Emprego tem, mas falta mão de obra qualificada
Números apontam retomada do mercado de trabalho em todo país. Em Três de Maio, empresas dos mais diversos ramos têm dificuldade para preencher vagas
Aumenta oferta de empregos, mas falta mão de obra qualificada
Números apontam retomada do mercado de trabalho em todo Brasil. Em Três de Maio, empresários dos mais diversos ramos, apontam dificuldade para preencher vagas
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na última segunda-feira, 28, que a quantidade de brasileiros empregados em janeiro deste ano, se aproxima do número pré-pandemia. A informação é baseada nos dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), que indicam uma retomada do mercado de trabalho. Conforme o levantamento realizado pelo instituto, que é atrelado ao Ministério da Economia, o primeiro mês de 2022 registrou um total de 94,1 milhões de empregados no Brasil. Em janeiro de 2020, antes do início da pandemia, esse contingente era de 94,5 milhões. Na comparação com janeiro do último ano, o atual cenário representa alta de 8,1% no número de trabalhadores ocupados.
“As gerações que chegam ao mercado de trabalho atualmente buscam significância a sua atuação.... não ficam focados numa única vaga e, muitas vezes, acabam saindo da formalidade se, na visão deles, não atender os seus objetivos’, avalia presidente da ACI, Jesildo Lima
O aquecimento do mercado de trabalho registrado no Brasil também se reflete em Três de Maio. Quem circula pelo município ouve e vê que a todo o momento são ofertadas vagas de emprego, nos mais diversos setores. No entanto, a maioria dos empresários reclama da dificuldade de conseguir mão de obra. Mas, se há vagas de emprego e pessoas desempregadas, qual o principal motivo para a dificuldade de encontrar mão de obra? O principal motivo relatado é a falta de qualificação, mas há também questões comportamentais, além de uma visão mais seletiva sobre emprego por parte dos trabalhadores mais jovens.
Para falar sobre a situação, o Jornal Semanal conversou com empresários locais, presidente da ACI, Jesildo Lima, e com o gerente regional do CIEE, Elemar Lenz.
Conforme o presidente da ACI, Jesildo Lima, a entidade tem observado com preocupação o que vem ocorrendo. Ele lembra que segundo o último Censo do IBGE, 20,45% da população do município não possuia renda mensal. Trazendo esse percentual para a estimativa da população de 2021, são mais de 4.800 pessoas nessa situação. “Observando as demandas nas empresas, a procura por mão de obra, mesmo que empiricamente, vem se intensificando. Se antes era maior a procura por mão de obra mais especializada, hoje apresenta indisponibilidade. “Os custos que oneram as contratações são altos para as empresas, mas o valor líquido para quem vai receber não é atrativo, além das exigências de formação, disponibilidade na flexibilidade de horários, competências e habilidades necessárias, levam muitas pessoas a desistirem das vagas”, considera.
Para Gesildo, as gerações que chegam ao mercado de trabalho atualmente buscam significância a sua atuação. “Ou seja, não ficam focados numa única vaga, e muitas vezes acabam saindo da formalidade se, na visão deles, não atender os seus objetivos. Por outro lado, praticamente todas as empresas, neste momento, têm demandas para novos profissionais. Ocorre um descompasso entre oferta e demanda”, justifica.
Para o presidente da ACI não é possível afirmar que Três de Maio tem mais vagas de emprego que pessoas buscando recolocação no mercado de trabalho. “Há pessoas que num processo de recrutamento e seleção não se adequam às demandas, e aquelas que são selecionados, acabam tendo outras oportunidades e desistem daquela ofertada. E ainda, temos os desalentados que estão desempregados e desistiram de procurar empregos. No Brasil são mais de 6 milhões de pessoas nessa situação”, revela.
