Cirurgias eletivas no HSVP devem ser retomadas em maior número

Segundo dados preliminares da Secretaria Municipal de Saúde de Três de Maio, mais de mil pessoas estão na fila aguardando por uma cirurgia eletiva no município, dos mais diversos tipos, como catarata, hérnia, varizes, entre outras. Desde o início da pandemia, número de procedimentos foi reduzido drasticamente, sendo totalmente interrompidos entre maio e julho deste ano. Conforme a secretária da pasta, Jacira Taborda, na tarde de hoje deve ocorrer uma reunião com representantes dos municípios da microrregião para alinhar algumas questões relativas à fila. A expectativa é que procedimentos retornem em maior número, em breve.

Cirurgias eletivas no HSVP devem  ser retomadas em maior número
Segundo dados preliminares da Secretaria Municipal de Saúde, são mais de mil pessoas que aguardam por uma cirurgia eletiva no município, dos mais diversos tipos, como catarata, hérnia, varizes, entre outras

‘Acreditamos que em breve esse sentimento de espera e sofrimento chegará ao fim’, afirma diretor executivo do HSVP

 

Uma reunião está prevista para ocorrer nesta sexta-feira, com os prefeitos da microrregião, para alinhar questões relativas à fila de espera dos pacientes por procedimentos eletivos. Pacientes - números preliminares apontam mais de mil - que aguardam há tempo na ‘fila da dor’ cobram uma definição

 

“A fila da dor”, como é chamada a fila de espera de pacientes por uma cirurgia eletiva – aquela que é planejada com antecedência, com data marcada –, traz prejuízos para a saúde de milhares de pessoas pelo Brasil afora. Com a pandemia da Covid-19, a realização deste tipo de procedimento ficou muito comprometida. E a normalização do atendimento ainda é incerta para o decorrer deste ano, tanto para aquelas realizadas por convênio de saúde, particular ou no Sistema Único de Saúde (SUS).


Especialistas e profissionais da área da saúde destacam que é necessário prosseguir com as operações, seguindo os padrões de segurança — para o médico e para o paciente — ainda que a pandemia não tenha acabado. Isso porque, se deve ter em mente que, a despeito da pandemia, existe alta prevalência na população de doenças crônicas não transmissíveis (doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer e diabetes) além de outras como ortopédicas e neurológicas, que necessitam de tratamento cirúrgico. O atraso de tratamento pode, por exemplo, mudar o estadiamento de um câncer e implicar em um tratamento mais agressivo, com mudança de prognóstico e qualidade de vida para o paciente.


Em Três de Maio, a situação causa preocupação para quem aguarda na fila de espera. Há muitas reclamações e especulações que dizem que a responsabilidade – ou a culpa – pela demora na realização dos procedimentos seria da Secretaria Municipal de Saúde e outros dizem que seria do Hospital São Vicente de Paulo. 


Segundo dados preliminares da Secretaria Municipal de Saúde, são mais de mil pessoas que aguardam por uma cirurgia eletiva no município, dos mais diversos tipos, como catarata, hérnia, varizes, entre outras. 


A secretária da pasta, Jacira Taborda, ressalta que ainda não há definições sobre o assunto, mas que na tarde desta sexta-feira, 6, está prevista uma reunião com representantes dos municípios da microrregião para alinhar algumas questões relativas ao tema. O objetivo do encontro é tomar decisões sobre como proceder para diminuir “a fila da dor”, destaca Jacira. 

 

‘Elas sempre ocorreram, mas, desde o início da pandemia, não houve exigência do cumprimento de metas’, explica Igor Prestes

Em contato com o diretor executivo do Hospital São Vicente de Paulo de Três de Maio, Igor Prestes, ele ressaltou que as cirurgias eletivas sempre ocorreram, mas desde o início da pandemia não houve exigência do cumprimento de metas.


“Nos meses de maio e junho de 2021, o Estado através do COE (Centro de Operações de Emergência – Covid-19, núcleo estadual para combate à doença), determinou que as cirurgias eletivas não deveriam ser realizadas, tendo em vista a emergência de saúde pública, por conta da pandemia. Nos demais meses, as cirurgias eletivas foram realizadas em todos os convênios,  incluindo SUS, porém em número bem inferior a outros anos”, explicou.


Conforme o diretor, atualmente a necessidade de cumprimento das  metas do contrato com o Estado estão suspensas por Lei Federal até 31 de dezembro de 2021, devido à escassez de recursos financeiros dos hospitais, que consumiram todas suas reservas para atender casos graves de Covid e também para permitir que os hospitais conseguissem superar a maior crise sanitária do país em sua história”


Lista de espera

O diretor executivo diz, ainda, que as listas de espera são reguladas e controladas pelos municípios. “O hospital não define a ordem de prioridade, nem qual paciente vai ser operado, exceto se o caso for uma emergência. Atualmente, liberamos as agendas de consulta e cirúrgicas e os agendamentos são realizados pelo Estado”. 


Prestes orienta que o encaminhamento de uma cirurgia eletiva pelo SUS deve ocorrer na Unidade Básica de Saúde. “O paciente deve procurar sua uni

dade de referência, o médico da unidade solicita a avaliação do especialista”, destaca.  
Ainda, ele afirma não saber qual a maior demanda destes procedimentos. “Não tenho esse levantamento”, diz. 


Recursos e capacidade técnica

Sobre quais as medidas que o HSVP e o Município de Três de Maio podem fazer para diminuir a fila, Prestes frisa que as cirurgias eletivas estão sendo realizadas de acordo com as possibilidades de recurso financeiro municipal e de acordo com capacidade técnica do hospital. “Através de parceria com o Município  de Três de Maio estamos fazendo uma retomada gradativa de cirurgias em todas as especialidades”, declara. 


24 cirurgias em julho

Conforme Igor, em julho foram realizadas 24 cirurgias. O diretor explica, que atualmente o modelo de contratação do Estado prevê um quantitativo de procedimentos cirúrgicos fixo e outros variáveis. “Um grande grupo de cirurgias de urgência é realizado mensalmente no hospital que é de referência regional. Nem todas as cirurgias realizadas são para Três de Maio. Além da microrregião, há especialidades que somos referências para outras regiões”.

 
Prestes assegura que o HSVP é sensível a todas as pessoas que aguardam cirurgia em filas de espera. “Acreditamos que, em breve, com a diminuição dos números de casos de Covid e a consequente redução dos custos com insumos (que chegaram, em alguns casos a 900% de aumento), o sofrimento de espera chegará ao fim”, conclui.