Lavouras de soja registram produtividade acima do esperado
Até o momento, dados da Emater/RS-Ascar apontam para média de 60 sacas/ha, 13?ima da projeção inicial
Após a safra de soja 2022/23 registrar produtividade média de 35,7 sacas/ha, causada pela estiagem, a atual safra de verão está superando as expectativas iniciais. Com 76% da área cultivada colhida em Três de Maio, os agricultores estão registrando uma média de 60 sacas/ha (3.600 kg/ha), 13,2% superior às expectativas projetadas na semeadura da soja, que eram de 53 sacas/ha. Os dados são do escritório da Emater-RS/Ascar de Três de Maio. “A produtividade está sendo satisfatória, acima da média esperada inicialmente. Da área total cultivada com soja (21 mil hectares), há 5% das lavouras em fase de maturação e 19% na fase de enchimento de grãos, que é praticamente a soja safrinha. Com clima favorável, nas próximas semanas devemos ter avanço na colheita das lavouras”, declarou o extensionista e chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar, Leonardo Rustick.
Ele ressalta que a colheita está ocorrendo de forma tranquila. “Na safra atual percebemos que as lavouras não estão maturando todas ao mesmo momento, mas está ocorrendo dentro de uma normalidade esperada”, acrescenta.
‘Clima favorável, sementes de boa genética e manejo correto contribuíram para chegar nesta produtividade’
Nas lavouras do agricultor Renato José Benedetti a produtividade média foi superior, ficando entre 73 e 74 sacas/hectare
Na lavoura de 40 hectares do produtor rural Renato José Benedetti, 61 anos, localizada em Bela Vista, interior de Três de Maio, a produtividade foi ainda melhor: a média ficou entre 73 e 74 sacas/hectare.
Comparado ao ano anterior, quando a cultura sofreu com a seca, a propriedade teve uma produtividade superior em 46% na safra atual. Em 2023, Benedetti colheu, em média, 50 sacas/ha. “Esse ano a colheita foi muito boa, principalmente por conta do clima favorável. Em minha propriedade cultivei em toda a área a mesma variedade de soja, porém, uma das áreas foi plantada no início de dezembro. Nesta área tive uma produtividade menor, próximo a 70 sacas. Isso ocorreu devido a uma pequena estiagem, de cerca de 18 dias, entre o fim de janeiro e início de fevereiro. Essa área plantada mais tarde foi mais atingida no momento de formação dos grãos”, explicou o agricultor.
Já as áreas plantadas no mês de novembro registraram uma produtividade média de 75 sacas/ha. “O fator positivo dessa colheita foi o clima e a variedade de sementes de boa genética, além da adubação de qualidade, que também foi importante. No final do período, os tratamentos foram aplicados no momento adequado, com períodos de intervalos de 15 dias com quatro tratamentos nas lavouras, que contribuíram para a produção”, acrescentou.
Para o produtor rural, o ano foi positivo para a soja. “O clima foi favorável e tudo contribuiu para chegar nesta produtividade. O que nós esperamos agora é que o preço comece a reagir para que alcancemos uma maior lucratividade”, concluiu Renato.
‘A safra deste ano veio cheia’
Agricultor Ernani Weimer está otimista com a produtividade, que varia de 54 a 72 sacos por hectare, dependendo do local da lavoura
Conforme o agricultor Ernani Claudio Weimer, 51 anos, a safra está sendo boa para os agricultores. Morador do distrito de Progresso, Weimer tem áreas de terra em outras localidades, algumas com maior rendimento que outras.
Em Lajeado Barreiro (Progresso), com 14 hectares, a produtividade média alcançou 57 sacas/ha. Porém, em algumas áreas, chegou a 70 sacos por hectare. Já na área de 5,5 hectares, localizada no Km 16, em Horizontina, a média foi de 51 sacas/ha. Mas o maior rendimento ocorreu em Lajeado Caneleira (Progresso), em uma área de 7,7 hectares, onde a produtividade média foi de 64 sacas/ha. “Nesta área, em 2,5 hectares a produtividade chegou a 72 sacas/ha. Onde tem beirada de mato, laje ou a própria terra de pedregulho acaba influenciando e perdendo produção”, explicou o agricultor.
Já na área destinada à soja safrinha, a produtividade deve ser menor. Na área de 1,4 hectare já colhida, o rendimento médio foi de 47 sacas/ha.
O produtor tem ainda uma área de 21 hectares destinados à soja safrinha, que foi plantada no início de janeiro. Nessa área, Ernani acredita que a produtividade será menor ainda, em torno de 40 a 42 sacas/ha. “Quanto mais tarde a soja foi plantada, a lavoura se desenvolveu menos”, acrescentou.
Ernani disse acreditar que chuvas irregulares - em alguns lugares 10 mm e em outros 15 mm - fizeram a diferença no desenvolvimento da planta. “Mas este ano a produção foi espetacular se comparado a dois anos de seca. Tive vizinhos que passaram a grade na lavoura porque não valia a pena colocar a máquina na lavoura. Já a safra deste ano veio cheia”, declarou Ernani.
A única queixa do agricultor é quanto ao preço. “Uma pena o preço estar um pouco baixo. Mas também não adianta ter preço se você não tiver grão. Você tem que ter o que faturar. Em outros anos o preço estava bom mas não tinha grão”, finalizou.
Preço da saca de soja tem alta nas últimas semanas, mas apresenta queda de 11% no ano
O levantamento semanal da cotação de preços das commodities, produzido pela Emater/RS-Ascar, aponta para um leve aumento do valor da soja nas últimas semanas. Desde o dia 7 de março, quando a soja registrou a menor cotação média no ano (R$ 108,28), o preço tem aumentado a cada levantamento, atingido o patamar de R$ 119,06 no dia 11 de abril. É um aumento de R$ 10,78 por saca, o que representa acréscimo de 9,96%.
Porém, se comparado a última cotação de 2023, de 29 de dezembro, quando o preço estava em R$ 134,78, há um recuo de R$ 15,72. Percentualmente, o número representa uma queda de 11,66%.
A queda nos preços aplicados na saca da oleaginosa é ainda maior se comparada a abril de 2023. A cotação no ano passado era de R$ 146,26, ou seja, há um recuo de 18,60%.
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