Número de apartamentos cresce 84% em doze anos em Três de Maio
Dados do IGBE indicam que 14% dos domicílios no município são de apartamentos

Recentemente o IBGE divulgou dados sobre o tipo de domicílio do último recenseamento. O Censo 2022 revela que Três de Maio teve crescimento de 84% no número de apartamentos no período de 12 anos. O total desse tipo de imóvel saiu de 755 em 2010 para 1.394 no ano passado, um incremento de 639 apartamentos no município.
Porém, o aumento no número de casas foi ainda maior. No recenseamento de 2010, eram 7.544, passando para 8.468 do último levantamento, ou seja, 924 domicílios a mais.
Considerando a proporção em relação aos domicílios totais, houve um aumento de apartamentos em relação às casas. Enquanto que a proporção em 2010 era de 9,09%, no recenseamento mais recente o contingente representa 14,11%.
Quanto às casas de vila ou condomínio eram seis em 2010 e passando para 11 em 2022. O último censo também apontou a existência de quatro cortiços, tipo de moradia que não havia sido registrado em 2010.
A proporção de apartamentos em Três de Maio é inferior à registrada no Estado. No Rio Grande do Sul, 18,8% dos domicílios são apartamentos, enquanto que as casas representam 79,67% do total. Já comparando ao Brasil, o percentual é próximo. Os apartamentos são 14,86% dos domicílios brasileiros, enquanto que casas correspondem a 82,32%.
Segundo Ademir Inácio Ritter, responsável pelo departamento financeiro da Morada Sul Empreendimentos, somente em Três de Maio, a empresa construiu e entregou nos últimos 10 anos, quatro prédios, totalizando 60 apartamentos, além sete salas comerciais. “Os prédios têm, geralmente, entre 10 e 13 andares”, conta.
Conforme Ademir, atualmente a empresa tem mais três edifícios em construção - o Dockhorn, Caúna e Martins -, que, juntos, totalizarão 71 apartamentos.
Sobre o tipo de público que adquire apartamento, Ademir revela que é bem variado, dependendo do tamanho do apartamento, mas, geralmente, são pessoas de classe média e alta.
No vizinho município de Horizontina, a Morada Sul tem dois empreendimentos. O Edifício Ullmann, já concluído, com 14 apartamentos e duas lojas, e o Edifício Mariana, em construção, com 32 apartamentos e três lojas.
Nove domicílios ainda não possuem banheiro para uso exclusivo
Outro dado do Censo aponta que ainda existem nove domicílios em Três de Maio que não possuem banheiro de uso exclusivo. O número representa 0,09% do total de domicílios. Se considerar os moradores por característica do domicílio, são 109 três-maienses vivendo em domicílios sem banheiro, ou seja, 0,07% do total da população residente.
O percentual três-maiense é inferior ao brasileiro e gaúcho. No país 1,89% dos domicílios não possuem banheiro e no Rio Grande do Sul, o percentual é de 0,40%. Complementando a informação, 0,37% dos moradores gaúchos não têm banheiro e 2,25% dos brasileiros residem em casas sem banheiro.
O dado que mais surpreende do Censo com relação à característica dos domicílios é referente a conexão à rede de esgoto. Enquanto que o Brasil possui percentual de 62,51% dos domicílios com acesso ao esgoto sanitário e o Rio Grande do Sul tem 62,37%, o município apresenta apenas 3,34% dos domicílios. Ou seja, apenas 829 três-maienses moram nos 339 domicílios com coleta à rede de esgoto.
Já com relação a coleta de lixo, 91,33% dos domicílios do município são atendidos, o que atinge 90,95% da população residente em Três de Maio. E, por fim, o abastecimento de água pela rede global alcança 85,05% dos domicílios, atendendo a 83,89% dos residentes.
EM TEMPO: Conforme o IBGE, AS CASAS DE VILA são domicílios localizados em edificação que faz parte de um grupo de casas com acesso único a um logradouro, geralmente, agrupadas umas junto às outras, constituindo-se, às vezes, de casas geminadas. AS CASAS EM CONDOMÍNIO ocorrem quando localizadas em edificação que fazia parte de um conjunto residencial constituído de dependências de uso comum (por exemplo, de áreas de lazer, praças interiores e quadras de esporte). Já OS CORTIÇOS são habitações caracterizadas pelo uso comum de instalação hidráulica e sanitária com outras moradias e uso do mesmo ambiente para diversas funções. |
Apartamentos têm mais segurança e dão menos trabalho e gastos com manutenção
O casal Laides e Aldino José Ludwig, depois de morar por quase 70 anos em casa, há 8 anos, optou em morar em apartamento
Morando em apartamento desde 2016, a professora aposentada, Laídes Kunrath Ludwig e o bancário aposentado Aldino José Ludwig optaram pela moradia por diversas razões, “muito embora tenhamos tido muitas experiências temporárias anteriores, como em viagens, férias e visita aos filhos”.
Um dos motivos apontados pelo casal por uma moradia em prédio, está na manutenção da casa com terreno, que dá mais trabalho com o gramado, árvores e calçadas, por exemplo, além da segurança. “Como viajamos muito, nossos filhos moram longe, tratamento de saúde e férias, o apartamento é mais seguro do que deixar a casa abandonada”, pondera.
Aldino pontua que existe uma forte tendência nas cidades em crescimento de verticalizar as residências. “Estamos nos antecipando a essa realidade. Mas há de se considerar algumas desvantagens, como um tanto de perda de contato com a natureza. Em um terreno, se pode ter contato com árvores, flores, pisar em terra firme, canto dos pássaros, frutas, espaço maior, menos sedentarismo. Em apartamento, a maioria das decisões não é mais pessoal, e, sim, em conjunto com os outros moradores do prédio. Há que se ter tolerância, paciência e compartilhamento de espaço. Os hábitos são um pouco alterados”, frisa.
Conforme Aldino, aqueles que pensam em se mudar para um apartamento devem atentar para alguns detalhes, como por exemplo, optar por edificação mais recente, que, em princípio, implica menos reformas; observar a posição solar; evitar apartamento pouco ensolarado; preferir unidade bem ventilada e andar mais alto, que favorece a visibilidade, o que torna o ambiente mais acolhedor; ponderar a disponibilidade de infraestrutura, como garagem, salão, churrasqueira, piscina, entre outros. “E, principalmente e muito importante, pensar que deverá se acostumar a viver em harmonia com os demais condôminos e que haverá direitos, mas também deveres”, conclui.
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