A construção de valores através do esporte

Para muitos, o esporte é a oportunidade de melhorar de vida, de transformar sonhos em realidade, de ter uma profissão, ou apenas um hobby. Seja qual for a finalidade, a prática esportiva auxilia na construção de valores  morais fundamentais para o ser humano, como o caráter, disciplina, respeito ao próximo, além de ajudar na mudança de comportamento e de atitudes.

Neste sentido, os projetos sociais desenvolvidos por meio das escolinhas de futebol, que trabalham com as categorias de base, são um ótimo exemplo de que na prática, o esporte contribui para transformar vidas.

Assim é o caso do ‘Projeto Viva o Botafogo, Viva a Oportunidade’, organizado pelo Botafogo Esporte Clube, de Três de Maio, que já está há 17 anos em atividade.

Segundo um dos coordenadores do projeto, professor Carlos Alves, mais conhecido como Carlão, muito além do futebol e a formação esportiva de qualidade, a “escolinha do Botafogo” promove o desenvolvimento humano, o desenvolvimento motor e uma vivência saudável do esporte.

Carlão conta que um dos lemas do projeto é ‘Uma escolinha que ensina mais do que fazer gols’. “Essa frase resume a finalidade do nosso projeto. Acima do futebol estão os valores, a família, os estudos, porque tudo isso faz parte de um conjunto e é muito importante”, afirma o treinador.

Identificando potenciais

Através do projeto desenvolvido, o clube tem importantes parcerias de grandes clubes do Estado e de Santa Catarina, como Juventude, Grêmio, Inter e Chapecoense, onde os atletas das escolinhas do preto e branco participam de avaliações. Muitos deles, a exemplo da zagueira Caroline Quaresma, que integra a categoria Sub-18 das Gurias Gremistas, e foi convocada para a Seleção Brasileira Sub-17, pela segunda vez. 

E por meio dessa parceria que dois atletas da escolinha do Botafogo participaram, na semana passada, de uma avaliação do Juventude, de Caxias do Sul. Tonny Rettore, 14 anos, participou da avaliação pela segunda vez. Ele é da localidade de Manchinha, interior de Três de Maio, filho de Volmir e Jaqueline Rettore. Já o garoto Arthur Augusto Werle Rambo, 10 anos, filho de Sandro Rambo e Amara Werle, participou pela primeira vez de uma avaliação em um grande clube. Ele está no projeto do Botafogo desde o ano de 2015, enquanto Toni está no clube há três anos.

Ainda é importante mencionar, conforme Carlão, que este é um projeto em construção. “Nesse momento, com relação a avaliação feita pelo Tonny e pelo Arthur, nem falamos em aprovação ou não. É um processo, que está em evolução, para posterior encaminhamento dos atletas”, observa Carlão, ressaltando que estas parcerias possibilitam todo e qualquer atleta que estiver dentro do Botafogo e  apresentar bom desempenho – fruto de um trabalho sério e de muita credibilidade – tem a chance de ser encaminhado para grandes clubes.

130 atletas nas categorias de base

O professor Carlão destaca que os dois atletas vem se destacando, dentro do trabalho de treinamento e de formação que o Botafogo realiza com as categorias de base. “A escolinha é formadora de pessoas, de cidadãos de bem, e faz esse trabalho de identificar possíveis potenciais e talentos, oportunizando essas avaliações com outros clubes de futebol. O nome do projeto já diz, ‘Viva o Botafogo, viva a oportunidade’, que é oportunizar essa chance para os garotos”, comemora o treinador.

Atualmente, são mais de 130 crianças e adolescentes – e as suas famílias – que estão envolvidas no projeto e tem apoio da diretoria do Botafogo, comunidade e empresas que ajudam com recursos para bancar o projeto. “Temos cinco professores, materiais, bolas, uniformes e tudo tem um custo, por isso a importância dessas parcerias”, afirma Carlão, lembrando que  o clube sempre está de portas abertas para receber novos alunos.