TRÊS DE MAIO E SUA HISTÓRIA - ANTÔNIO CERESER

ANTÔNIO CERESER
Em 1918, apareceu pela região do Santa Rosa – Buricá (hoje Três de Maio) Antônio Cereser, nascido em 10 de julho de 1886, no município de Ijuhy.
Seu pai, Pietro Cereser, era natural da região de Pordenone, província de Udine, no norte da Itália, e deve ter chegado a Colônia Silveira Martins, no Rio Grande do Sul, por volta de 1880, provavelmente fugindo do serviço militar. Foi em Silveira Martins que Pietro casou-se com Luigia de Martin. O casal teve cinco filhos: Odorico, Antônio, Humberto, João e Constante Cereser.
Em 1890, a família mudou-se para a localidade de Picada Conceição, juntamente com as famílias Fiorin e Dalmás.
Dentre as famílias que estavam se deslocando para aquela localidade, a família Cereser parece ter sido uma das famílias que dispunha de mais recursos financeiros, pois logo que chegaram adquiriram duas colônias de terras de um senhor chamado José Gabriel. Segundo documentos encontrados, Pietro foi o primeiro imigrante a integralizar o pagamento de uma das colônias, obtendo a escritura particular já em 10 de outubro de 1890, a qual foi registrada no Cartório do Registro de Imóveis em Cruz Alta sob o n° 1.584, no dia 22-05-1901. Cinco meses depois, registrou a segunda colônia.
Em sua propriedade, no ano de 1907, foi construída a primeira casa de tijolos de Picada Conceição.
Além das atividades na lavoura, Pietro Cereser foi também o maior produtor de vinho da localidade, que era comercializado a granel para terceiros no comércio de Ijuhy.
Mas apesar da prosperidade em que a família vivia, à medida que os filhos iam crescendo, foram buscando se estabelecer em novas áreas de colonização, com maior disponibilidade de terras.
Odorico e Humberto acabaram se estabelecendo em Serra do Cadeado, e Antônio, na localidade de Santa Rosa – Buricá, onde as terras, além de fartas e férteis, eram também bastante acessíveis, principalmente para aqueles que chegassem com bons recursos financeiros.
Antônio Cereser havia se casado com Genoveva Vione Cereser, com quem teve oito filhos: Cecilia, Luiza, Madalena, Ernesto, Helena, Alcides, Nelson e Pedro.
Em Santa Rosa – Buricá, Antônio adquiriu uma colônia de terra por 850 mil reis, e em 1920 se instalou no povoado com uma casa de comércio, onde passou a vender gêneros alimentícios, principalmente para o pessoal que trabalhava abrindo o estradão que vinha de Santa Rosa em direção ao Rio Uruguai.
Naquele início da colonização, a Companhia Colonizadora pagava um conto e quatrocentos mil reis para os colonos abrirem um quilômetro de estrada, com oito metros de largura, e assim, com pás e picaretas, os homens, incansavelmente, faziam buracos para arrancar as raízes das arvores pelo caminho.
Este trabalho acabou rendendo bons ganhos para Cereser, que adquiriu mais lotes de terras e, ainda em 1920, doou um terreno de 10 mil m2 para a igreja católica do povoado para que nele fosse estabelecido um cemitério.
O problema é que Antônio Cereser já havia prometido à venda deste lote para um de seus irmãos, que morava em Serra do Cadeado (sugere-se que tenha sido Odorico). Este, tendo desistido do terreno, acabou o revendendo o lote para um protestante, também de Serra do Cadeado, chamado Emilio Tesche, porém sem desanexar da venda a área onde estavam sendo enterrados os mortos, no qual já se formava um pequeno aglomerado de sepulturas.
Como tudo até então havia sido feito apenas verbalmente, começava naquele momento uma disputa entre católicos e protestantes que somente teria seu desfecho anos depois, resultando em um cemitério conjunto entre as duas confissões religiosas.
Em 1933, quando se iniciavam as obras de construção da atual igreja matriz católica, Antônio Cereser doou 310 metros cúbicos de pedra para a construção dos alicerces, retiradas de uma de suas pedreiras localizada onde hoje se encontra o Bairro Medianeira, porém seu ímpeto de fazer doações para a comunidade nascente não parou por aí.
O filho Nelson, que aos 12 anos de idade já vendia leite pela vila com um cavalo, em 1952, juntamente com seu irmão Pedro, fundou a Irmãos Cereser Ltda, que anos depois veio a se tornar a Cereser S/A, empresa que até hoje está estabelecida na Avenida Santa Rosa.
Antônio Cereser veio a falecer no dia 23 de novembro de 1984, deixando o registro de um homem que sempre soube corresponder ao seu papel enquanto um dos principais pioneiros desta história.
À esquerda, segurando a bengala, Antônio Cereser, na oportunidade em que foi convidado a descerrar a placa de bronze em homenagem ao centenário da imigração italiana na antiga Praça da Bandeira, em 1975.
Atualmente, a placa se encontra junto ao busto de Getúlio Vargas, no terreno ao lado da prefeitura
Antônio Cereser nasceu em 10 de julho de 1886 e faleceu em 23 de novembro de 1984
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