Três de Maio e Sua História

19 Set 2022 | 11:09 2052 0

FREDERICO WILLIG

Frederico Willig nasceu em Bietighein, Alemanha, em 3 de setembro de 1892. Aos 12 anos, imigrou para o Brasil com seu pai Friedrich Wilhelm (tempos depois também viria sua mãe com irmão menor Henrich) e, após uma breve passagem pelas Colônias Velhas, local onde a maioria dos imigrantes alemães se instalava, vieram para Ijuí onde se estabeleceram na Linha 6.

Quando começaram as medições de lotes de terra pelo Estado na região de Santa Rosa-Buricá em 1915, Willig resolveu também vir para a região e se instalou com uma ferraria em Flor de Maio, onde consertava e produzia alguns tipos de ferramentas para os colonos que chegavam a todo o momento. Ali conheceu sua esposa Blondina Pless, filha de Germano e Carolina Pless, com quem se casou em 1919 e teve 11 filhos.

Com o dinheiro que conseguiu em seus primeiros anos em Flor de Maio, adquiriu terras no povoado de Buricá (hoje Três de Maio), onde iniciou com seus trabalhos de fundição. Instalou ali a primeira máquina a vapor da localidade (que hoje encontra- -se no canteiro central da Avenida Alberto Pasqualini), para impulsionar a produção.

Logo, a empresa começou a crescer e ganhar grande importância na região, fabricando arados, trituradores de milho, engenhos para serrarias, moendas de cana, martelo mecânico, carroças, charretes e diligências para até quatro pessoas. Eram fabricadas de cinco a seis mil máquinas de plantar milho por safra e 10 a 12 diligências por mês. Os produtos eram vendidos para todo o Estado e a fundição chegou a ter até 50 funcionários. Em 1948, a empresa passou a se chamar Fundição Três de Maio Ltda, uma sociedade entre Frederico e os filhos. A chaminé, com 26 metros de altura, foi construída em 1942 e até hoje embeleza o centro da cidade.

A contribuição de Frederico Willig para o desenvolvimento econômico da comunidade foi tão importante que em 28 de fevereiro de 1955, em seu discurso de posse, o primeiro prefeito de Três de Maio, Walter Ullmann, enalteceu Frederico Willig como “... expoente de nosso progresso”.

A Fundição da família Willig fechou em 1976. Há relatos de que a empresa poderia ter se fundido para dar início à SLC, atual John Deere, que acabou se instalando em Horizontina (essa história será contada mais à frente).

Frederico Willig faleceu em 9 de fevereiro de 1973, vítima de um infarto, nos deixando um legado de trabalho e perseverança simbolizado apenas pela grande chaminé, nosso principal símbolo urbano, que hoje observa a cidade, imponente entre nossas duas principais avenidas.

Mas essa história, ainda não acabou. Neste mês de setembro de 2022, no seu aniversário de 130 anos, Frederico Willig presenteará a cidade com dois belos guardiões, que serão colocados em frente à prefeitura municipal e nos acompanharão, rumo a um futuro de grandes realizações. (Na próxima coluna, falaremos deles). Dê um 'viva' três vezes a Frederico Willig!