TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - A IGREJA MATRIZ CATÓLICA DE TRÊS DE MAIO ( FINAL )

TRÊS DE MAIO  E SUA HISTÓRIA - A IGREJA MATRIZ CATÓLICA DE TRÊS DE MAIO ( FINAL )

A IGREJA MATRIZ CATÓLICA DE TRÊS DE MAIO - Final

 

Após a chegada do padre italiano Vicente Testani a Buricá, no dia 21 de fevereiro de 1928, a comunidade católica passou a ter em seu novo vigário uma grande liderança que logo percebeu a necessidade da construção de uma igreja maior, para receber os inúmeros fiéis que se aglomeravam em torno da pequena capela de madeira em dias de missa. 
Com o  decreto de criação da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em novembro de 1929, esta ambição se tornou mais frequentemente pensada,  mas a igreja ainda se encontrava com algumas dívidas provenientes da construção da casa canônica, do colégio das irmãs, e principalmente, do terreno em frente à capela que antes estava destinado a ser uma praça pública, mas que o padre Testani, após muitos contratempos com o Intendente de Santo Ângelo, conseguiu adquirir para a igreja afim de futuramente construir sobre ele a nova igreja. 
 Tentando resolver isto, Testani enviou carta para a Diocese de Uruguaiana pedindo licença ao bispo Dom Hermeto José Pinheiro para vender, sem taxas, bebidas e comidas em uma das salas do colégio das irmãs aos domingos, e assim arrecadar mais rapidamente o dinheiro necessário. 
Mas logo apareceram o Subintendente do povoado, Major Arthur Gomes, o Tenente Melchiades Stricher, o colonizador Emilio Müller e o senhor Egídio Barros a porta do curato cobrando a dívida pelo terreno em frente a igreja, e a partir daí formou-se uma comissão liderada por eles, que saiu visitando o povoado e recolhendo o total de Cr$ 1.240,00 nas linhas entre os colonos. 
Os principais visitados foram os fabriqueiros da igreja, senhores Antônio Bonfanti, Venâncio Perin, Miguel Plech, Fortunato Galiotto, Jacob Petter, Gustavo Krist, Antônio Cereser, Francisco Rossi, Patricio Fin e José Gresele, que responderam, em sua maioria, com grande generosidade, e além deles, várias pessoas mais humildes pediram dinheiro emprestado para poderem  também contribuir. 
Assim, no dia 24 de agosto de 1932, foi realizada a Reunião Geral dos Fabriqueiros, onde foram estipuladas algumas regras para o início das obras da igreja, que foram desta forma registradas no Livro do Tombo:
“Os abaixo assinados, estando presente o vigário da paróquia e constando a urgente necessidade de uma igreja nova de material estável, isto é, ou em pedra, ou em tijolos, segundo parecer dos pedreiros, determinaram o que segue:
- 1° Executar a planta apresentada pelo mesmo vigário
- 2° Preparar já, desde o princípio das obras, os alicerces da futura torre, e isto na parede do fundo do presbitério.
- 3° Construir a nova igreja na praça, tendo sido adquirida para este fim.
- 4° Avisar a todos os católicos da freguesia de Buricá, que se algum católico não quiser concorrer em proporção de suas propriedades para construir a igreja nova, a comissão se reserva o direito de estabelecer quanto cada um deverá pagar para ter os mesmos direitos dos sócios, ou membros desta paróquia.”
Os trabalhos de escavação do terreno iniciaram-se nos primeiros dias de junho de 1933, e no dia 1° de outubro, a comissão realizou uma reunião para decidir a escolha do projeto da nova igreja, a ser enviado para uma firma de Porto Alegre que havia se comprometido a fazê-lo por um conto de reis. Na mesma reunião foi decidida que a construção de toda a igreja seria em cal, e os alicerces em cal e cimento. 
Assim, começaram os trabalhos dos alicerces, com 310 metros cúbicos de pedra doada por Antônio Cereser, trazidas de carroça pelos fiéis, sem custos
No dia 3 de fevereiro de 1934, a primeira pedra da nova matriz foi colocada no canto da frente, do evangelho, contendo moedas nacionais, nomes de autoridades religiosas e civis, dos fabriqueiros, e após, foi solenemente benzida pelo padre Testani, delegado pelo bispo Dom Hermeto, que estando em Buricá naquela mesma data em visita pastoral, não pode benzê-la pessoalmente por estar doente.
A cerimônia se encerrou com os padres jesuítas João G. Dreher, João Wrobel e Claudio Mazarello, ajudando a distribuir 3.500 comunhões e conversações aos fiéis, dia em que também muitos casamentos foram legitimados, além de 879 confirmações. 
No dia 19 de março de 1934, a comissão decidiu proceder a construção das vigas em cimento armado sobre os alicerces. 
Três anos depois, no dia 28 de março de 1937, em uma nova reunião, decidiu-se construir uma olaria para produzir os tijolos que seriam utilizados na igreja, nas terras do sr. Francisco Zawaski, que ofereceu também a argila necessária para a fabricação dos tijolos sem nada cobrar. 
A construção levou 8 anos para ser concluída, e finalmente, em 1942 foi inaugurada esta belíssima igreja em estilo gótico que até hoje enche os olhos de todos que passam pela Avenida em frente e é o orgulho de toda a comunidade católica de Três de Maio.

 

 

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