de buscar a gravidez – de forma natural – e não tivemos êxito, assim se confirmou de que algo não estava certo”, conta Marcos.
A partir disto, o casal começou a ter acompanhamento médico especializado no Centro Médico Fertilitat em Porto Alegre, com a médica Rafaela Petracco, onde o material genético de Marcos estava preservado. E posteriormente, em Três de Maio, eles tiveram acompanhamento médico dos profissionais Aline Cervi e Diego Vanzella, aos quais eles revelam profunda gratidão.
Por mais de 20 anos o material genético de Marcos ficou congelado. “Quase entrei para o Livro Guiness, brincou a equipe médica, quando o casal iniciou o tratamento”, lembra Marcos.
A chegada de José
Em 28 de novembro de 2019, após quatro anos de tentativas e dois procedimentos de fertilização in vitro, a gravidez de Luciane se confirmou. Dos 10 óvulos coletados e fertilizados, dois foram implantados e apenas um se desenvolveu.
Quando realizado o exame para confirmar a gravidez, este deu positivo, porém, dois dias após, os índices do exame caíram, levando à tristeza e frustração de que o procedimento, mais uma vez, não teria dado certo.
Contudo, alguns dias depois, Luciane repetiu o exame que mostrou que os índices voltaram a subir, mas não de acordo com o recomendado para uma gestação normal. “Chegou o diagnóstico de que seria uma gestação fora do útero. Mas, após quatro semanas, em uma ecografia para localizar o saco gestacional, veio a notícia inacreditável, que apesar dos números e tudo dizendo que Luciane não estaria grávida, a gestação já estava com seis semanas”, relembra Marcos, emocionado.
Ou seja, o que para a medicina era improvável, aos “olhos da fé”, Deus mostrou que nada é impossível. Durante a ecografia, o casal ouviu pela primeira vez as batidas do coração do bebê.
José Henn de Cesaro nasceu em 24 de junho de 2020, de parto normal. Lindo, forte e saudável.
Para Marcos, o nascimento do José foi a consumação e a consagração de um plano maior de Deus com a sua vida. “Quando paro para refletir sobre o assunto, me vem ao pensamento a estória bíblica de Abraão, todo propósito de Deus, que envolve a fé versus a razão”, destaca, alegremente.
As palavras de Marcos fazem ainda mais sentido porque Luciane praticamente teria poucas chances de engravidar, mesmo com todos os métodos avançados da medicina. Para eles, a chegada de José confirmou o milagre de Deus na vida da família.
“Cada minuto tem a sua explicação no meu e no seu viver e somente vai acontecer aquilo que Deus preparou e nada mais. Nada além da vontade de Deus. Simples assim! Cada lágrima, permissão, cada sorriso, cada perda, cada conquista, cada luta, cada vitória, cada vida, cada morte, tudo é pela permissão de Deus. Ele é dono de tudo, passado, presente e futuro. Aprendi e aprendo todo dia com Deus a esquecer os porquês, também os talvez. Sabendo que tudo que aconteceu até aqui foi permissão de Deus”.
Buscar acompanhamento médico especializado é fundamental
Marcos faz uma observação importante para os homens que sonham em ser pais e por algum motivo, estão enfrentando dificuldades. “Procurar um acompanhamento médico especializado é fundamental. Tivemos em muitos momentos dessa jornada, muita tristeza, decepções, ansiedade, negativas da ciência e tecnologia, mas Deus sempre esteve ali presente, nos encorajando e nos cuidando. Mantendo a chama viva, de que seríamos abençoados com o tesouro mais precioso: nosso amado, José. Esse menino abençoado por Deus com alegria e amor de Jesus no coração”, comemora.
Para ele, é importante compartilhar a importância de crer no agir de Deus, ter fé e sempre preservar a família, o casamento. “As famílias devem ser prioridade na nossa vida. Eu, minha esposa e meu filho queremos deixar um grande abraço a todos que estiverem lendo essa matéria, pais ou ainda não. ... Que bom seria se na vida tivéssemos todas as respostas para todas nossas dúvidas ou angústias... Mas uma certeza temos, tudo está no controle de Deus e Ele jamais nos abandona”, conclui Marcos.
Sobre o Linfoma de Hodgkin
O linfoma é um câncer do sangue, assim como a leucemia. Entretanto, enquanto a leucemia tem origem na medula óssea, o linfoma surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório, como do sistema imune. O sistema coleta e redireciona para o sistema circulatório um líquido claro, chamado linfa, e contém células de defesa (glóbulos brancos), chamadas linfócitos. Também fazem parte desse sistema os gânglios linfáticos, chamados de nódulos linfáticos ou linfonodos, e órgãos como timo, baço e amígdalas, todas as estruturas envolvidas na produção de linfócitos, o que inclui a medula óssea e o tecido linfático associado ao sistema digestivo.
A maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin tem entre 16 e 34 anos e, exceto por isso, tem boa saúde. Desse modo, muitas vezes os pacientes não apresentam sintomas por bastante tempo. Em alguns casos, o único sintoma é o aparecimento de nódulos inchados e indolores no pescoço, no tórax, no abdome e na virilha, o que os leva a uma consulta médica e ao diagnóstico.
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