Falta de qualificação e mudança de comportamento
Na avaliação de Jesildo, a maior dificuldade é encontrar mão de obra com qualificação. “Acontece que na maioria das vezes pessoas são contratadas por qualificação técnica e são demitidas por questões comportamentais. As possibilidades de formação existentes tanto a nível técnico e superior em nossa região atendem as demandas atuais, inclusive com sobras de vagas. Portanto o descompasso poderia estar na mudança do comportamento das pessoas em relação a busca por um emprego”. Ele explica que no passado a rotatividade nas empresas era menor, em que um indivíduo procurava a construção de uma carreira e, diante de poucas possibilidades, tornava mais fiel para aquela oportunidade.
Conforme Jesildo, parte da geração que está entrando no mercado de trabalho não está focada em fazer uma formação, buscar uma carreira profissional com passos a médio e longo prazo. “A busca ansiosa por resultados rápidos está dificultando a redução da lacuna entre oferta e demanda de mão de obra. A redução de pessoas entrantes para o mercado em nosso município também é um fator que dificulta. Temos demanda por quantidade e qualidade de mão de obra”, afirma.
ACI vai apostar na aproximação dos jovens das empresas e oportunidades locais
No planejamento da ACI e Sindilojas estão previstas ações que visam aproximar o jovem, especialmente aquele que está no Ensino Médio, ou que já concluiu, com as empresas e oportunidades locais. “Entendemos que esta aproximação especialmente dos jovens com nossas empresas poderá gerar resultados mais satisfatórios. Também já iniciamos conversas com nossas instituições de ensino para possibilitar mais ações neste sentido, sejam em capacitações, processos de orientação profissional e identificação de demandas especificas”, adianta o presidente da ACI.
ACI e Sindilojas possuem banco de currículos
A ACI e o Sindilojas possuem um banco de currículos conjunto, onde os interessados podem cadastrar seus currículos que ficam à disposição das empresas interessadas. “As entidades visam cada vez mais representar e colaborar para o crescimento das empresas associadas, sejam elas do comércio, serviço, indústria ou agronegócios”, enfatiza Jesildo.
O cadastro de trabalhadores em busca de emprego pode ser feito através do site https://www.acitm.com.br/curriculos e no e-mail acitm@acitm.com.br, além de pessoalmente.
Já as empresas, associadas ou não, encaminham a vaga por e-mail com os requisitos e exigências. A partir daí a equipe da ACI/Sindilojas seleciona os currículos que mais se aproximam do exigido e encaminha para a empresa que, então, entra em contato com o candidato que será selecionado para entrevista.
De acordo com a ACI/Sindilojas, nos últimos meses houve aumento na oferta de vagas e procura por profissionais. “Entretanto, devido aos requisitos e exigências, as empresas estão com dificuldades de preencher as vagas disponíveis”. Em contrapartida, neste período reduziu a procura do banco por parte dos candidatos. A média mensal tem sido de cinco currículos cadastrados.
Desde que foi implementado, há cerca de dois anos, o Banco de Currículos da ACI/Sindilojas já intermediou em torno de 20 contratações.
CIEE enfrenta redução no número de estudantes disponíveis para estágios
O mercado de estágios têm redução acentuada no número de estudantes disponíveis nos últimos anos. A afirmação é do gerente regional do CIEE-RS (Centro de Integração Empresa-Escola), Elemar Lenz. “Em Três de Maio, assim como em diversos municípios do Rio Grande do Sul, existem inúmeras vagas disponíveis, algumas que exigem qualificação e outras para quem está iniciando sua vida profissional, sem experiência ou qualificações específicas”, relata.
Ele explica que o CIEE tem facilitado ao máximo o acesso dos estudantes às vagas de estágio, inovando e simplificando processos de inscrição, seleção e encaminhamento, mas que é necessário que o jovem esteja atento e mobilizado para as oportunidades.
Mesmo com o fechamento do posto do CIEE em Três de Maio, o Centro continua atendendo o município e região. “Nosso público, empresas, estudantes e instituições de ensino encontram uma série de funcionalidades no Portal do CIEE-RS – www.cieers.org.br, onde a empresa poderá comunicar abertura de vagas, o estudante poderá verificar as vagas para seu perfil, retirar seu encaminhamento e, caso selecionado, realizar todos os trâmites para a contratação, sem a necessidade de comparecer a uma Unidade de Atendimento”, ressalta, destacando que caso alguma das partes sinta necessidade de um contato pessoal, a Unidade de Atendimento de Santa Rosa está disponível para atender e, inclusive, realizar visitas sempre que necessário.
