Direito de Família lidera busca por atendimentos na Defensoria Pública de Três de Maio
Da média de 500 casos registrados por mês, 65% envolvem ações de divórcios, partilha de bens, guarda de filhos menores e investigação de paternidade
As ações de divórcio, dissolução de união estável, partilha de bens, guarda de filhos menores, pensão alimentícia e investigação de paternidade lideram as estatísticas de atendimento da Defensoria Pública de Três de Maio. De uma média de 500 atendimentos mensais, 65% estão dentro da área de Direito da Família, conforme informa o defensor público do Estado, Nélio Marks Jr. Na sequência, ações de saúde e processos criminais possuem atuação bastante expressiva.
“Cabe salientar que a Defensoria Pública do Estado possui atribuição para atuar apenas nas matérias de competência da Justiça Estadual. A DPE não atua nos processos da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal (ex. ações previdenciárias)”, afirma Marks, que ocupa uma das duas vagas na Defensoria Pública do Município. A outra vaga, mesmo tendo sido criada em 2016, nunca teve um titular, e é atendida em regime de acumulação compartilhada pelo Defensor Público de Horizontina, Dany Zart.
Quanto à estrutura física, atualmente a Defensoria Pública está instalada em local exclusivo (antes era dentro do Fórum), o que, segundo Marks, “representou uma grande conquista para prestar atendimento de melhor qualidade para a população e garantir espaço adequado para o trabalho”.
No quadro de pessoal, a DPE conta com dois servidores concursados, um técnico, um analista e três estagiários de Direito. “Apesar do avanço que tivemos nos últimos anos, especialmente com a criação dos cargos de apoio, ainda assim não contamos com uma estrutura ideal de servidores”, acrescenta o defensor, que está na expectativa da vinda de mais um servidor para poder entregar um serviço de mais qualidade aos três-maienses.
Outro desafio que afeta diretamente o trabalho da DPE, de acordo com o defensor, é a lentidão ou indisponibilidade dos sistemas informatizados, já que todo trabalho deve ser registrado em sistema próprio online (Portal da Defensoria) e o processo judicial agora também é exclusivamente eletrônico. “Quando algum sistema está indisponível ou sem internet, o trabalho fica inviável, pois não temos acesso a nenhuma informação”, pontua Marks. Ele lembra que durante as enchentes que assolaram o Estado, os sistemas das instituições de Justiça foram desligados por questão de segurança, já que o prédio foi alagado, o que impossibilitou o trabalho da Defensoria em todo o Estado por cerca de três semanas.
Defensor Público do Estado, Nélio Marks Jr.
Trabalho em conjunto com outros órgãos
A Defensoria Pública trabalha em cooperação e contato frequente com todas as demais instituições e órgãos que atuam no sistema de Justiça, como Poder Judiciário, Ministério Público, municípios e seus órgãos (CRAS/CREAS, Conselho Tutelar, Secretarias etc.), Polícias Civil e Militar e serventias extrajudiciais. Além disso, integra os programas especiais da Defensoria do Estado, como o projeto “Pai? Presente!”, que busca estimular o reconhecimento de paternidade. “A DPE também possibilita, através de convênio com o Estado, a realização de exame de DNA extrajudicial para averiguar a paternidade/maternidade quando não há registro na certidão de nascimento”, destaca Marks.
Serviços da Defensoria
A sede da DPE em Três de Maio fica localizada na Av. Sen. Alberto Pasqualini, 388, ao lado da loja Supracell. É possível entrar em contato pelo telefone fixo 3535-1006 e pelo WhatsApp 99133-7121. O atendimento pela Defensoria não é universal, mas destinado às pessoas hipossuficientes. Em regra, faz-se análise da renda familiar do assistido, que não pode ultrapassar três salários-mínimos nacionais, bem como não ser titular de patrimônio de valor acima de 300 salários-mínimos nacionaiS.
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