A paixão pelo patins que começou aos três anos

Uma paixão que iniciou aos 3 anos e que despertou um grande talento que conquista os olhares de quem assiste a uma apresentação artística. Hoje, aos 8 anos,  Alice Lehnhardt é uma pequena grande patinadora três-maiense que tem conquistado cada vez mais espaço por suas performances sobre os patins e que tem ganho mais espaço, agora, fora do Estado.

Filha de Everaldo Lehnhardt e Veronice Lehnhardt, Alice estuda no 3° ano da Setrem e irá a São Paulo na próxima semana, onde competirá no Troféu Brasil de Patinação Artística nos dias 9 e 10 de setembro, onde se apresentará na categoria, Solo Dance. O evento é considerado um dos mais importantes do calendário nacional e reunirá os melhores atletas do país em busca do título brasileiro. “A paixão pela patinação surgiu quando Alice foi assistir ao espetáculo de final de ano da escola Trans Nação, em Santa Rosa. Durante as duas horas e meia de espetáculo, ela não tirou os olhos da pista . Ao sair do show pediu um par de patins de presente”, detalhou a mãe. 

Aos 4 anos, ela ganhou seu primeiro par de patins e começou a frequentar as aulas da escola Trans Nação, que acontecem aos sábados de manhã na Setrem, com a professora Micheli Flores. “No final de 2021, aos 4 anos, Alice participou da sua primeira competição de patinação artística, em Santa Rosa, conquistando o 3° lugar”, acrescentou Veronice.

Alice treina três vezes na semana, entre 1h30 e duas horas por dia. Dois treinos são em Santa Rosa  e um no ginásio da Setrem.  “Alice faz parte do grupo de patinação Trans Nação de Santa Rosa e tem aulas com as professoras Vanessa Flores e Carolina Rebellato”, destaca a mãe.

Atualmente, Alice ocupa o 5° lugar a nível estadual e o 7° lugar a nível brasileiro em sua categoria, Solo Dance Internacional Tots (que inclui meninas de 8 e 9 anos).

Como a patinação artística não é um esporte popular, a jovem patinadora não possui patrocinadores, a família tem custeado todas as despesas, que incluem, aulas, figurinos, treinos extra, viagens e hospedagem.
 

Alice Lehnhardt, aos quatro anos,  quando ganhou o primeiro par de patins 

‘Meu sonho era andar de avião para patinar e agora eu vou realizar’

Alice é determinada e focada em seus objetivos e estar sobre o patins é uma das suas maiores alegrias.  A viagem a São Paulo para participar de uma competição de patinação é a realização de um sonho. “Eu amo patinar, sou muito feliz patinando, minha maior felicidade é competir, conhecer lugares e fazer novas amizades com os patins. Agradeço ao Papai do Céu por ajudar minha mãe e meu pai a ter dinheiro para pagar meus patins e minhas viagens. Meu sonho era andar de avião para participar de uma competição de patinação e agora eu vou realizar. Eu estou treinando e dando o meu melhor para ir bem no campeonato. Tenho as melhores professoras que me ensinam muito. Amo e agradeço a  minha família, que está sempre comigo”, conta.
 

Quarteto representa Três de Maio em eventos na região 

A Alice também integra um quarteto formado por patinadoras de Três de Maio, todas participam do grupo Trans Nação. Além de Alice, formam o grupo   Isabela Rodrigues, 10 anos, Nathalia Legranzzi, 11, e Milena Sortori, 8 anos.

No momento, o quarteto está treinando para o Torneio Estadual, onde vão competir nas suas modalidades e categorias. 

O grupo também faz apresentação em eventos no município, como já ocorreu em alguns promovidos pela prefeitura de Três de Maio.

Isabela Rodrigues, Nathalia Legranzzi, Alice Lehnhardt e  Milena Sortori

‘Ela é como uma borboleta: está criando asas para voar cada vez mais alto’

Para a mãe de Alice, o esporte é sinônimo de vida. “Ser mãe de uma atleta da patinação artística é viver um grande desafio. Esse é um esporte lindo, mas que ainda recebe pouco incentivo e reconhecimento. Mesmo assim, seguimos firmes, porque acreditamos que o esporte é vida, é saúde, é disciplina, é atenção, é cuidado com o corpo e com a mente”, avalia a Veronice.

Os pais dizem que por várias vezes, precisam abrir mão de muitas coisas para levar a filha aos treinos ou competições. “Tudo vale a pena quando vemos o brilho nos olhos dela a cada conquista, a cada aprendizado, a cada passo de evolução. É emocionante perceber o quanto ela cresce não só como atleta, mas também como pessoa”, ressalta.

Assim como muitos pais são criticados por investir para proporcionar oportunidades no esporte aos filhos, com os pais da pequena Alice não é diferente.   “Às vezes, as pessoas dizem que a Alice só pensa em patinar. E sim, ela pensa muito em patinar. Mas, enquanto patina, aprende valores que levará para toda a vida — valores muito mais preciosos do que passar horas diante de uma tela”, declara.

Os pais destacam que sentem um imenso orgulho da filha. “Ela leva o nome da nossa cidade para tantos lugares. Para nós, ela é como uma borboleta: está criando asas para voar cada vez mais alto, sempre com alegria e amor pelo que faz. Se pudesse dar um conselho a outras mães, diria: incentivem seus filhos a praticar um esporte. Porque o esporte é saúde, é vida, é amor!”, ressaltaram.

Veronice finaliza, dizendo: “Se a Alice vai ser uma grande patinadora, não sabemos. Se esse esporte vai ser a sua profissão? Também não sabemos. Mas uma coisa sabemos: a patinação artística é um esporte lindo, encantador, desafiador e que está ensinando a nossa filha a ser um ser humano melhor, com respeito, responsabilidade e caráter. Que Deus possa abençoar sempre a nossa borboleta para que ela possa conquistar seus sonhos e objetivos!”, finaliza a mãe, a maior incentivadora da filha.