Maior déficit é nas áreas de TI, Administração, Ciências Contábeis, Magistério e Pedagogia
Na região Fronteira Noroeste, a maior demanda de vagas é para estudantes nas áreas de TI (Tecnologia da Informação), Administração, Ciências Contábeis e para a área de educação, como cursos Normal (Magistério) e Pedagogia.
A maior disponibilidade de candidatos é do Ensino Médio e, no nível superior, o curso de Direito é o que apresenta o maior número de estudantes cadastrados. “Importante destacar que dispomos de vagas de aprendizagem, onde independente do curso ao qual estão vinculados na instituição de ensino, adolescentes a partir de 14 anos e jovens até 24 anos podem iniciar sua caminhada profissional”, salienta Elemar Lenz.
‘Com mudanças constantes, área de TI precisa investir em treinamento’, diz empresário do setor
O setor de Tecnologia da Informação (TI) é um dos que mais cresce no país. Porém, na contramão dessa demanda, as empresas do ramo estão sofrendo com a falta de mão de obra especializada. Conforme uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom), até 2024 serão necessários 70 mil profissionais ao ano para ocupar todas as vagas geradas. No entanto, o cenário de formação é outro. Por ano, o Brasil capacita apenas 46 mil pessoas aptas para trabalhar na área de TI. Se o número de novos formandos continuar neste patamar, o déficit será de 24 mil a cada ano.
Três de Maio tem duas grandes empresas da área de TI que sentem na pele essa realidade. Uma delas concedeu entrevista ao Semanal, onde seu diretor explicou como tem feito para driblar a situação.
O empresário Ildo Corso, sócio-diretor e CIO (responsável pela tecnologia da informação da empresa) da Abase Sistemas e Soluções, empresa de tecnologia que desenvolve sistemas para o setor público e ERP para empresas privadas, diz que a maior dificuldade encontrada para contratação de funcionários é encontrar profissionais formados, capacitados, e habilitados para os cargos das principais funções na área de TI: analista de dados, analista de sistemas, programador web, técnicos em Infra-TI., além de profissionais para prestar serviços de suporte técnico de software. Atualmente, a empresa conta com 125 funcionários.
Disputa por profissionais
Corso revela que a empresa também sofre com a disputa destes profissionais no mercado. Motivo pelo qual mantem sempre vagas (para contratação). “Além disso, sofremos também com a migração de profissionais para outras regiões e principalmente, para o imaginário, ilusório e confortável trabalho home office, que muitos buscam, e que entendemos ser interessante e até praticamos em casos específicos, porém já está gerando alguns problemas para os profissionais que buscam este modelo. Como exemplo, o isolamento e a brusca separação do quadro de colegas e profissionais, pois não dialogam, nem socializam mais, tornando uma vida muito solitária, estressante e com consequências disso tudo, ainda não mensuradas”, avalia o empresário.
Setores mais críticos para conseguir mão de obra
Nas áreas de análise e programação em linguagens e ambiente WEB está ocorrendo uma defasagem muito grande entre a procura e baixa oferta na região. “As instituições de ensino técnico e graduação, não conseguem suprir as vagas demandadas. Entendemos que é pelo fato destes cursos (Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Eng. de Software), serem mais difíceis. Portanto, são preteridos por pessoas que optam por outros mais fáceis, EAD, e outras opções”, explica o empresário. “Porém, sabe-se que para formar um bom profissional de TI, mais precisamente na área de desenvolvimento, precisa mais tempo e muita dedicação dos alunos. Caso contrário, não serão bons profissionais de acordo com o que exige o mercado”, relata.
Capacitação interna é adotado pela empresa
A empresa aposta no treinamento de profissionais para as necessidades específicas. “Estamos sempre contratando profissionais que tenham conhecimento em TI e, internamente, preparamos e capacitamos para atender as nossas necessidades específicas, em termos de ferramentais, métodos e processos da nossa fábrica de software. Já formamos turmas para Programação em Ambiente Web, usando a plataforma C# e ferramentas integradas, para atender cada uma das áreas. Usamos várias plataformas de desenvolvimento de Software, o que requer profissionais habilitados em cada uma delas. Para este ano de 2022, diante de novos desafios, estaremos contratando e formando novas turmas”, revela o empresário.
