Mercado de trabalho tem saldo positivo
Com 1.123 contratações e 1.062 desligamentos, Três de Maio teve um primeiro semestre positivo na geração de empregos, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2021, foram criadas 61 novas vagas, enquanto que em 2020, o saldo foi negativo em 37 vagas. Loreni Siqueira Fonseca, 43 anos, conquistou a vaga de costureira em uma indústria de vestuário depois de mais de um ano desempregada

Mercado de trabalho volta a crescer
Ainda sofrendo com os reflexos econômicos devido à pandemia, Três de Maio fechou a primeira metade do ano com saldo positivo
A estudante do curso técnico em Comunicação Visual da Setrem, Laura da Rosa Volkweis, 20 anos, conseguiu seu primeiro emprego em junho deste ano. Ela conquistou uma oportunidade como Designer Gráfica em uma industria de uniformes escolares e esportivos. A jovem estava em busca de oportunidade no mercado de trabalho desde 2019, quando concluiu o Ensino Médio. “Enviei meu currículo para algumas empresas, mas foi depois de uma perda pessoal, em maio deste ano, que realmente decidi que necessitava entrar para o mundo do trabalho”, revela.
Para Laura, a possibilidade de começar a trabalhar já na área em que está estudando, mesmo sem experiência é muito importante. “Sou muito grata a empresa por me possibilitar essa oportunidade de entrar no mercado de trabalho, logo na área de meu maior interesse: na comunicação visual. Poder crescer dentro da empresa é realmente um aprendizado a cada dia. Entrei sem saber praticamente nada e agora, em menos de três meses de trabalho, já adquiri muito conhecimento, fora a relação interpessoal, profissional e com cliente. É muito raro ver empresas contratando pessoas sem muita experiência. E, na maioria das vezes, o que necessitamos é apenas uma oportunidade de começar”, ressalta Laura.
A designer gráfica, Laura da Rosa Volkweis, 20 anos, conseguiu seu primeiro emprego em junho deste ano
Já Loreni Siqueira Fonseca, 43 anos, trabalhava como cuidadora de idosos, mas estava desempregada há mais de um ano. No mês de junho, ela recebeu uma oportunidade de voltar ao mercado de trabalho, como costureira também na espresa de uniformes escolares e esportivos. “Essa contratação representou uma boa oportunidade neste momento tão difícil que vivemos”, comemora.
Elas são algumas das beneficiadas com os mais de 1,5 milhão de empregos formais gerados no Brasil no primeiro semestre de 2021. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foram 9.588.085 contratações e 8.051.368 demissões, resultando no saldo positivo de 1.536.717 empregos criados. No país o setor de serviços foi o responsável pela maior parte das contratações, seguido por comércio e indústria.
No Rio Grande do Sul foram 93.139 novas vagas entre janeiro e junho. O Estado teve 635.413 admissões e 542.274 desligamentos. Como no Brasil, o setor de serviços foi o que mais contratou, seguido por indústria e comércio.
Em Três de Maio, foram criados 61 novas vagas no primeiro semestre. Ao todo foram 1.123 contratações e 1.062 desligamentos. No município, o comércio foi o setor que mais contratou, mas também o que mais demitiu, deixando o saldo do setor em 6. O setor de serviços ficou em segundo lugar nas contratações, mas tem maior saldo de empregos (100), uma vez que o número de demissões foi bem menor. Já o setor da indústria fechou o semestre com 43 vagas a menos. Fora 318 demissões contra 275 contratações no período.
Indústria está aquecida, mas primeiro semestre fechou com saldo negativo
Embora com o mercado aquecido, chama a atenção o saldo negativo da indústria de Três de Maio, que fechou o semestre no vermelho, com 43 vagas a menos. Foram 235 contratações e 318 demissões no período.
O Semanal entrou em contato com o diretor de Indústria da ACI (Associação Comercial e Industrial), Cláudio Perinazzo, para verificar se há alguma explicação para esses números negativos da indústria três-maiense. “Não sei dizer o que explica esse número. Na verdade, aumentou a produtividade e falta mão de obra qualificada. Tem bastante vagas de emprego, mas falta pessoal”, revela.
De acordo com o empresário, que é proprietário de uma metalúrgica, sua empresa dobrou a produtividade nos últimos seis meses e está em busca de mais funcionários. “Nós fizemos três contratações este ano e precisamos de mais três ou quatro pessoas, mas não estamos conseguindo por falta de qualificação”, afirma.
Outro exemplo que contradiz os números, é o de uma indústria de vestuário. Segundo o proprietário, José Weber, este ano, até o momento, já foram realizadas cinco contratações. Os cargos oferecidos foram de costureiras, auxiliar de produção e design. E as contratações não foram para substituir funcionários demitidos, e sim porque a demanda aumentou em 44% nos últimos sete meses. “O único desligamento que houve foi por solicitação do funcionário”, revela o empresário.
Vagas de emprego estão crescendo em Três de Maio, aponta a agência FGTAS/Sine
De acordo com a coordenadora da agência FGTAS/Sine Três de Maio, Aline Bohnenberger, neste segundo semestre as vagas estão crescendo principalmente no setor de serviços. “As oportunidades de trabalho na sua maioria não exigem experiência e 70% são de perfil masculino”, destaca.
Segundo ela, a expectativa é de que no início de setembro inicie o cadastro de vagas para as empresas do comércio, com oportunidades para vendedor, atendente balconista e caixa para as contratações de final de ano. “As perspectivas para este fim de ano no quesito empregabilidade são as melhores. Existem contratações em todos os setores, uns mais que outros, sabemos que a recuperação econômica de alguns setores ainda acontece, pois também atendemos empresas de Três de Maio e de cidades vizinhas”, considera Aline.
No momento, as empresas que mais possuem vagas de emprego são as dos setores de serviços, indústria e comércio.
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