FUTEBOL NA EUROPA: Há um ano na Eslováquia, volante Luan Maceda conquista Liga 2023/24
Natural de Encantado, Luan Fael Polonio Maceda veio para Três de Maio em 2014. Passou pelas escolinhas do Oriental e Botafogo, além de jogar em times da região. Atualmente, joga pelo FK Slovan Sahy
Apesar de ter apenas 20 anos, Luan Fael Polonio Maceda, filho de Fabiano Maceda e Lisiane Polonio, já tem uma boa trajetória no futebol..Jogando desde os seus 5 anos de idade, ele iniciou em Encantado, onde a família morava até 2014, quando se mudou para Três de Maio.
Naquele município, disputou competições regionais e estaduais, quando em 2013, conquistou o título de campeão Gaúcho de Futsal Série Ouro pelo ALAF, pela sub-9, e campeão gaúcho de futebol de campo, série de acesso. “Tínhamos uma base forte de meninos de Encantado (CFM) e Arroio do Meio (Rui Barbosa)”. O atleta também participou de diversas copas, como a Copa Maravilha e a Copa Lajeado, quando jogou pelo Juventude de Caxias do Sul.
Em Três de Maio, o atleta teve que reiniciar sua trajetória no esporte. Passou pelas escolas de base do Botafogo e Oriental. Disputou diversos campeonatos e torneios de campo e futsal pelas equipes como ABELC (de Boa Vista do Buricá), Águia (de Três Passos), entre outras.
Em 2018, o jogador se fixou no futebol de campo jogando pelo TAC, de Três Passos, após jogar por um outro time de Três Passos na Copa Tuparendi. “Naquele ano e no seguinte conseguimos ainda manter uma base forte de futsal, pelo time do Águia Negra, ganhando muitos títulos municipais e regionais. Após este período, tanto eu como vários outros meninos que jogavam salão e campo, começamos a se dedicar somente ao campo pelo TAC”. Luan também jogou pelo Monsoon, de Porto Alegre.
Em 2023, Luan iniciou uma nova etapa no futebol. Jogando na Eslováquia, pelo FK Slovan Sahy, o atleta foi campeão da Liga Vychod Hummel temporada outono/inverno da Eslováquia.
Lá o jogador atua como primeiro volante. “Essa é minha posição raiz. Aquela que gosto de jogar. Mas aqui também joguei algumas partidas como ponta, pela agilidade e rapidez”, revela o jogador.
Chegada e adaptação à Eslováquia
Após sair do Monsoon, no início do ano passado, Luan acabou machucando o joelho em um jogo. "Tive que passar por um tempo de recuperação e, neste período, em casa com a família, pensei muito em desistir do futebol. Até porque, no Brasil, o futebol profissional é bastante complicado. Foi aí que surgiu a oportunidade de vir para um país europeu, através de um ex-jogador de Encantado que jogou na Hungria por diversos anos”, detalha Luan.
O clube que Luan joga fica na cidade de Sahy, distrito eslovaco de Levice. Não há outros brasileiros jogando no time. "Mas encontrei vários brasileiros ao longo do campeonato jogando por outros times daqui”, destaca.
Chegar para viver na Europa, foi um desafio para o atleta. “Foi tudo muito novo para mim. Viajei pela primeira vez de avião, conheci novas pessoas, com costumes e culturas totalmente diferentes. Mas, pouco a pouco vou me inserindo na maneira que eles vivem aqui. A minha rotina é parecida com a que eu tinha no Brasil: vou à academia pela manhã, treino à tarde e descanso à noite.”
Uma das maiores dificuldades no país europeu foi a comunicação. “No não falava nada de inglês, eslovaco ou húngaro, que são as línguas mais faladas aqui. Agora estou estudando inglês para me adaptar melhor e poder me comunicar. Depois quero aprender alguma das línguas deles. Já dentro de campo não tive muitos problemas, apenas faço o que sei de melhor. Afinal, a linguagem do futebol é ‘universal’”, relata Luan.
Para o jovem atleta, não conseguir se comunicar, é a maior de todas as dificuldades de quem sai do Brasil e vai para um país europeu sem falar inglês. Depois, claro que com menos relevância, a comida. Sinto muita falta do churrasco mal passado que meu avô faz. Ninguém no mundo come como o povo gaúcho”, reforça.
Já quanto ao futebol, ele conta que na Eslováquia é mais ‘raiz’. “É um futebol mais pegado, onde se usa mais a força. No Brasil, se destaca mais a habilidade e a troca de passes”, destaca. Luan acrescenta, ainda, que “os treinos no Brasil são bem mais frequentes e puxados. Aqui não temos treinos todos os dias. Na academia vamos quando e o tempo que queremos, e, se quisermos manter e aperfeiçoar a parte física, temos que fazer treinos diários por nossa conta”.
Registro em família: Luan com o pai Fabiano Maceda, a irmã Lena Fabielli e a mãe Lisiane Polonio, antes da viagem para o exterior , em julho do ano passado
Luan almeja alavancar carreira profissional nas próximas temporadas
Desde a chegada ao FK Slovan Sahy, o objetivo de Luan era ser campeão pelo clube. “Após o retorno da temporada mais crítica de inverno, onde neva muito, fizemos 13 partidas e conquistamos 13 vitórias. Foi nesse momento que alcançamos a primeira posição do campeonato. Faltando duas rodadas, precisávamos somente de um empate para sermos campeões, mas perdemos a penúltima partida em casa. A equipe que estava em segundo lugar empatou o seu jogo, consagrando a nossa equipe campeã”, relata.
Para o Luan, o primeiro objetivo traçado foi alcançado. "Agora, iniciarei o próximo campeonato, provavelmente em agosto, por essa equipe. A minha expectativa é que a próxima temporada me sirva de alavanca para chegar a equipes maiores. Por isso a importância de títulos”, frisa o volante.
O título conquistado, tem um grande significado para Luan. “Foi uma trajetória difícil até o título, mas que está trazendo grandes oportunidades para meu futuro. Espero ter lucidez, aprendizado e ‘sorte’ para fazer as escolhas certas”, comenta.
Questionado quanto ao futuro, Luan diz que não tem como programar. “Amanhã posso ter uma proposta melhor e acabar indo para outro time, cidade ou país. Como aqui tudo é muito próximo, as mudanças são frequentes”, justifica.
Apesar da saudade da família, Luan diz que permanecerá no país europeu enquanto tiver a oportunidade de seguir no sonho de jogar futebol. "Minha família sempre foi minha base e sou muito grato a eles por tudo. No momento que pensei em desistir, meu pai sempre permaneceu me apoiando e incentivando, falando do meu potencial. E minha mãe é quem me acalma nos meus piores dias, nos quais me cobro tanto. Certamente, se daqui alguns anos eu olhar para trás, independente do que acontecer, terei a certeza de que tudo contribuiu muito para meu aprendizado e para o ser humano que estou me tornando”, conclui Luan.
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