‘Nós queremos garantir o direito da igualdade dos nossos assistidos em sua forma integral’, diz Nadir Gabe, diretora da Apae de Três de Maio

Com o lema ‘Superar barreiras para garantir inclusão’, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla terá atividades até o dia 30 de agosto. Neste sábado, ocorre o ‘Pedágio do Carinho’ pelas ruas da cidade

‘Nós queremos garantir o direito da igualdade dos nossos assistidos em sua forma integral’, diz Nadir Gabe, diretora da Apae de Três de Maio
A abertura da programação ocorreu com um momento de diálogo com colaboradores, apoiadores e veículos de comunicação

De 20 a 30 de agosto a comunidade apaeana está engajada na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. A abertura ocorreu no último sábado, com um momento de diálogo com colaboradores, apoiadores e veículos de comunicação.

Com o lema “Superar barreiras para garantir inclusão”, as atividades encerram com o 35° Encontro Regional das Apaes do 3° Conselho, em Independência, na próxima terça-feira.

Ao falar sobre o lema desse ano, a diretora administrativa da Apae Três de Maio, Nadir Gabe, diz que é preciso assegurar o artigo 4o da Lei Brasileira de Inclusão. “O artigo fala muito bem que todos somos iguais e temos direito a igualdade e nós queremos garantir esse direito aos nossos assistidos em sua forma integral”, afirma.

‘Nós preparamos os alunos da Apae para o mercado de trabalho porque queremos garantir a defesa de seus direitos integrais’, diz diretora da Apae, Nadir Gabe

 

Já o vice-presidente da entidade, Paulo Camargo, salientou os trabalhos desenvolvidos pela Apae, ressaltando as atividades da CER II (Centro Especializado em Reabilitação Intelectual e Auditiva), que está em funcionamento desde 2019. “Com o apoio da comunidade conseguimos trazer para Três de Maio o CER, em que são realizadas avaliações auditivas para pessoas de 16 municípios da região”, comenta.

Em 2022, no CER II realizou 12.320 atendimentos na reabilitação intelectual, atendendo a 209 pessoas de Três de Maio e São José do Inhacorá, destas são 43 autistas. Também foram 84 avaliações disponibilizadas.

Na reabilitação auditiva, atendendo a 16 municípios da região, desde 2019 foram cadastrados 1.278 pacientes e 1.012 crianças receberam atendimento e fizeram exames. Em 2022, foram 3.600 atendimentos e 300 testes da orelhinha, sendo disponibilizados 546 aparelhos auditivos.

Vice-presidente da Apae, Paulo Camargo, ressaltou a importância do CER II para a comunidade três-maiense e regional. O Centro atende a população de 16 municípios na reabilitação auditiva

 

Inclusão escolar e no trabalho são fundamentais

“Nós queremos o direito a inclusão escolar. Todos são possíveis? Não. Tem alguns casos que sabemos que não tem condições para estarem incluídos. Existe uma escola especial e uma escola comum, as duas são regulares, as duas têm legislação para cumprir, têm carga horária, têm dias letivos e tudo precisa ser cumprido”, diz, frisando que a inclusão escolar é algo fundamental na vida dessas pessoas.

Nadir ressalta que a pessoas com deficiência também precisam ter acesso ao mercado de trabalho. “Existe lei de cotas, em que as empresas precisam cumprir, outras empresas às vezes nem precisam cumprir cotas e nos procuram, pois conhecem o trabalho da Apae. Aqui preparamos os alunos para o mercado de trabalho porque queremos garantir a defesa de direitos, cada um dentro de suas limitações”.

Conforme Nadir, atualmente há 21 jovens incluídos mercado do trabalho em empresas de Três de Maio e região. “Às vezes não é possível que nosso aluno domine o mundo digital, mas não é por isso que ele não pode ser incluso no mercado do trabalho. Ele tem outras habilidades que permitem a sua inclusão com muita perfeição”, reforça.

 

Famílias precisam ser respeitadas 

A inclusão também ocorre ao respeitar a família. “Por exemplo, os autistas, eles têm que ter uma forma diferenciada de serem assistidos. Seja em uma viagem de avião ou ônibus, na fila de uma farmácia, em uma consulta médica, em um supermercado..... A sociedade, muitas vezes, não entende a forma que um autista se comporta e muitas vezes julga, ‘aquela família não sabe dar educação para o seu filho’, porém são sabe que aquela pessoa tem a deficiência intelectual, às vezes associada ao autismo. São essas questões que a Apae quer romper com a sociedade”, considera.

Para mudar essa realidade, a diretora convida as pessoas para que conheçam a entidade e quem tiver oportunidade que converse com mães e pais de pessoas com deficiência. “Tem muitas mães que nos relatam ‘professora, eu fico tranquila no momento em que ele está na escola’. É nesse sentido, uma inclusão como um todo, em que eles sejam respeitados em sua totalidade”, ressalta.