20% dos moradores de Três de Maio têm curso de graduação

É o maior índice de ensino superior na microrregião

20% dos moradores de Três de Maio  têm curso de graduação
Censo apontou que 4,8 mil três-maienses possuem ensino superior completo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 26, os resultados preliminares da amostra do Censo 2022 voltados à educação. Os dados mostram que aproximadamente 4,8 mil habitantes de Três de Maio, tem curso superior completo, o que equivale a 19,46% da população, o maior percentual entre os seis municípios da microrregião. O índice é superior à média estadual, que é de 17,35%,  

Entre as áreas de formação, o destaque vai para os cursos das áreas de Negócios, Administração e Direito, que somam 1.574 profissionais graduados. 

Na comparação com os demais municípios da microrregião, Boa Vista do Buricá aparece na segunda posição, com 14,19% da população com diploma de ensino superior. Em seguida, estão Nova Candelária (11,37%), São José do Inhacorá (11,11%) e Independência (10,89%). Alegria apresenta o menor percentual, com apenas 6,88% da população tendo concluído uma graduação.  

 

PESSOAS COM NÍVEL SUPERIOR COMPLETO, POR ÁREA DE FORMAÇÃO EM TRÊS DE MAIO 

Área Número
Negócios, administração e direito  1.574
Saúde e bem-estar  574
Educação  440
Engenharia, produção e construção 254
Ciências Sociais, Comunicação e Informação   230
Artes e Humanidades 185
Agricultura, sivicultura, pesca e veterinária 184
Computação e TIC 141
Ciências naturais, matemática e estatística 88
Serviços 27
   

 

Tempo médio de estudo varia entre municípios

O levantamento também revela diferenças no tempo médio de estudo. Três de Maio lidera novamente, com 10 anos de estudo em média por habitante. Em seguida, aparecem Boa Vista do Buricá (9,6 anos), Nova Candelária (9 anos) e São José do Inhacorá (8,8 anos). Independência (8,3 anos) e Alegria (7,6 anos) registram as menores médias.  

 

Mulheres ficam mais tempo em sala de aula

Os dados também apontam uma diferença no tempo de estudo por sexo. As mulheres de Três de Maio, estudam, em média, 10,1 anos, enquanto os homens têm uma média de 9,8 anos. Entre os diferentes grupos raciais, pessoas brancas têm maior tempo médio de estudo (10,1 anos), seguidas por pardas (9,1 anos) e pretas (8,7 anos).  

 

Alfabetização e frequência escolar

A taxa de alfabetização nos municípios da microrregião varia de 93,8% a 98,18%. Boa Vista do Buricá tem o maior índice (98,18%), seguida por Nova Candelária (97,9%), São José do Inhacorá (97,24%) e Três de Maio (97,05%). Independência (95,63%) e Alegria (93,8%) apresentam os menores percentuais.  

No ranking nacional de alfabetização, Boa Vista do Buricá está na 56ª posição, sendo o município mais bem colocado da região. Nova Candelária ocupa a 101ª posição, São José do Inhacorá a 270ª e Três de Maio a 338ª. Independência e Alegria aparecem nas posições 5.046 e 1.684, respectivamente.  

Já a taxa bruta de frequência escolar na microrregião é elevada. Alegria, São José do Inhacorá e Nova Candelária atingem 100% de frequência. Boa Vista do Buricá tem 99,49%, Três de Maio registra 98,66% e Independência 98,51%.  

Apesar da alta taxa de frequência escolar, um número significativo de habitantes ainda não completou o ensino básico. Em Alegria, 58,81% da população tem apenas o Ensino Fundamental Incompleto ou não possui instrução. Em São José do Inhacorá, o índice é de 49,04%, seguido por Nova Candelária (48,39%), Independência (46,89%), Boa Vista do Buricá (37,32%) e Três de Maio (33,08%).

 

TAXA BRUTA DE FREQUÊNCIA ESCOLAR DE TRÊS DE MAIO,  POR GRUPO DE IDADE

 

Os números na região

Apesar de a região Noroeste do Estado se destacar como um importante polo educacional, abrigando universidades renomadas, nenhum município atinge 21% da população com ensino superior completo. Santo Ângelo lidera o ranking, com 20,83% dos seus habitantes graduados — o equivalente a 12.473 pessoas. Em seguida aparece Ijuí, onde 20,73% dos moradores possuem diploma de nível superior. Já Horizontina e Santa Rosa apresentam índices de 18,9% e 18,51%, respectivamente.

A capital gaúcha, Porto Alegre, registra 31,76% da sua população com ensino superior completo. No interior, destaque para Santa Maria, com 25,46% da população com graduação, Passo Fundo (23,1%) e Pelotas (22,01%). Os três municípios possuem universidades federais e privadas. 

 

Desigualdade familiar influencia no
ensino de alunos gaúchos 

Alunos de escolas privadas do Rio Grande do Sul iniciam a vida escolar mais cedo e têm menor índice de reprovação em comparação aos estudantes da rede pública. Já os alunos negros, em relação aos brancos, ingressam mais tarde na escola e apresentam taxas de reprovação mais altas. Os dados são do estudo Diferenças de capital cultural entre alunos do RS, divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE).

A pesquisa, baseada nos dados do Saeb 2021, analisou como o capital cultural impacta os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio. O levantamento dividiu os alunos em três pares de comparação: escolas públicas e privadas; áreas urbanas e rurais; e estudantes brancos e negros.

O estudo mostrou que alunos de escolas privadas têm pais mais escolarizados, maior acesso a livros e tecnologia em casa e menos responsabilidades domésticas. Por exemplo, 23% relatam que os pais leem frequentemente, contra 14% na rede pública. Além disso, estudantes da rede pública dedicam mais tempo a tarefas domésticas (36% gastam mais de duas horas, contra 17% da rede privada) e a trabalho remunerado (55% contra 22%). A pesquisa aponta que as maiores desigualdades ocorrem entre alunos de escolas públicas e privadas, com diferenças menos expressivas entre estudantes de áreas urbanas e rurais, e entre brancos e negros.