Frota de veículos com mais de 10 anos cresce em Três de Maio

A frota de veículos do município de Três de Maio envelheceu nos últimos dez anos. É o que revelam os números da Secretaria Nacional de Trânsito, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes. A cada ano, a frota de cada município é atualizada pelo órgão. 

Os números revelam que a frota de veículos com mais de 10 anos de fabricação em circulação no município  é de 16.954 veículos, o que representa 79% da frota. Em 2013, os veículos com mais de 10 anos somavam 9.907, proporcionalmente 64% da frota.

Já os veículos de 11 a 20 anos, foram ampliados em 2.646 veículos, um aumento superior a 50%. No ano de 2013, estes veículos representavam 31,7% da frota municipal, passando para 35,1% em 2023.

Quanto aos veículos com 21 a 30 anos houve um aumento de 93% na frota, ou seja, hoje são 2.273. A frota de veículos com 30 anos ou mais que ainda estão em circulação, ou seja fabricados antes de 1993, é de 2.228 veículos.

Veículos com menos de 10 anos de fabricação tem queda significativa

Aqueles veículos fabricados no mesmo ano, em 2013, representavam 2,83% da frota de Três de Maio. Já no ano passado, o percentual caiu para 1,06%. O mesmo ocorreu com os veículos de 1 a 5 anos e de 6 a 10 anos. Há dez anos, a proporção de veículos de 1 a 5 anos era de 14,31% e de 6 a 10 anos era de 17,77%. Já no ano passado, passou para 6,63% e 12,30% respectivamente.

Apesar de a frota municipal ter aumentado em 40% nos últimos 10 anos, passando de 15.265 para 21.365, quantitativamente os veículos mais novos tiveram redução significativa. 

Em 2013, eram 5.329 veículos com até 10 anos de fabricação. Em 2023, esse número caiu para 4.269, o que significa uma redução de 1.060 veículos.

Considerando em proporção, em 2013, 17,14% do total da frota tinha menos de 10 anos. Já em 2023, é de apenas 7,69% da frota.

Aumento no preço contribui para a redução da frota de veículos novos

O empresário do ramo de veículos, Alcindo Sparremberger, sócio proprietário da Credinor Veículos observa que há uma maior procura de carros com mais de 10 anos de uso. “Nos últimos anos, os preços dos veículos novos e, consequentemente, dos seminovos aumentaram consideravelmente. Isso ocorreu principalmente pela chegada da pandemia e, com ela, uma série de causas refletiram para o aumento do valor do carro novo, como a instabilidade da cadeia produtiva, devido falta de componentes e semicondutores no mercado, o aumento dos custos logísticos e de suprimentos e, também, o valor do IPVA. Para ter uma noção, o preço médio de um carro novo em 2018 era de R$ 74 mil e esse ano passa de R$ 140 mil”, reforçou.

Para Alcindo, outro fator é a diminuição do poder de compra do consumidor. “O carro novo aumentou em uma proporção muito mais alta que os rendimentos do consumidor e isso fez com que ele se reposicionasse no mercado, optando por carros mais antigos. Os carros são considerados bens duráveis e hoje um carro de 10 anos de uso possui uma tecnologia embarcada muito boa e sem muitos gastos com manutenção, isso acaba sendo também um atrativo para a comercialização dos usados”, complementa.

Alcindo pontua que, atualmente, o consumidor estipula um determinado valor quando pretende trocar de veículo. “Hoje, em questão de quantidade, os carros mais comercializados estão numa faixa de preço de R$ 30 a R$ 50 mil”, salienta. Apesar disso, ele observa que os clientes mais jovens procuram carros da linha esportiva, os consumidores que utilizam o carro para trabalho olham muito a questão do custo benefício. “As mulheres buscam sempre os mais compactos, os agricultores buscam os utilitários para 5 pessoas”, complementa.

Sparremberger pontua que as redes sociais facilitaram muito na venda de veículos. “O cliente geralmente tira todas as dúvidas a respeito do carro antes de vir à loja. Na revenda, ele só vem para finalizar o negócio. O cliente sempre quer suporte pós-venda e isso vem a ser o diferencial para você fidelizar o cliente”, salienta.

Desde 2013, frota de automóveis nos municípios da microrregional cresceu 45%

Se considerarmos os seis municípios de nossa microrregião, o número total de veículos cresceu 45,5% em dez anos. Em 2013, eram 28.455 veículos, passando para 41.421 em dezembro passado, o que dá um incremento de 12.966 veículos.

Após o aumento de 6.091 veículos três-maienses, o maior aumento ocorreu em Boa Vista do Buricá. No município, há acréscimo de 2.123 veículos, ou 45,9%. A média de crescimento anual do município é de 212.

O crescimento em Independência é de 2.095 veículos, um aumento de 59,3%. Atualmente, a frota alcança 5.629 veículos. Em Nova Candelária há uma elevação em 1.028 veículos entre 2013 e 2023. O desempenho corresponde a um aumento de 54,11%.

No município de Alegria a frota alcançou 2.768 veículos. Na década, o crescimento é de 884 veículos (+46,9%). São José do Inhacorá foi o município com maior crescimento percentual na última década. A frota inhacorense saiu de 1.252 para 1.997 veículos, ou seja, um incremento de 59,5%.