Fraternidade e Diálogo: ‘compromisso de amor’ é o tema da campanha de 2021
Em Três de Maio, a preparação para a Páscoa é realizada pela Igreja Católica em conjunto com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou oficialmente na quarta-feira de cinzas, dia 17, a Campanha da Fraternidade de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Efésios 2.14). A data marca o início a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. O assunto é difundido nas celebrações e programações da comunidade religiosa.
No texto-base que detalha a iniciativa, a CNBB faz críticas relacionadas aos seguintes temas: ‘Negação da ciência’ durante a pandemia de Covid-19; atuação do governo federal no combate ao coronavírus; igrejas que não respeitaram o distanciamento social, e a “cultura de violência” contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTIQ+.
A campanha da fraternidade é tradicionalmente realizada pela Igreja Católica em parceria com instituições cristãs desde a década de 1960. O texto-base é escrito por membros do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e passa pelo aval da direção-geral da CNBB.
O tema
Em entrevista ao Semanal, o pároco da Igreja Católica de Três de Maio, padre Edegar Matos explica que “a Campanha da Fraternidade desse ano tem como objetivo geral, através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo, convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual”. O pároco ressalta que se trata de um convite a todas as pessoas realmente cristãs para darem testemunho do amor, a fim de superar as divisões e os ódios entre os humanos.
As críticas
Com relação às críticas que a Campanha da Fraternidade recebeu, inclusive por grupos da Igreja Católica, padre Edegar destaca que essa é uma grande Campanha da Fraternidade. “Fraternidade quer dizer para vivermos como irmãos e irmãs, nos respeitando e nos querendo bem. O que cura, o que torna as pessoas felizes é o amor e o cuidado. Lendo o texto base, muito bem escrito e fundamentado, somos conclamados a fazer a nossa fé ter um sentido. Fazermos o bem”, ressalta.
Para o pároco, as críticas fazem bem, a fim de que haja discussão de fato sobre o tema polêmico que é abordado. “Muita coisa ruim é acobertada e deixada de lado ou fora da luz do dia. E quando se aborda isso, os que não vivem e nem querem a fraternidade e o entendimento entre as pessoas, se manifestam”. O pároco lembra que “Jesus já tinha problemas com esse tipo de pessoas fechadas, fanáticas, preconceituosas, que eram os fariseus. Ele chega até a ‘suspirar’ em determinados momentos com as atitudes desses grupos da época. Ou seja, quase perde a paciência. Se aconteceu com Ele, o que vamos esperar hoje se quisermos de fato seguir seus passos”, questionou.
Programação
Em Três de Maio, a Campanha da Fraternidade é realizada em conjunto entre Igreja Católica e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Padre Edegar explica que há um material muito rico, vindo do Regional Sul 3 da CNBB, que conta com sete encontros: quatro para fazer antes do Domingo de Ramos e três para a Semana Santa. “Teremos ainda uma via sacra especial todas as sextas, às 15 horas e às 18h30, na Igreja Matriz e nas comunidades. Outras atividades serão divulgadas mais para frente, uma vez que precisamos ver o desenrolar da pandemia”, concluiu.
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