Transformação digital aumenta demanda por profissionais de TI
Corso destaca que o mundo inteiro demanda por profissionais de TI, em face da crescente transformação digital, IOT (Internet das coisas) e outros. “Todos os segmentos da sociedade estão sofrendo este impacto, com radicais mudanças no modus operandi, ou seja, a passagem do analógico para o digital, fazendo com que todos os processos operacionais do nosso cotidiano passem a ser digitais”, avalia Corso, ressaltando que isto requer mais profissionais para reconstruir tudo: novos programas, novos métodos, rotinas, processos, etc. E, consequentemente, muitos hábitos e processos analógicos serão extintos. Isto já é percebido, porém muitas coisas ainda deixarão de existir cedendo espaço para o digital.
“Portanto, as empresas de TI, principalmente as fábricas de software, estão sujeitas a esta transformação, em função da necessidade de readaptação de todos os atuais sistemas operacionais e aplicativos, diante dos novos padrões que estão sendo exigidos pela transformação digital, que acontece diariamente e de forma acelerada, novas tecnologias são disponibilizadas e aplicadas gerando ameaças, mas também grandes oportunidades”.
Na opinião do empresário, a transformação digital para muitos segmentos e empresas vai afetar a forma atual de ganhar dinheiro, portanto nesta fase, muitas empresas desistem do processo e deixam grandes oportunidades passar. O empresário lembra o caso clássico da Kodak que deu início à câmera digital e não liderou este mercado.
“Há alguns anos era suficiente estudar para ter uma profissão, hoje requer uma jornada contínua de atualização de várias tecnologias para se manter competitivo. Soma-se a isto a disruptura constante, que é a quebra ou descontinuação de um processo, levando algumas empresas ao fracasso. Empresas que continuam fazendo o que sempre fizeram e não buscam fazer a sua transformação digital interna e que, assim, poderão ter seu negócio afetado”, alerta o empresário e CIO Ildo Corso
Indústria aponta a falta de qualificação e
persistência como empecilho para contratação
Para o empresário do ramo da indústria, atualmente com 80 funcionários, mas com demanda para mais contratações, a maior dificuldade para a contratação de mão de obra sempre foi a falta de qualificação. “Vem candidatos com ensino médio completo que não conseguem fazer uma conta de multiplicação e muito menos entender procedimentos simples como percentagem”, explica o empresário que prefere não se identicar.
A pouca capacidade de comunicação, falta de experiência, dificuldade de cumprir normas, falta de proatividade, falta de persistência, assim como a falta de vontade aprender também dificultam o preenchimento das vagas na empresa. “Ultimamente temos passado por cima de algumas diretrizes na hora de contratar, porque não conseguimos sequer preencher o grau de escolaridade ou o mínimo de desenvoltura. E estamos falando para atividades que não exigem praticamente nenhuma qualificação. Temos percebido, também, um abandono prematuro do emprego por achar muito puxado, o que na verdade não é”, avalia.
O empresário também afirma que os setores mais críticos para contratação são os que necessitam de alguma capacitação, como soldador, motorista, etc. “Mas hoje, até mesmo para ‘chão de fábrica’ não encontramos ninguém. Um pouco se deve a possibilidade de trabalhar na informalidade. Percebemos que alguns preferem ficar trabalhando de servente, sem vínculo empregatício e sem ‘compromisso’, do que trabalhar de maneira formal”, observa o empresário.
Para contornar a situação, a empresa realiza treinamentos internos com os colaboradores, “mas percebemos que poucos querem aprender algo novo”.
Segundo o empresário, a necessidade de aumento nas contratações se dá pelo aumento das vendas e retomada da economia de forma geral.
