SÍNDROME de Final de Ano ou Momento de Despertar?
‘Em outras palavras, influenciamos e somos influenciados porque estamos inseridos em um universo de informações. Emitimos e recebemos informação o tempo todo pelo campo e, por isso, dependendo do nível vibracional, podemos intoxicar ou sermos intoxicados.’
Segundo pesquisa realizada em 2019 pela Isma-Brasil (International Stress Management Association – Brasil), o nível de estresse aumenta, em média, 75% em dezembro. Foram entrevistadas 678 pessoas com idade entre 25 e 55 anos - 82% afetando as mulheres e 75% relacionado aos homens.
75% ficam mais irritadas;
70% mais ansiosas
80% sentem a tensão no corpo
38% têm problemas para dormir
Há sentimento típicos nesta época porque estamos encerrando ciclos. Afinal, sem fins não há novos começos.
Por que finais de ano ganham maior relevância? Talvez porque nos deparamos com a sobrecarga e os resultados concretos de cada período, e estes podem ser satisfatórios ou não. Mas é claro que não é só isso.
Percebo que a sobrecarga de atividades, somada com as insatisfações acumuladas, mais as rotinas convencionadas de final de ano, geram desgastes e alteram o estado de ânimo de muitas pessoas.
Dentro do quadro de estresse, as pessoas reagem de modo diverso. As alterações mais vistas são déficit de atenção, desânimo, ansiedade, irritação, raiva, nostalgia, etc. Além disso, a sensação de insuficiência e impotência diante do contexto de vida pessoal, social, econômica, profissional e climático (é inegável que isso nos afeta) também podem ganhar tons mais acentuados.
Cada um de nós escolhe o que fazer com os sentimentos que afloram. Se negamos, os problemas só aumentam. Quanto maior o nível de consciência, melhor. Porque, desta forma, nos responsabilizamos por nossa parte diante do que nos cabe e não nos fixamos na matriz de queixas e vitimismos.
Quem já vem se trabalhando no autorreconhecimento compreende-se mais porque está mais de posse de si mesmo e, assim, já saiu em grande parte da sua bolha de crenças limitantes e modelos mentais fixos e repetitivos, que são geradores de estresse e desgaste. Afinal, não somos robôs para fazer tudo sempre igual.
Vale analisar as escolhas convencionadas que geram ‘obrigação’ para com os outros. Por isso, revisar os sentimentos diante dos rituais familiares e sociais neste período pode ser outro caminho interessante para sair das ordens script, que, em muitos casos, passam mais pela obrigação do que pelo desejo do coração.
Saber ser a si mesmo dá trabalho porque é desafiante reconhecer a própria identidade, e viver a partir dela, afinal, isso levará a quebra de padrão. Contudo, é melhor do que ser marionete na mão dos outros e do consumismo materialista que este período do ano provoca.
Se somos responsáveis por fazermos bem a nossa vida, podemos contribuir mais com as outras pessoas. É possível aproveitar melhor este período para analisar as vivências passadas e seus resultados.
Você reflete sobre o porquê das suas escolhas? Você considera a origem das suas crenças? Para trabalhar o seu autoconhecimento, para chegar na sua verdadeira identidade, é preciso compreender o que te move, como te move e para onde te move, qual a direção desta existência.
Alguns questionamentos existencialistas são chaves que podem abrir portais internos:
- Quem sou e o que sou?
- O quanto realmente sei de mim?
- Como tenho sido responsável pela minha existência?
- O meu modo de viver é conforme meu projeto de natureza? Ou sigo um eu fictício?
- O quanto de mim coloco no que faço?
- Como é a minha autoconstrução de vida?
- O que faço com os meus conflitos?
- Quais os meus mecanismos de autossabotagem?
- Como está a minha saúde?
Para você que chegou até aqui nesta leitura e, enquanto lê está sozinho refletindo comigo através do texto, esta é a oportunidade de responder a si com sinceridade. Sim, porque quando estamos a sós somos mais sinceros do que quando estamos socializando. Pense nisso!
É preciso que a gente possa abrir a nossa mente para expandir e acessar, dentro e fora de nós, o conhecimento que já está disponível e pronto para ser aplicado.
Quem vence a si mesmo expande a consciência, desperta, evita caminhos que levam à frustrações e, com isso, avança mais nesta existência para integrar-se e viver com alegria e leveza.
Inúmeras são as possibilidades de reflexão ao nos confrontarmos com questionamento úteis e funcionais, cujas respostas honestas abrem caminhos novos para serem trilhados no novo ciclo.
Buscar compreender a intencionalidade por trás das nossas escolhas é saber o que nos move em primeira ordem. Porque é isso o que transmitimos para o nosso contexto, para as pessoas e para o todo que estamos inseridos.
Com isso, não estou pregando que devemos estar sempre bem, porque isso seria a ditadura da positividade tóxica. Todos nós enfrentamos desafios que podem nos desestabilizar. Por isso, aponto para o autocuidado para perceber e enfrentar aquilo que altera seu humor e seu nível vibracional.
O filósofo alemão Goethe (1749-1832) já dizia: “Tudo que é vivo forma uma atmosfera ao seu redor.”
Em outras palavras, influenciamos e somos influenciados porque estamos inseridos em um universo de informações. Emitimos e recebemos informação o tempo todo pelo campo e, por isso, dependendo do nível vibracional, podemos intoxicar ou sermos intoxicados.
As nossas relações podem nos nutrir ou nos esvaziar, nos levar ao vazio ou nos preencher. Da mesma forma que nos nutrimos ou nos esvaziamos nas relações, o mesmo vale para onde colocamos a nossa atenção: ganhamos ou perdemos vida!
Para ganhar precisamos escolher o que corresponde ao nosso projeto de natureza e, assim, estar em unidade de ação. O oposto disso é a ambivalência, o conflito por não elaborar ou aceitar partes nossas que pedem passagem para nos renovarmos a cada ciclo.
Sabemos que ‘a escolha do plantio é livre, mas a colheita é obrigatória’.
Logo, temos continuamente os resultados do nosso modo de ser. É isso que colhemos. De nada adianta apontar culpados, apenas responsabilizar-se em se conhecer em níveis mais profundos e verá que tudo aqui nos ensina.
Conhecer seus traços de personalidade mais desafiantes a si e aos outros é um caminho para encontrar a sua melhor versão. Assim, atuamos na vida com o narcisismo saudável, que dá base para ressignificar o vivido até agora, além de mudar os posicionamentos diante de nós, diante das relações com os outros e também em situações inesperadas.
Os resultados são as evidências se estamos agindo como eu fictício ou um eu que escuta e age conforme o seu projeto de natureza.
Estamos na vida para aprender a viver conforme o projeto de natureza que habita em nós. O tal ‘livre arbítrio’ precisa seguir as leis que regem o Universo para tudo andar bem!
Contudo, tem a galera que só quer que tudo acabe logo, na esperança fantasiosa que, chegando ao próximo ano, tudo será novo e os ’BOs’ se resolvem por magia, ao som dos fogos de artifício regado a espumante.
Cada pessoa tem o seu tempo de despertar. Qual é o seu?
Desejo uma boa reflexão para abrir ou aprofundar o seu despertar, e que sua vida ganhe o valor que ela realmente merece a partir de agora!
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Contato: arletesalantepsicologia.com.br
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