Estudante do CFJL alcança destaque nacional com pesquisa sobre biopolímeros
Os professores e estudantes do Ensino Médio do Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann estão vibrando com a conquista da estudante do 3ºA, Giovana Bachmann da Silva, que alcançou o 2º lugar na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace, sob o título “Filme plástico biodegradável produzido através da biossíntese de celulose bacteriana utilizando resíduos agroindustriais”. O trabalho foi orientado pelas professoras Sheila Bonetti e Cláudia Rigoli Schneider.
Giovana é a única estudante do interior do Rio Grande do Sul com uma premiação tão relevante nesta Feira que reuniu 345 projetos finalistas realizados por estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Técnico, de 295 escolas de todo o país. “É uma honra ter a minha pesquisa entre o grupo de ótimos trabalhos realizados por tantos jovens cientistas inspiradores”, afirma a estudante que recebeu nesta semana, a confirmação de sua participação na Feira Brasileira de Jovens Cientistas-FBJC 2021, que acontecerá em junho deste ano.
A pesquisa é bastante interdisciplinar ao envolver diversas áreas como biologia, química, ciências agrárias e matemática. “Conhecer sobre polímeros, processo de fermentação de bactérias e leveduras, e como ocorre o descarte de resíduos agroindustriais e de polímeros sintéticos foi essencial para o desenvolvimento do projeto. Além disso, também pesquisei um pouco mais sobre a metodologia de pesquisa para entender como o plano de pesquisa e o relatório devem ser escritos”, destaca Giovana, que pesquisa o assunto desde 2019, quando apresentou os primeiros resultados na Escola Aberta do CFJL.
A estudante pretende participar de outros eventos científicos, pois trouxeram mais clareza para Giovana conhecer sobre pesquisa e áreas de atuação profissional no mundo do trabalho, podendo investir numa ideia de negócio. “Ainda não sei ao certo o curso que farei, mas acabei me interessando bastante por biotecnologia, engenharia química e engenharia de materiais. Penso em continuar trabalhando nesta pesquisa quando ingressar no ensino superior e quem sabe, torná-la um empreendimento”, planeja Giovana.
Sobre a pesquisa:
A pesquisa realizada teve como objetivo utilizar resíduos das agroindústrias do Rio Grande do Sul como fontes de carbono na produção de celulose bacteriana, pois o que impede a ampliação da utilização desse material em ramos industriais é o seu alto custo de produção. Além disso, o projeto visa a dar um destino mais adequado a esses substratos que geram problemas para o meio ambiente.
A economia brasileira é fortemente baseada na agricultura, em consequência disso, há uma elevada quantidade de resíduos orgânicos descartados por essas indústrias, que poluem o solo, a água e emitem gás metano. Em vista disso, é de fundamental importância desenvolver e implementar processos sustentáveis capazes de converter esses resíduos em outros produtos, agregando valor e aproveitando-os, para assim gerar um menor impacto ambiental. A celulose bacteriana, obtida da kombucha, bebida probiótica fermentada por bactérias e leveduras, foi produzida em cultura estática em meio a diferentes fontes de carbono como: açúcar cristal, casca de arroz e casca de amendoim. Em condições de cerca de 28ºC de 7 a 30 dias de cultivo.
As membranas formadas foram depositadas em placas de madeira para que pudessem secar adequadamente. A partir dos filmes produzidos, foram realizados testes para analisar as propriedades físicas e mecânicas do material. Portanto, a pesquisa apresenta suma importância ambiental, científica e socioeconômica ao promover o aproveitamento de resíduos agroindustriais e propor uma alternativa aos materiais plásticos existentes, transformando a celulose bacteriana em embalagens plásticas que não causam danos ao meio ambiente e os seres vivos, auxiliando no desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.
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