Indústrias do ramo têxtil tem dificuldades para preencher vagas de costureiras e cortadeiras
Nas fábricas do ramo têxtil do município, a falta de mão de obra qualificada compromete a produção. A maior demanda é por costureira e cortadeiras, porém outros setores da atividade também sofrem com falta de profissionais.
Para o empresário do ramo de produção têxtil de uniforme escolares, esportivos e para empresas, José Henrique Weber, a maior dificuldade encontrada em seu negócio é a falta de mão de obra qualificada, com prática e domínio do trabalho. “Teríamos muitas vagas para cobrir a demanda do serviço, porém, não encontramos esses profissionais disponíveis no mercado. No ramo em que atuo, a demanda maior é por costureiras e cortadeiras, mas também sentimos falta na parte de desenho e criação, que é área de informática, e vendas”, revela.
Para driblar a situação, a empresa tem negociado o prazo de entrega com os clientes. “Isso não agrada o cliente, nem a empresa. Outra forma para amenizar a situação, é alocar temporariamente colaboradores de uma área da empresa para outra, porém não é o ideal, pois em alguma área vai faltar aquele profissional e a ‘engrenagem’ deixa de rodar como deveria”, justifica Weber.
Conforme o empresário, o aumento de vagas está estritamente ligado ao aumento da produção, e que, esporadicamente ocorre contratação devido à substituição de algum colaborador. Atualmente, a empresa conta com 18 colaboradores, mas tem demanda para, no mínimo, mais três costureiras.
A falta de mão de obra qualificada também é a principal queixa da sócia-proprietária de outra indústria de vestuário, Gilcéia Losekann. “Estávamos com dificuldade de profissionais para o setor de corte, que hoje, com a costura são os setores mais críticos para contratação”, ressalta.
A empresa aposta em treinamento para mitigar o problema. Para a empresária, a oferta de vagas em parte se deve à estabilização da pandemia e, também, para substituir ou remanejar colaboradores. A empresa conta com 12 funcionários.
‘Praticamente sempre temos vagas em aberto’, revela o empresário
José Henrique Weber
Com grande rotatividade, supermercado não
consegue ampliar quadro de funcionários
O empresário Tiago Benedetti, sócio de um supermercado de Três de Maio, destaca que há muito tempo está com dificuldades para encontrar mão de obra para a empresa. “Temos necessidade de bastante mão de obra, além disso temos uma rotatividade muito grande também. O pessoal começa a trabalhar e logo desiste. Tem ainda aquele que é contratado, traz a carteira de trabalho, mas nem vêm trabalhar; outros trabalham um curto período, às vezes nem terminam o contrato de experiência”, revela o empresário que atualmenteemprega 198 pessoas.
Segundo Tiago, a dificuldade é tão grande para suprir as vagas que, às vezes precisaria ‘mandar alguém embora’, mas acaba ficando com o funcionário por não ter ninguém para colocar no lugar. “Está dentro daquela máxima: é ruim com, mas é pior sem”, considera.
A dificuldade de profissionais, conforme Tiago, é para todos os setores do mercado. “Falta gente na padaria, confeitaria e açougue que dependem de mão de obra com um pouco mais de qualificação e experiência; como para operadoras de caixa, empacotadores e repositores que não precisam ter experiência”, revela o empresário.
Tiago diz que para amenizar a situação, a saída tem sido trabalhar como menos funcionários. “Também tentamos mudar um pouco a rotina dos funcionários, dividir algumas funções quando faltam funcionários, estender um pouco de hora extra, algumas coisas assim, porque realmente não está fácil, não tem gente para trabalhar”, avalia.
O empresário conta que o retorno ao trabalho das funcionárias grávidas que estavam afastadas, e a redução de atestados por Covid-19 amenizaram um pouco o problema de falta de pessoal que foi ainda mais intenso na fase mais aguda da pandemia. “Hoje temos vagas. Apesar do aumento na demanda, estamos com o mesmo número de funcionários de dois, três anos atrás, e precisamos aumentar”, argumenta.
‘Apesar do aumento na demanda, estamos com o mesmo número de funcionários de dois, três anos atrás.... e precisamos aumentar’, diz Tiago Benedetti
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